A verdade científica e a humildade
A partir da revolução copernicana, com a descoberta de Galileu e com os avanços científicos deveria estar mais claro, ainda mais agora com as descobertas de forças desconhecidas do universo e com o novo telescópico James Webb, deveria estar cada vez mais claro que o homem não é o centro do universo, embora seja capaz de muito estrago se não deixar de lado a visão antropocêntrica e iluminista que o coloca como um “todo-poderoso”.
Nessa linha seguiu também Schopenhauer um dos primeiros a critica a “coisa-em-si” kantiana e seu sistema metafísico de colocar em seu lugar uma “Vontade” (que é a mesma coisa de quanto o homem foi colocado com centro do universo e a terra onde habita o seu centro), abriu uma perspectiva filosófica nova onde nada existe de propósito, tudo e todos somos consequencias de um sistema sem fim, com determinações e objetivos, e que somos responsáveis por um destino ferindo ao outro, estamos nos ferindo.
Desta forma Schopenhauer quis representa de maneira compassiva que pode representar em si a dor de outro, e isto nos valeria um grande passo para paz, embora seja capital a frase deste filósofo: “O homem é propriamente falando, um animal que agride” (Arthur Schopenhauer), que volta ao “homem lobo do homem” e justifica um estado agressor.
O conhecido fundamento da ética kantiana é o imperativo categórico (age de tal forma a ser modelo para os outros) que serve para orientar o agir dos sujeitos, e este por sua vez é princípio de um “factum” da razão, que faz parte do mundo numêmico, o qual consegue influenciar (não sentido princípio) o mundo fenomênico, de maneira a orientar as ações do sujeito racional de forma universal e necessária, Schopenhauer neste ponto faz uma crítica importante, embora não seja suficiente para uma crítica profunda desta ética.
Numérico refere-se àquilo que é conhecido sem fazer parte dos sentidos, é uma crítica ao empirismo porém não reconhece o fenomênico (que se manifesta como coisa).
Para ele, o programa ético kantiano é desprovido de sentido porque possui como fundamento último da ação um aspecto metafísico que desqualifica ações que vem de qualquer outra instância que não seja a razão, a relação que existe entre a razão e a metafísica (veja que a metafísica de Kant não faz parte do mundo, mas não é teológica nem divina), é que os sujeitos racionais (transcendentais em relação aos objetos) partilham do incognoscível, uma vez que conseguem pensar em coisas metafísicas, mas não conhece-las.
Esta lacuna onde não existe o mistério, é natural que tenha se distanciado da transcendência divina e teológica, porém é uma razão objetivada, sem aspectos subjetivos, ou seja próprios do sujeito, e Schopenhauer aponta corretamente para a dor do outro que é capaz de conceber, porém este princípio de compaixão não terá um desenvolvimento, outros autores fenomenológicos trata da questão do Outro, e este sim é um princípio para a crítica da razão.