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Ciência, cons-ciência e complexidade

11 jan

A ciência moderna, em especial a partir do século XVII, construiu um novo mundo que renunciou a metafísica, a teoria e radicou-se metodologicamente no projeto matemático de domínio da natureza e os experimentos e medições para o projeto deste domínio.
Mas a natureza dominada reagiu e reage de formas não pensadas, climas extremos seja de verões europeus ou de frios americanos, chuvas e queimadas, onde até os oceanos já dão sinais de esgotamento, dominamos ou destruímos a natureza ?
Os próprios limites da ciência como lógica e poder estão em cheque, vamos reger nossas vidas unicamente pelos mercados e seus valores, os números frios dizem algo sobre o homem?
Além dos paradigmas físicos e científicos sobre as novas tecnologias existem problemas sociais emergentes e que preocupam até os que sempre se valeram de mercados, o economista Federico Cingano num estudo da OCDE afirmou: “quando a desigualdade de renda aumenta, o crescimento econômico cai”, assim é inevitável abordar o tema, em qualquer perspectiva. Mas há reações da própria natureza, como a pandemia e desastres naturais.
Para além do problema da consciência, filosófica ou tecnicamente, há uma dimensão social que é correlata, e não indiferente, isto também vale para a consciência na questão histórica.
Edgar Morin adverte para o sistema de ensino, onde ainda se ensina de modo hermético: “Não ensinamos a compreensão do outro, que é fundamental nos nossos dias, não ensinamos a incerteza, o que é o ser humano, como se nossa identidade humana não fosse de nenhum interesse. As coisas mais importantes a saber não se ensinam”, disse no programa fronteiras do Pensamento.
Vê a crise da democracia como a relação obscura com os “enormes poderes do dinheiro, que tem levado a casos de corrupção em todo lugar. O vazio do pensamento, somada a essa corrupção, leva a uma perda de confiança na democracia, e isso favoreceu os regimes neoautoritários como vimos na Turquia, Rússia, Hungria e como vemos agora na crise da democracia no Peru e no Brasil”, o caso da Bolívia atual é um caso a parte.
Também vê com preocupação o fechamento fundamentalista e étnico: “A menos que as pessoas tomem consciência da comunidade de destino dos humanos sobre a Terra, as pessoas se fecharão em suas identidades religiosas, étnicas etc. Vivemos um período obscuro da história, a única consolação é que esses períodos obscuros não são eternos”, acreditemos no futuro.
A entrevista completa de Edgar Morin em Fronteiras do Pensamento segue –se abaixo:

 

 
 

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