A pandemia e um alerta sobre a educação
A pandemia poderia ter auxiliado nossa compreensão humana, sobre as nossas limitações, sobre a nossa interdependência e sobretudo sobre as incertezas que vivemos desde o nosso nascimento, a vida assim como a bondade e o bem são frágeis e precisam ser cuidados.
Ao longo dos seus 99 anos, o pensador Edgar Morin viveu o que muitos de nós leu apenas nos livros, a experiência deste notável educador é que há um mal que todos sofrem em graus diferenciados, a compreensão humana, o humanismo que abranja todo homem e mude a vida.
A preocupação do filosofo nestes tempos de pandemia é a polarização política e religiosa, que em convergência com o pensamento de Jonathan Haidt, leva a ideia que a empatia e a consciência de coletividade são essenciais para evitar ou minimizar esta polarização perigosa.
O pensamento desenvolvido por Haidt em torno da pandemia é o fato que “estamos presos juntos por aqui”, leva a ideia de todos no mesmo barco, nome também de um livro de Peter Sloterdijk, é a partir dai que parte tentando levar a um novo horizonte de diálogo bem feito e civilizado, escuta paciente e aceitação de visões diferentes, de fato sempre aconteceram, mas a questão são as diferenças morais.
Não se trata de uma tarefa fácil, afirma Morin, os modos como nossa psicologia moral se desenvolveu alerta justamente para a educação, é preciso ensinar nas escolas e universidades a compreensão humana, porque é um mal do qual todos sofremos em determinado grau.
Além disto alerta o filósofo já quase centenário, é preciso ensinar que a única certeza em todo destino humano é que a vida é feita de incertezas, postamos na semana passada o ser-para-a-morte de Heidegger mal lido e mal compreendido, e que neste tempo de pandemia pode levar o ser humano justamente ao oposto para o qual estamos caminhando, a descoberta do infinito, do respeito ao outro e da moral, como quer Morin.
Uma análise fria nos deixa pessimistas, porque os perigos são tantos, mesmo com a vacina, com ela pode vir um problema ainda maior que é ignorar os problemas que temos além da pandemia, porém a insistência de Morin em temas educacionais e morais aponta um caminho bom.