Horas de tensão para a paz
O presidente da Ucrânia Voldymyr Zelenskiy afirmou no dia de ontem (14/02) ter ouvido que a quarta-feira será o dia fatal para uma possível invasão russa, e chamou o povo a “unidade” e a manifestar-se este dia pela Ucrânia e pela paz, ele tenta minimizar a possibilidade de um ataque e se mostra disposto a fazer concessões para a paz.
Do outro lado a Rússia afirma também estar disposta a paz, mas ao contrário de concessões reafirmar suas exigências, entre elas a não inclusão da Ucrânia na OTAN, que seria uma ameaça ao território russo, Putin esconde o que todos sabem sobre os desejos expansionistas, que na visão russa é apenas a reintegração de seus territórios do tempo da URSS.
Crescem os aparatos bélicos nas fronteiras da Ucrânia, não apenas ao norte na fronteira com a Rússia e a Belarus, mas também ao sul na região da Moldávia e no território da Criméia que está sob a posse russa, mas que é reivindicado pela Ucrânia, também nestes países as delegações diplomáticas americanas estão sendo retiradas.
O padrão do discurso russo é repetitivo, assim como o do Ocidente (EUA, Alemanha e Reino Unido, principalmente), apenas a França e a própria Ucrânia admitem concessões, do lado russo há uma lista de reivindicações para uma possível paz enquanto faz a retórica de que não desejam a guerra, além do apoio chinês, também a Argentina além da aliada Venezuela e o inesperado apoio brasileiro parece dar força aos desejos russos, Bolsonaro está em visita ao país em tempos conturbados.
Não haverá paz sem concessões, e tanto do lado russo que diz que há chance para paz se suas exigências forem aceitas, como do lado aliado que diz que a resposta será rápida e severa, mais parecem preparar a guerra do que dispostos a qualquer acordo de paz.
São dias tensões, em especial para o povo ucraniano, mas também para boa parte da Europa, a Rússia tem uma base de mísseis nucleares supersônicos Zircon, tanto no exclave (território descontínuo da Rússia) quanto próximo a Criméia no mar Negro, estes mísseis que foram testados no final do ano passado podem alcançar os países da Europa e são mais rápidos que as baterias antiaérea internacionais, além da questão de carregaram capsulas nucleares.
Apesar de ter um grande exército, o exército ucraniano é muito inferior em tecnologias e armas, o apoio da OTAN é apenas estratégico, mas o povo resistirá (foto)
Mais do que concessões é preciso entender as inseguranças e visões de lados opostos, não se pode chegar a um acordo sem a capacidade de enxergar o “outro lado”.