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Vita activa

11 set

Ainda Chyul-Han, o coreano-alemão de “A sociedade do cansaço”, parte da análise Ativode Vita Activa de Hanna Arendt (traduzimos Vita do latim, para vida até aqui), explicando que ela parte da prevalência na vida cristã da vida contemplativa, esclarece em nota que ela busca “uma mediação entre vita activa e vida contemplativa… assim descrita por São Gregório: ´temos de saber: quando exigimos um bom programa de vida, que passe da vita activa para a vita contemplativa, então, muitas vezes, é útil se a alma retorna da vida contemplativa para a ativa, de tal modo que se chama da contemplação que se acendeu no coração transmita toda sua perfeição à atividade.” (HAN, 2015, p. 39)

Esclarece o autor, que ela [Arendt]: “uma nova ligação de sua nova definição da vita activa com o primado da ação” (pag. 40), ela vai para um ativismo heroico, mas que ao contrário de seu mestre Heidegger que “pautou um agir decisivo no tema da morte” (idem), ela se orienta na possibilidade do próprio “nascimento do homem e no novo começo, em virtude de seu caráter nascivo, os homens deveriam realizar esse novo começo pela ação.”

Explica o autor que esta ação como nascimento, contém uma dimensão quase religiosa: “o milagre consiste no fato de os seres humanos pura e simplesmente nascerem, e juntos com esses, dá-se o novo começo que eles podem realizar pela ação em virtude de seu ser-nascido… “ (pags. 40 e 41),  citando Hanna Arendt.

Mas concerta uma possível interpretação moderna, pois Arendt que via na ação heroica inaudita de todas as capacidades humanas um “findar numa passividade mortal” (pag. 41).

Assim esclarece que as descrições de Arendt do animal laborans moderno não são aqueles da sociedade do desempenho, o animal “pós-moderno é provido do ego ao ponto de quase dilacerar-se. Ele pode ser tudo, menos passivo.” (pag. 41)

Acrescenta que a “perda moderna da fé, que não diz respeito apenas a Deus e ao além, mas á própria realidade, torna-se vida humana radicalmente transitória” (pag. 42).

Reivindica o homo sacer de Agamben, “são como mortos-vivos. Aqui, a apalavra sacer não significa ´amaldiçoado´, mas “sagrado”. Ora, a própria vida desnuda, que acabou se tornando radicalmente transitória, despida é sagrada, de modo que deve ser conservada a qualquer preço.” (HAN, 2017, p. 46).

HAN, B. C. A sociedade do cansaço. Petrópolis: Vozes, 2017

 

 

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