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Felizes os que promovem a paz

11 fev

O ciclo peste, fome e guerra em qualquer ordem que ele tenha acontecida na história é retroalimentado porque sucumbem as forças que promovem a paz e entre elas estão também as forças espirituais verdadeiras que desejam o progresso da alma humana, que é inseparável da substancialidade da vida, não apenas humana, mas de todo planeta.

O século XX além da segunda guerra mundial, todos que a viveram narram o horror deste período e as privações que passaram, em especial os mais pobres, foi marcado também pelos regimes autoritários e Franco, Salazar e De Gaule na Europa, as lutas de libertação coloniais, e a guerra civil na Espanha, todos envoltos em atrocidades e muitas mortes.

Com um fim da pandemia próximo, porém é preciso ressaltar que ainda avança no hemisfério sul, um ciclo de privações sociais se aproximando uma guerra seria o menos desejável e não há forças diplomáticas que consigam evitá-la, quais seriam as consequências de uma insanidade deste tipo é para todos os analistas, imprevisível em proporção e extensão.

Há nos subterrâneos das sociedades forças que lutam pela paz, o pronunciamento de hoje (11/02) do Papa Francisco é uma destas forças, porém mesmo no interior de religiões e espiritualidades (já discorremos sobre as verdadeiras asceses) há aqueles que sadicamente (porque não viveram e não leram testemunhos da guerra) não se incomodam com este perigo.

O papa disse de maneira contundente: “a guerra é uma loucura”, e pede o diálogo, várias tentativas diplomáticas foram feitas porém as vias de algum acordo bilateral parecem estar fechadas, de certa forma porque as partes não parecem dispostas a ceder em pontos problemáticos (a presença da Otan e da própria Rússia na Ucrânia, por exemplo), o papa também pediu que este diálogo fosse “sério” e que realmente cada lado estivesse disposto a ouvir e a ceder para um possível acordo.

Com o passar das horas as tentativas parecem estar se esgotando, aos cidadãos comuns de ambos países, aos pobres e aos vulneráveis, em sua maioria jamais aprovariam uma guerra, resta a esperança e a fé de que sejam minimamente poupados se o absurdo acontecer.

As vésperas de um mundial de clubes de futebol, onde a disputa se encerra com o final de uma partida e em meio as Olimpíadas de Inverno, apesar de todas rivalidades, neste caso o desejável é que além das torcidas em lados opostos, tudo se consuma a partir de determinado ponto final, e neste caso a torcida de dois ou mais times, é mais humana que a disputa insana por territórios e vantagens bélicas de uma guerra de consequências imprevisíveis.

Diz a liturgia bíblica, na passagem em que Jesus encontra seus discípulos e uma multidão numa planície (todos no mesmo plano) de Tiro e Sidônia (Lc 6,20=21): “bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque havereis de rir!” e explica que os ricos e poderosos já tiveram o consolo neste mundo e os falsos profetas que são aplaudidos, porque não tiveram coragem de dizer a verdade.

Tenhamos esperança que um resto de serenidade, tolerância e equilíbrio restem nas grandes forças bélicas mundiais e a guerra seja evitável.  

 

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