RSS
 

Entre as narrativas e o desenvolvimento interior

18 out

Antes de prosseguir com a história de Israel que envolverá ainda dois êxodos até a sua tentativa de dissolução como nação, uma leitura do livro “La crisis de la narración” (editora Herder, Argentina) esclarece um aspecto importante das narrativas modernas, ou daquilo que o autor chama de “pós-narrativas”, “contar histórias é vende-las”.

Ele esclarece que a “arte de narrar histórias como estratégia para transmitir mensagens emocionalmente”, hoje todos falam de narrativas para justificar sua pós-verdade, levou-nos a um paradoxo “que o uso inflacionário de narrativas pode manifestar uma crise na própria narrativa” , em outros tempos, as narrativas “nos acomodavam no ser”, dando sentido e orientação para a vida.

Havia uma verdade intrínseca, ou ao menos uma teoria completa de soluções que incluíam o homem como um todo, e ao contrário das atuais narrativas aligeiradas (distorcendo a narrativa original, quando baseada em alguma), “são a descrição das micronarrativas do presente, que carecem de toda gravitação e de toda pretensão de verdade”.

Fiel ao seu estilo, não é informativo nem ilustrativo, exemplo e categorizações plasmam de maneira caótica fatos e ideias ao longo do texto, e quando há narrativa original, é distorcida.

Esclarece, agora, para entender [determinado tema], não há nada que explique, ordene e uma. Não há relato, porque não há passado. Não há comunidade. Sem história, então não há esperança de futuro.

Conclui que “com a hiperatividade atual, que busca espantar o aborrecimento, nunca alcançamos um estado profundo de relaxamento espiritual”, o que é desenvolvido em outros livros seus como “A sociedade do cansaço” e “O aroma do tempo”.

Chama o homem atual de “phono sapiens”, que não conhece “o desenvolvimento da existência interior”.

 

Comentários estão fechados.