Arquivo para maio 31st, 2023
Hegel e a relação com o Absoluto
A relação de Hegel com o Absoluto é importante porque embora não esteja evidente, está presente na maioria dos conceitos religiosos e de poder na atualidade.
Para Hegel, o espírito só é espírito na medida em que é para o espírito, manifestando-se a si mesmo, assim sua forma de Absoluto é representação e na um Ser.
Por forma entende-se os diferentes momentos do conceito que se dividem em esferas particulares ou elementos particulares, em que cada elemento particular o Absoluto se expõe.
Há estágios para Hegel, de elevação da certeza à verdade, no idealismo está é a ascese. Consciência em geral tem no objeto exterior apenas um objeto; aquele que a autoconsciência que tem o eu como objeto do pensamento; e por fim, a unidade da consciência ou da autoconsciência quando o ser e o pensar se tornam idênticos e o Espírito contempla o conteúdo do objeto como a si mesmo.
Acrescenta Hegel, desmontando a relação da consciência com o Outro na elevação da Verdade: “Com efeito, o Em-si é a consciência, mas ela é igualmente aquilo para o qual é um Outro (o Em-si): é para a consciência que o Em-si do objeto e seu ser-para-um Outro são o mesmo. O Eu é o conteúdo da relação e a relação mesma; defronta um Outro e ao mesmo tempo o ultrapassa; e este Outro, para ele, é apenas ele próprio; Com a consciência-de-si entramos, pois, na terra pátria da Verdade” (Hegel, 2012).
Uma passagem importante da Fenomenologia e que dá introdução ao conceito mais importante de Hegel é a passagem da consciência à consciência-de-si. Para que a consciência saia da aporia de se deparar com algo que não pode compreender por meio das categorias até então empreendidas, Hegel usa a postura idealista de se admitir que sujeito e objeto, sendo ambos unidades formadas a partir da internalização de diferenças, possuem a mesma estrutura, a infinitude é somente este objeto para a consciência, sua “transcendência”.
Assim para-si não é nem a passagem em relação a Outro, nem uma ascese espiritual, é tão somente uma representação na consciência, esta sim uma ascese desespirituaizada.
HEGEL, G. W. F. Fenomenologia do espírito. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.