Arquivo para dezembro, 2021
O Natal e a maior profecia Bíblica
São tempos difíceis, as voltas com nova onda pandêmica, sinais de grave crise econômica mundial, tensões entre Rússia e Ocidente por causa da Ucrânia e reaproximação da Rússia da China que tem interesses em Taiwan, que é independente e ocidental.
Em tempos difíceis sempre reaparecem profecias, mas poucos são os oráculos de Deus realmente autorizados: adivinhos, especuladores, falsos profetas e falsos místicos, falta-lhes uma autorização clara de Deus, e ele sempre se fez presente através dos mais humildes.
David, por exemplo, sequer era contato entre os filhos de Jessé, quando o Samuel foi a sua casa para encontrar alguém que seria rei de Israel ele só é apresentado ao final, assim Jessé não tinha 7 mais oito filho, diz o relato Bíblico:
“Assim fez passar Jessé a seus SETE filhos diante de Samuel. porém Samuel disse a Jessé. O Senhor não escolheu a estes.” (I Samuel 16.10).
Nascido em Belém, por volta do ano 1.000 a.C. seria da descendência de David que nasceria Jesus, segundo o relato Bíblico foram 14 gerações entre David e o exílio da Babilônica e do exílio até Jesus mais quatorze gerações, e também José teve que retornar a Belém porque era ali a sua cidade Natal (ou do seu clã), e isto era profecia.
A profecia de Miquéias diz (Mq 5,1): “Assim diz o Senhor: 1Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que dominará em Israel; sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade”.
Esta profecia tem importância histórica, porque confirma a descendência de David, ali foi feito um recenseamento, portanto há uma prova “científica” deste nascimento, mas a grande profecia não é esta e sim a de Isaías 7,14: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará ´Deus Conosco´”, e o trecho anterior chama a atenção para a casa de David diante do importuno de Acaz que queria por Deus a prova por causa das guerras.
A concepção de Maria confunde teólogos e os cristãos de um modo geral, aqui que deveria servir para unir é causa de desunião por culpa de uma leitura pouco atenciosa do livro guia para os cristãos, a Bíblia, logo após Maria saber que conceberia e daria a luz ao Salvador, provavelmente ainda confusa corre até a casa da prima Isabel que concebeu na velhice também um milagre (na foto o quadro de Domenico Ghirlandaio, 1491).
Ao chegar na casa da prima ouve a saudação com um grande grito diz a leitura (Lc1,42-43): “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?”, fica a pergunta teológica o que significa para Isabel, judia o advento de Cristo, o Natal, ainda se iniciava no ventre de Maria.
Há discussões sobre datas, uma discussão a-histórica do nascimento de Jesus pois houve um recenseamento, porém, esta questão “a mãe do Senhor” fica ainda em aberto, embora todos os cristãos concordem que o Salvador nasceu dali e viveu entre nós durante 33 anos.
Deus viveu entre nós e veio a partir de uma virgem, não há profecia maior e estará conosco até o final dos tempos.
Buracos Negros e novas descobertas
Buracos negros não “sugam” toda a matéria ao seu redor, e as últimas observações comprovam que vários corpos escapam de seu fortíssimo campo gravitacional, uma região onde ocorre um ponto de singularidade, nome dado na física e na matemática para pontos de curvas e eventos físicos que alguma tendência se modifica, por exemplo, especula-se que a inteligência artificial poderá ultrapassar a inteligência humana, que provocaria uma mudança irreversível na civilização humana.
Os buracos negros de acordo com o físico inglês Stephen Hawking (do Big Bang e a Teoria do Tudo), emitem radiação térmica devido aos efeitos quânticos e um tipo especial de radiação que ficou conhecida como radiação Hawking, conforme já apontamos no blog, são o estágio final de estrelas supermassivas.
Uma observação feita em 2013 comprovou esta teoria, e foi publicada pelos pesquisadores da Cornell University (fizemos um post), porém a observação de um buraco negro só foi possível em 2019, graças a um experimento com colaboração internacional conhecido como Event Horizon Telescope (EHT), que capturou a primeira imagem de um buraco negro na galáxia Messier 87, fotografada no coração da galáxia Centaurus A com detalhes sem precedentes (foto).
Num buraco negro, o espaço e o tempo se dobram sobre si mesmos, as leis (que conhecemos) da física que se aplica a maior parte do nosso universo parecem não funcionar ali, sua borda como já dissemos é chamada horizonte de eventos, e um buraco negro giratório pode chegar a temperaturas superiores a 20 milhões de °C, o disco de acreção em um quasar libera radiação de brilho ofuscante em todo o espectro eletromagnético.
O disco de acreção refere-se a uma acumulação de material na “superfície” (é preciso lembrar que a noção de tempo e espaço aqui é diferente), e isto funciona como se fosse um motor muito eficiente, na visão da astrofísica francesa Marta Volonteri, do Instituto de Astrofísica de Paris, os buracos negros “são os motores mais eficazes e eficientes do universo”.
O mistério é o existe além dos buracos negros, uma das duas hipóteses mais aceitável é a elaborada, em 1935, por Einstein se junto ao físico Nathan Rosen para teorizar pontes que conectam dois pontos diferentes no espaço-tempo, e em 1980, o físico Kip Thorne levou a hipótese que os objetos físicos poderiam viajar através, algo parecido com a quarta dimensão os “buracos de minhoca” (wormholes), mas diferentes porque são vistos em determinadas posições (espaço-tempo) do espaço.
A outra hipótese é chamada de “firewall do buraco negro”, ele seria como uma espécie de barreira de fogo, onde o horizonte de eventos queimaria qualquer coisa que entrasse em contato imediatamente, esta hipótese carece de comprovações tanto teóricas como observacionais, recentemente foram observados objetos que saem ou escapam de buracos negros.
A última hipótese, a menos provável de todas, é chamada de buraco branco, onde cada buraco branco estaria em contato com outro no passado, e foi formulada pelo cosmologista russo Igor Novikok, em 1964, carece de observações e algum fato plausível.
O cometa natalino Leonard
Descoberto em de janeiro deste ano pelo astrônomo G. J. Leonard, da Universidade do Arizona, a partir do Observatório do Monte Lemmon, localizado em Tucson, Arizona, o pequeno corpo celeste o Cometa Leonard tem o período orbital de 80.000 anos, e já foi visto no hemisfério norte em sua aproximação da Terra, e agora poderá ser visto nas próximas semanas a partir do dia 15 no hemisférico sul.
Tecnicamente chamado de C/2021, está invertendo a sua posição de visibilidade do norte para o sul do planeta, então moradores do hemisfério sul poderá vê-lo, embora pequeno.
A distância de máxima aproximação da Terra foi de 34 milhões de quilômetros dia 12 de dezembro, agora segue em direção ao Sol, em 18 de dezembro já estará próximo a Vênus, a 42 milhões de quilômetros e orbitará o sol no dia 3 de janeiro de 2022, a uma distância de 90 milhões de km, estas distâncias são pequenas em termos espaciais, mas devido o seu tamanho será visto como um ponto fraco até lá, com um telescópio e conhecendo sua órbita será mais fácil vê-lo.
O cometa viaja a velocidade de 70 km/s, e apesar das expectativas serem muito boas, é preciso lembrar que estará cada vez mais próximo ao Sol e traz a possibilidade de perder força, no geral eles são imprevisíveis e quanto mais próximo do Sol tanto podem perder como aumentar seu brilho, assim o quão brilhante estará sua calda no nosso hemisfério ainda não é muito certo, no hemisfério norte a observação foi feita mais facilmente com ajuda de instrumentos, mesmo que um pequeno telescópio.
As observações feitas até agora houve um aumento da luminosidade devido a um fenômeno conhecido como espalhamento frontal, partículas de poeira ejetadas do cometa provoca uma refração da luz, quando o ângulo entre o cometa, em relação a Terra e o Sol é muito grande (maior que 160º), como sua trajetória é perpendicular a terra isto estará ocorrendo estes dias de 14 e 16 de dezembro, mas o espalhamento depende do tamanho das partículas e é claro, do céu estar limpo, no sul do Brasil há chuvas neste momento.
Ao contrário do cometa Neowise, que esteve mais brilhante no hemisfério norte em 2020, desta vez o Leonard será mais visível no Hemisfério Sul, sendo visível no horizonte, a cada noite a partir de hoje será mais visível mais acima em direção ao planeta Vênus (incorretamente chamado de Estrela Dalva), e ficará mais visível por mais tempo até o dia 18 porque aparecendo mais tarde o céu estará mais escuro.
É preciso procurar um lugar com boa visibilidade, pouca luz local e céu aberto, e olhar para o horizonte a oeste, até 3 de janeiro quando se aproxima do Sol e começará a ficar fraco.
URGENTE: Lançamento do telescópio espacial James Webb adiado para dia 24/12.
O novo telescópio espacial
O telescópio Hubble, em homenagem a Edwin Powell Hubble (1889-1953) já dá sinais de envelhecimento, recentemente foi consertado novamente e voltou a funcionar, o nome foi dado em homenagem as medidas intergalácticas e extragalácticas que Hubble fez além de demonstrar que muitos objetos que eram considerados nuvens de poeira e gás, eram na verdade galáxias muito além da nossa Via Láctea, agora outro telescópio mais potente vai homenagear um antigo administrador da Nasa do projeto Apollo: James Edwin Webb.
O nome esteve envolvido em polêmica, porém apurações da Nasa não atestaram a veracidade dos fatos, o telescópio foi construído com participação da Agência Espacial Canadense e a Agência Espacial Europeia, além da Nasa é claro, e seu lançamento está previsto para o dia 22 de dezembro de 2021, na próxima semana, e poderá ser acompanhada ao vivo por um canal do YouTube (James Webb Space Telescope Launch — Official NASA Broadcast – YouTube).
Muito mais potente que o Hubble, a missão maior do JWST (James Webb Space Telescope) será investigar as origens do universo, mais claramente a radiação infravermelha, que resultou da grande expansão original (Big Bang) e os processos de transformação da infância do Universo, porém sua potência e instrumentos permitirão ver muito longe.
Assim poderá observar a evolução e formação das galáxias, já existe um mapeamento de galáxias em formação e assim será só ajustar a posição, entender a formação de estrelas e sistemas planetários, igualmente há muitos dados sobre isto, porém é preciso observar com mais detalhes, e enfim, estudar as origens planetárias e da vida.
Ele é composto de três módulos principais: Integrated Science Instrument Modele (ISIM), nele estão os instrumentos poderosos de infravermelho e circuitos microprocessadores, o Optical Telescope Element (OTE), um complexo sistema ótico construído pela empresa Ball Aerospace, e o Space Support Module (SSM) que dá suporte a navegação e sustentação espacial da JWST.
A expectativa que uma vez em órbita o Telescópio envie milhares de dados diariamente, e em pouco tempo já tenhamos enigmas e provavelmente novas descobertas antes do final do ano, o lançamento já foi adiado algumas vezes, mas agora a data parece estar próxima.
URGENTE: Lançamento do telescópio espacial James Webb adiado para dia 24/12.
Nova pandemia com mutação do vírus
Embora os dados ainda não sejam definitivos, e algumas vezes são contraditórios como é o caso da vacina Pfizer, é certo que a eficácia de proteção contra a nova variante ômicron é muito pequena, na casa de 10 a 20% dos casos e há vacinas que não tem eficácia nenhuma provavelmente porque os laboratórios não dizem nada.
Em relação a Pfizer, a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA, em inglês) afirmou na sexta-feira passada (10/12) que “Essas estimativas iniciais devem ser tratadas com cautela, mas indicam que alguns meses após a segunda dose há um risco maior de pegar a variante ômicron em comparação com a Delta”, declarou Mary Ramsay, chefe de imunização do UKHSA, ao jornal CNN.
Na mesma notícia o jornal indica que quando a dose se reforço é feita com a vacina Pfizer, a eficácia aumenta 70% para os que receberam inicialmente a AstraZeneca e 75% para os que receberam a vacina Pfizer, porém os laboratórios de ambas trabalham acelerados para uma nova vacina que combata a variante.
A OMS declara que os dados ainda são insuficientes para estabelecer o quadro clínico da gravidade provocado pela ômicron, mesmo que muitos dados indiquem até o momento que os casos na África e Europa onde os sintomas são “leves a moderados” é preciso aprofundar as análises e estudos para entender o que a variante provoca nos infectados.
O número de óbitos registrados no sábado no Brasil foi inferior a 100, mas 9 estados e o Distrito Federal não mandaram dados, enquanto se observa já uma elevação de infecções e mortes nos estados do Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Sergipe, a transmissão comunitária da variante ômicron teve o primeiro caso em São Paulo, é considerada comunitária quando o paciente não tem histórico recente de viagens ao exterior.
O que fazer diante da gravidade do quadro e a eminência de uma nova pandemia, é fato que todos estamos cansados das restrições e do avanço das dificuldades sociais e econômicas, porém a vida deve ser um valor superior a qualquer outra dificuldade e assim os cuidados devem ser retomados e mantidos conforme o caso.
A OMS diz que estamos mais preparados, de fato, mas tanto o sistema de saúde como a população estão cansados pelos esforços redobrados durante a pandemia e este quadro também deve ser analisado, criar mecanismos que as pessoas estejam menos pressionadas e possam de alguma forma extravasar as energia e manter o equilíbrio social, pessoal e econômico.
Novos caminhos e novo Natal
O homem passou por muitas etapas históricas, cada uma com seu drama e como sua mística, como aquela que se revela no monumento neolítico Stonehenge (foto).
Os tempos de pandemia nos fizeram nos recolher mais tanto na proximidade de familiares quanto na vida interior (que o pensamento ocidental chama de subjetividade), porém para onde caminhamos, que tipo de Natal será o deste ano, as festas do final de ano já sabemos pela nova onda pandêmica será reduzida.
De qualquer forma comemoramos uma passagem, seja para os cristãos a espera da parusia (as duas primeiras semanas) seja daqui até o Natal a intervenção de Deus na história através do nascimento do menino-Deus em Belém, o que aos poucos vai sendo apagado da festa e substituída por consumismo, neve e outros ritos alheios ao fato histórico.
Sim histórico, porque Maria e José vão a Belém justamente para um recenseamento, isto é, para serem contados entre os homens e registrados eles deviam ir a cidade Natal de José e por um capricho e cuidado divino nasce Jesus e já é recenseado entre os homens, isto não é portanto simbólico, mas dado histórico registrado.
O que esperar deste Natal, o clima de “festa” está reduzido, ainda estamos envoltos com a pandemia, há um clima de apreensão e já um certo desânimo, para alguns envolve em ansiedade e algum tipo de angústia, nada melhor do que acreditar num tempo novo, diz o ditado popular: depois da tempestade vem a bonança, ela virá.
Talvez não como esperamos, por exemplo, uma enorme euforia ou uma explosão de alegria, mas a sensação de que devemos reconstruir a vida com luta e por trás dos escombros, o tempo natalício em sua raiz é isto, algo divino interveio na história humana para mudá-la para sempre, é certo querem apagar o Natal e com ele a esperança de um mundo novo, no entanto justamente pelo sofrimento que passamos, não sabemos quanto tempo pode durar e até onde poderá ir, é prenuncio de um tempo novo, uma bonança.
João Batista, que era primo de Jesus, batizava as pessoas com água (Batista por causa disto), e o povo pensava ser ele o Messias, mas explicava que o tipo de batismo que faria Jesus seria muito mais forte: “Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro, mas a palha ele a queimará na foto que não se apaga” diz o evangelista Lucas (Lc 3,16-18) e João “anunciava de muitos outros modos” a Boa Nova.
Podemos esperar isso para um futuro breve, certamente que sim, há também em nosso tempo esta expectativa, de muitas formas, e certamente será algo imprevisível.
Catástrofes naturais e sociedade
Embora a ciência ainda tenha dificuldades de prever catástrofes naturais, a imprevisibilidade é um grande tema atual para diversos campos de estudo, a ação humana sobre que podem ampliar a problemática destas catástrofes devem ser repensadas.
Não se trata apenas de interferir em terremotos, rotas de asteroides, problemas climáticos e as mudanças no campo magnético do planeta, o problema é a dimensão social que cada catástrofe pode tomar, assim o vulcão Cumbre Vieja em La Palma, que não vítimas fatais, mas o problema da qualidade do ar, do desalojamento de famílias, da perda de renda familiar entre outros, o que preocupa é a possibilidade de uma catástrofe social, no momento, o governo de lá declara que o vulcão pode adormecer.
A catástrofe de Semeru na Indonésia, que contabilizou 34 mortos até o dia de ontem, e cuja previsibilidade não foi possível é uma fatalidade, porém o tsunami em Fukushima em 2011 que afetou uma usina atômica e tornou toda uma região inabitável tem a imprudência humana de construir usinas em áreas sujeitas a catástrofes, alerta para um grave e antigo problema: as usinas nucleares, os milhões de litros de água usada para resfriar a usina agora inativa, mas radioativa, foi despejado no mar.
Países europeus são os que mais usam usinas nucleares, e uma crise de abastecimento de combustível fóssil, em sua maioria vindo da Rússia, é um problema correlato, que agrava ainda mais o perigoso social, olhando o mapa (figura) percebemos também que muitas usinas estão na beira-mar e o risco de tsunamis é ainda mais grave, Fukushima ensinou.
No mundo 17% da energia utilizada é nuclear, 40% ainda é de carvão, o combustível mais antigo típico da primeira revolução industrial, o fóssil (petróleo) é 40%, hidráulico e eólica é apenas 2% com previsão de 3% para 2024, um crescimento muito pequeno para ser considerado um esforço que possa revelar uma mudança de cenário, claro que há interesses econômicos associados.
O grave problema das usinas nucleares, que podem ter elas próprias, acidentes como o de Chernobyl, não pode ser menosprezado o problema grave de alguma catástrofe natural que possa afetar os problemas das usinas, com enormes perdas sociais (em geral só se pensam as econômicas, que estão associadas é claro) que um desastre poderá causar.
No mundo são 440 usinas em funcionamento e 23 sendo construídas, a Europa tem 207 usinas e 7 em construção, pelo mapa se observa o enorme número a beira mar, em regiões habitadas e sujeitas a terremotos (as falhas tectônicas por exemplo), depois da Europa segue a América do Norte com 123 usinas, Japão, China e Coréia com 82 e 7 em construção.
Catástrofes naturais ocorrem, a Alemanha decidiu que não vai instalar novos reatores e que os atuais serão desativados após sua vida útil (32 anos no seu caso), a Turquia também abandonou a ideia de construir sua primeira Usina, no sentido oposto o Brasil após a inauguração de Angra-2 (situada a beira-mar) já discute Angra-3.
Uma completa consciência social deve antever também problemas graves que uma catástrofe nuclear poderia causar, e as consequências seriam duras para a humanidade.
É possível induzir um terremoto
Ouvimos falar de experiências realizadas pela Marinha americana em alto mar provocando pequenos terremotos de modo intencional, porém de modo não intencional atividades realizadas no solo podem induzir terremotos, uma equipe internacional de pesquisadores documentou a descoberta deste novo tipo em uma pesquisa feita na Colúmbia Britânica, Canadá, e publicada na Nature Communications no mês passado.
O terremoto foi descoberto quando a equipe estava estudando um terremoto causado pelo fraturamento hidráulico, um método usado no oeste do Canadá para extração de petróleo e gás, e que é isto que caracteriza o chamado terremoto induzido, a ação por bombeamento de água em rochas, vale o ditado água mole em pedra dura, neste caso não só fura como pode causar um terremoto.
Com uma rede de oito estações sísmicas, localizadas ao redor de um poço de injeção para separadas por alguns quilômetros de distância entre si, os pesquisadores liderados pelo PhD Hongyu Yu, do Instituto de pesquisas Geológica do Canadá e por Rebeca Harrington, professora de geologia da Universidade de Bochum, registraram dados sísmicos de aproximadamente 350 terremotos, claro todos de baixa intensidade, porém parecidos aos vulcânicos e isto sugere algumas observações a mais nas atuais erupções.
A observação é que 10% dos terremotos identificados possuíam características únicas, que eles se rompem mais lentamente, porém muito semelhantes aos terremotos vulcânicos.
A análise sugere que estes terremotos provocados por ações humanos, são mais lentos e tem longa duração, e na medida que se expandem tornam-se uma mistura dos dois tipos, por isto são induzidos, e a conclusão é que ações humanas podem causar e piorar as condições para futuros terremotos e erupções em áreas vulcânicas.
As duas consequências são então que o fluido bombeado na rocha gera um aumento de pressão suficiente para gerar uma rede de fraturas próximas ao poço, enquanto uma segunda consequência é que a ação exerce uma mudança na tensão elástica nas rochas vizinhas que podem ser transmitidas a distâncias mais longas, com consequências graves.
Se antes imaginamos que apenas a parte vegetal da natureza devia ser respeitada, descobriu-se que também rochas, leitos de mananciais e jazidos de pedras devem ser cuidados.
A Noosfera assim como diversas cosmogonias de povos originários afirmam isto: tudo é sagrado.
Entre a ciência e a superstição
Sempre que o tempo se altera: chuvas, enchentes, tempestades, furacões e agora vulcões e terremotos alguma coisa nos preocupa, é preciso separar aquilo que de fato é sobrenatural do natural que existe mesmo que catastrófico, a ciência ajuda, mas nem sempre tem respostas prontas.
Foi assim como problema da Covid-19 e está chamando a atenção agora o vulcão de La Palma por sua imprevisibilidade, porém ele tem ajudado a ciência que tem coletado um número bem maior que em outras erupções e sua variação também ajuda a estudar diversas influências, forma do solo, os terremotos e temperaturas próximas ao vulcão, o tipo de solo (no caso lá com várias fissuras em profundidade) e o tipo de efusão da lava.
Um recente artigo de opinião, a vulcanologia não é uma ciência que consiga fazer previsões, na verdade na opinião de físicos como Werner Heisenberg e filósofos como Edgar Morin suas previsões mesmo que possíveis são hipóteses, porém no caso da vulcanologia o Cumbre Vieja, vulcão de La Palma, tem ajudado.
Um artigo publicado na revista Science e que foi motivo de matéria no jornal El Pais, do pesquisador Marc-Antoine Longpré elaborou uma série de opiniões, entre elas que: “A previsão de curso prazo baseia-se na tecnologia e no reconhecimento de padrões de comportamento dos vulcões, bem como no aprimoramente constante, à medida que os vulcanologistas reúnem mais dados”, como é o caso desta erupção do Cumbre Vieja, em La Palma, nas ilhas Canárias.
O artigo publicado na prestigiosa revista Science, começa explicando que o mesmo teve 50 anos de repouso e historicamente é o mais ativo das Ilhas Canárias, entrou em erupção no dia 19 de setembro de 2021, e completará um dos mais longos períodos de erupção no dia 19 de dezembro, quando atingirá 3 meses de erupção e o artigo informa que a mais longa que se tem registro foi de 3 meses e 3 semanas.
Porém os padrões sísmicos se iniciaram na data de 11 de setembro, fiz o artigo: “o número de terremotos detectados aumentou rapidamente para várias centenas por dia, dos quais apenas um subconjunto foi localizado”, e agrupados em profundidades muito menores (<12 km) e de sismicidade menor que a anterior (em torno de 3 a 4 graus na escala Richter), e com um deslocamento para a área do vulcão que entrou em erupção no dia 19, isto já marca um padrão para erupções (veja os gráficos do autor).
Outro fato observado foi o aparecimento de duas fissuras, além da elevação do solo e a formação do cone vulcânico, cada fissura medindo cerca de 200 m de comprimento, a 1 km acima do nível do mar e 2 km da aldeia El Paraèso que foi rapidamente evacuada sem chegar a atingir os moradores.
O autor informa que a erupção não mostra sinais de diminuição, e fala do drama social para a população local e compara dizendo que é semelhante ao Kilauea, e pergunta se as partes interessadas, claro está incluindo os interesses financeiros e políticos, se a longo prazo será possível reduzir permanentemente o risco associado ao desenvolvimento urbano nos flancos do Cumbre Vieja?
Este é o fato social importante, prevenir mortes como aconteceu recentemente com a erupção do Vulcão Semeru na Indonésia onde foram registradas 14 mortes (hoje subiu para 34), o artigo foi profético neste sentido, uma vez que foi publicado dias antes desta erupção, sim são possíveis coisas extraordinárias e até mesmo sobrenaturais, mas quem tem autoridade para afirmá-las ? é preciso evitar fake news e clima de terror que em nada contribui, porém a cautela, como é o caso da Pandemia, é necessária e prudente.
Nova Pandemia e coimunidade
Mesmo tratando-se do mesmo virus é uma nova pandemia, a nova variante chamada pela OMS de ômega tem a de driblar as vacinas, sabíamos isto já de outras doenças infeciosas, se não erradicada a doença pode voltar e neste caso em que as variantes se manifestam cada vez mais complexas uma nova de infecção se espalha.
Muitos ativistas, cientistas e também a OMS defenderam que uma distribuição mais equânime das vacinas pelo globo auxiliariam o combate a covid 19, por isto a terceira dose (necessária, mas em outra etapa) eram retiradas de vacinas que poderiam ser doadas aos países mais pobres, como a maioria dos países da África, a Necropolítica do sociólogo Mbembe dos Camarões lembra isto, escolher quem deve morrer, mas neste caso ela implica numa Necropolítica global, pois sem uma coimunidade a Pandemia volta.
A palavra coimunidade cunhada por Sloterdijk foi pensada num sentido mais amplo, muito anterior a pandemia, ela faz sentido agora que olhamos um problema global.
A notícia boa é que mesmo podendo infectar pessoas já vacinadas, a infecção é menos grave se já vacinados, segundo o geneticista brasileiro Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika do Paraná, já estava claro que a variante não estava sujeita a infecção inicial, tanto infectados como vacinados não estão imunes a esta cepa ômega.
O número de infecções cresce na Europa, segundo dados da Reuters a cada três dias está se registrando um milhão de novos casos, que no total desde o início da pandemia já ultrapassa 75 milhões de infectados, o número de mortes também cresce: a Itália registrou 43 mortes, os inúmeros países que seguem em queda são a Rússia e a Ucrânia, porém ressalta-se que foram os primeiros a crescer em infecções e os números ainda são elevados.
Mesmo assim seguem protestos contra novas medidas de restrições devido a nova onda, a Alemanha teve manifestação neste final e semana.
O problema da Europa ainda não é a variante ômega e sim a baixa taxa de vacinação, chamada de hesitação vacinal, e ainda dizem que é um fenômeno global, no entanto em muitos países a vacinação avança, no Brasil já estamos próximos dos 80% vacinados embora não dê imunidade a variante ômega, reduz sua letalidade.
No Brasil várias festas de final de ano foram canceladas, e medidas de proteção devem ser pensadas urgentemente.