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Arquivo para março 23rd, 2022

Nem a peste nem a guerra nos alertam

23 mar

Veio a pandemia era esperada uma grande solidariedade global, um recolhimento nos faria ir um pouco além do nosso próprio ego, rever muitas coisas, incluindo o nosso dia a dia sempre corrido e muitas vezes sem sentido.

A guerra deveria nos alertar para a brutalidade, a crueldade e o massacre que ela proporciona e nos tornar menos bélicos e mais empáticos no cotidiano e solidário com os inocentes que são os primeiros a morrer diante da brutalidade.

Gerações que viveram a guerra contaram e escreveram sobre seus horrores, incluindo as guerras contemporâneas da Coréia e do Vietnã, e muitas na África, é bom não esquecê-las, porém a grande revolução na década de 60 eram os hippies criticando o consumismo, a geração paz e amor, inspirada em Ghandi e em vários místicos, porém hoje algo insensível está no ar: a justificativa da crueldade que é paradoxal.

Paradoxal porque a justificativa é o contrário do que é feito: a paz, a libertação, o fim da opressão e outros slongans que são mera propaganda, pois o que se faz é visivelmente contrário ao que se prega, e isto está em todos os âmbitos sociais, da cultura ao pensamento bélico.

O secretário geral da ONU António Guterrez em pronunciamento pediu o fim da guerra “absurda” citando a conquista cidade a cidade feito na Ucrânia e o massacre em Mariupol, onde 100 mil pessoas tentavam sair e são impedidas, é como se fosse um campo de concentração sem muros.

Kiev tinha parques, igrejas e locais de passeio que são o oposto da imagem da guerra (na foto o parque Kalynovka próximo a Kiev).

A guerra econômica travada através de sanções do ocidente terá graves consequências de abastecimento, não apenas de combustível que já vinha sofrendo no mercado mesmo antes da guerra, mas a escassez de alimentos pode levar ao terceiro ponto da crise civilizatória: a fome.

Sempre é possível retomar o diálogo, a negociação, impedir a proliferação da indústria da guerra, que movimenta bilhões de dólares em um mercado perverso e que vai em escalada crescente no meio de uma guerra, isso sem falar no perigo nuclear que é realidade global.

Devemos cultivar a empatia e a solidariedade, a esperança e principalmente o amor que rompa a cadeia de ódio que circunda todo o planeta, comecemos nós no dia a dia a depor as armas.