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Arquivo para novembro, 2022

Viva como se fosse o último dia

02 nov

Dias de angustia e euforia em que se remoe o passado e divaga-se sobre o futuro, porém o dia de finados é para pensar que temos um fim na vida terrena e devemos viver cada dia como o ultimo, e ao mesmo tempo que devemos pensar o que existe do outro lado, mesmo que não haja nada, qual herança deixamos, os bens só servirão para disputas, os gestos e atitudes que ficarão.

O homem prudente pensa sempre que pode ocorrer um momento de partida e procura deixar a casa em ordem, pesar menos aos próximos e as pessoas por quem passou pelo seu lado deixou uma mensagem de amor e de esperança.

O que fazemos as escondidas será revelado a luz do dia, assim procura por justiça não poderia estar distante de procurar pela luz, não poderia estar longe de valores morais e culturais que promovam a paz e o bem da humanidade.

Há um valor pouco pensado que é a capacidade de perdoar e recomeçar, muitas injustiças que ocorrem são pessoais, porém devemos dar um passo avante e pedir e desejar o bem também a estas pessoas, enfim perdoar aqueles que jamais serão capazes de pedir perdão, veja o post anterior, há uma soberba nestas pessoas e isto a induzirá sempre ao erro.

Também temos defeitos e erros e devemos ser capazes de reconhecer e ir por caminhos diferentes e se lesamos alguém ter coragem de sanar e reparar aquele erro, um simples pedido de perdão sincero é um balsamo na vida de muitas pessoas “ressentidas”.

Embora tenha abandonado sua origem luterana, Nietzsche escreveu sobre uma ótima cristão, ao opor ressentimento a esquecimento, no seu livro Genealogia da Moral, via o tipo ressentido como aquele que não canaliza seu ódio para fora, mas para si mesmo, construindo uma espécie de vingança imaginária, ou seja, autodestrutiva.

Há uma frase atribuída a Shakespeare: “guardar ressentimento é como tomar um veneno e esperar que o outro morra”, e é um tipo de sentimento que nos impede de viver o momento presente de modo pleno.

 

Humildade: virtude especial

01 nov

Os dicionaristas brasileiros apresentam a humilade,“a virtude com que manifestamos o sentimento de nossa fraqueza ou do nosso pouco ou nenhum mérito”, enquanto que o segundo a considera a “virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações”, ou, “um sentimento de fraqueza, de inferioridade, com relação a alguém ou algo”, porém fraqueza aqui é caminho para sua superação e não simples infelicidade.

Quanto sabemos aquilo que somos fracos passamos a tentar superar por caminhos diferentes daqueles que nos fragilizaram e assim não é manifestando o orgulho ou a incompreensão que vamos superar aquilo que nos fragiliza.

A palavra humildade assim vem de humus, que significa algo que perece para dar vida ao novo, [e a adubação e as sementes que morrem para dar vida, se não morrer não dará fruto.

É certo que o conceito no senso comum foi deturpado, por exemplo ela é uma pessoa “humilde” só no sentido de pobreza ou fragilidade social, porém muitas vezes são pessoas que lutam e que merecem todo respeito social, mesmo que a sociedade como um todo não a valorize.

Não há crescimento pessoal sem humildade, ela cria presunçosos e rancorosos, pessoas incapazes de refletir sobre o erro, sobre a tolerância e sobre a diferença de opiniões e conceitos.

Assim o orgulho torna-se uma soberba, a ideia de que alguém é algo que na realidade não é, já postamos sobre a ostentação, aquela pessoa que possui riquezas, mas é pobre no seu uso ou na generosidade com os outros.

A descrença é uma soberba, diz o versículo bíblico (Mt 5,3): “Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”, ter este tipo de humilde significa aceitar a sabedoria divina, que supera toda o conhecimento humano.