Arquivo para March, 2013
Uma felicidade além do eu
Depois de tanto progresso técnico, científico e tecnológico, onde estaria a felicidade humana, Sêneca, pensador do século I da era cristã, apresenta algumas respostas:
“Todos os homens (…) querem viver felizes, mas, para descobrir o que torna a vida feliz, vai-se tentando, pois não é fácil alcançar a felicidade, uma vez que quanto mais a procuramos mais dela nos afastamos. Podemos nos enganar no caminho, tomar a direção errada; quanto maior a pressa, maior a distância”.
Não chega a ser uma resposta, mas há dicas: podemos nos enganar no caminho, então coragem e determinação para retomar a direção certa (ou pelo menos tentar), não ceder a pressa tão típica de nossos dias, não ficar apenas “procurando” pois existem pessoas capazes de nos ouvir e orientar, claro primeiro nossos entes mais próximos e depois aquelas pessoas que pela vida e pela conduta podem nos dizer algo.
Criado numa estrutura do sucesso individual, e do consumismo, a cultura do ter, o homem não tem tempo, paciência e coragem para encontrar-se com o Outro, na filosofia contemporânea isto é aprofundado por Levinas e Martin Buber, que mostra que não basta opor indivíduo a coletivo, mas o Outro, cada homem:
«O fato fundamental da existência humana não é o indivíduo enquanto tal, nem a coletividade enquanto tal. Consideradas em si mesmas, ambas as coisas são abstrações formidáveis. O fato fundamental da existência humana é o homem com o homem. O encontro do homem consigo próprio só pode verificar-se e, ao mesmo tempo, realizar-se como encontro do indivíduo com os seus companheiros». (Martin Buber)
O filósofo Heidegger chamou a atenção para o esquecimento do Ser, em função do Ente (as coisas que existem), mas alguns filósofos atuais chamaram a atenção para a superação da “existência monológica”, individual contrária a dialógica, segundo Martin Buber: “o homem não pode fazer-se inteiramente homem mediante a sua relação consigo próprio, mas somente graças à sua relação com outro homem”.
A existência dialógica: o “estar-a-dois-em-recíproca-presença” realiza-se no modo impar do encontro do homem com o homem, do eu com outrem (tu) e para quem crê o encontro com o Outro (Deus) no rosto do outro (Homem).
Para o filósofo Lévinas é a primazia da relação com o outro e, ao conferir a superioridade ao tu em relação ao eu, é revelada na epifania do rosto.
A ressurreição da Páscoa pode estar além dos ovos e bombons, num feliz encontro com o Outro.
Uma ponte entre o céu e a terra
Tantas situações e coisas parecessem absurdos: fome, injustiças, desumanidades, atrocidades; infelizmente ainda estamos perto do homem primitivo e pouco mudamos.
Que lógica tem isto num plano divino, é possível entender que ainda assim temos uma evolução, no plano do espírito que é a noosfera, evoluímos ou voltamos a estaca zero ?
Tantos porquês, tantos pensamentos, perguntas e filosofias podem ser sintetizada em uma frase de um homem, que num certo momento se sente tão homem, em toda a condição humana a ponto de esquecer sua ligação com Deus a quem chamava de Pai e chamá-lo de “Meu Deus”, como qualquer homem, ou melhor, como o último dos homens, numa cruz entre dois ladrões:
“Meu Deus, Meus Deus: por que me abandonastes ?” é um porque que responde, na visão da mística Chiara Lubich, uma ponte entre céu e terra, que reúne toda família humana através desta ponte.
Chiara Lubich fundadora do movimento dos focolares, escreveu o livro “O Grito” sobre este por que de Jesus.
Caridade, Perdão e Santa Ceia
A caridade cristã exige um amor universal, devemos amar a todos (não quer dizer concordar sempre) indistintamente, na amizade isto é opcional, mas o amor Philia que é um amor fraterno exige reciprocidade e assim a amizade pode se universalizar.
Na Santa Ceia, a última de Jesus com seus amigos ele quer universalizar a amizade deles e torná-la caridade, para isto a humildade de fazer aquilo que os empregados domésticos faziam: lavou os pés dos seus amigos, mas indicando um gesto de caridade e que isto deveria ser feito entre os seus discípulos.
Mas os filósofos pensaram sobre isto, alguns modernos pensaram na tolerância, mas esta se restringe ao campo jurídico e institucional, algo como “dar ao outro o direito que também tem”, mas aí surge uma batalha apenas legal, algo dentro da “força da lei”, mas a 2a. guerra mundial, o nazismo mas também Hiroshima, inauguram para muitos o pós-moderno.
Sobre o perigo da “banalidade do mal” de Hannah Arendt e Albert Camus, mas Derrida diz que o perdão é possível mas não no “simulacro, no ritual automático, no cálculo hipócrita ou naquelas cena que parecem representar”, e sentencia “uma comissão ou um governo não pode perdoar”, e assim precisamos de uma gesto humano, algo como “lavar os pés”.
A caridade exige além da humildade, o perdão mas somente diante do Infinito que é Deus podemos ter esta capacidade, por que o perdão envolve muitas vezes uma injustiça, pois conforme diz o filósofo Derrida: “diante do infinito, todas as grandezas finitas tendem a se igualar, de modo que o castigo torna-se algo quase indiferente”, portanto só diante de algo tão infinito que é Deus o perdão se tornará possível e poderemos lavar os pés uns dos outros.
Assim dos filósofos que pensaram o perdão foi Derrida que olhou fora do acontecimento de ordem política ou jurídica, o termo amnestia significa esquecimento, assim Anistia não pode ser um fato político, mas humano senão é hipocrisia e injustiça.
O lava-pés antecedeu o crime da sexta-feira da paixão porque o divino perdão já estava pronto, como Hanna Arendt diria sobre a barbárie da 2a. guerra mundial: “horror em si, na sua monstruosidade nua … tornando-se algo que os homens nem podiam punir adequadamente nem perdoar”, assim modernos e pós-modernos poderiam aprender algo daí.
20 mil acessos: nova marca história
Alcançamos no dia de hoje a histórica marca deste blog de 20 mil acessos no mês, agradeço aos blogueiros que leio, aos meus leitores e prometo para breve novas mudanças: aguardem !
Mostramos a convergência de dispositivos, desenvolvemos análises das redes sociais a evolução das tecnologias do grafeno e nanotubos, o controle da Web em muitos países, o sucesso da blogueira Marta Payne e da brasileira Isadora Fazer, agora a desenvolvedora de games Mackenzie Wilson.
Celebramos a prêmio nobel da paz da ativista yemenita Kawakkol Karman (junto as ativistas Ellen Jhonson Sirleaf e Leyman Gbowe), denunciamos a guerra civil na Síria desde o início, protestamos a eleição de Renan como presidente do senado, acompanhamos o mensalão, e as lutas políticas de Erundina e Marina.
Celebramos a posse do novo papa, alertamos a crise econômica em curso e fizemos a leitura de diversos pensadores sobre o momento da humanidade e confrontamos Morin e Bauman.
É uma noosfera em evolução, num momento particular da humanidade e de sua cultura.
Uma páscoa entre o moderno e o pós-moderno
Cada Páscoa é nova porque exige do homens a morte de algo que já está prestes a morrer, e uma ressurreição do novo, que já se mostra como pequenos e frágeis arbustos e sementes.
Estamos num momento particular em que no mínimo há O mal-estar na pós-modernidade (Zygmunt Bauman) e isto implica numa passagem nova, nova Páscoa e nova mentalidade para compreende a nova jornada que a humanidade já iniciou, ainda que muitas mudanças e crises se avizinhem, o importante é entender esse calvário e chegar ao novo.
Alguns se recusam ao prefixo pós para a modernidade, porque toda descontinuidade e morte trás um forte sentimento de insegurança e fragilidade.
O filósofo Gianni Vattimo, por exemplo propunha uma releitura de Nietzsche e Heidegger de modo que fossem minimizados os traços mais fortes deste pensamento, querendo resgatar a herança moderna.
Uma leitura atenta de Lyotard que inaugurou o termo em “A condição pós-moderna” não é outra coisa senão a superação de métodos e pressupostos da modernidade, portanto não é senão uma crítica no sentido mais positivo desta palavra.
Os textos de A modernidade – um projeto inacabado e O discurso filosófico da modernidade de Habermas, pretendia denunciar como irresponsável o discurso pós-moderno acaba ao dizer que a modernidade tardia não é senão também uma outra crítica a modernidade, mas seu livro Mudança Estrutural da Esfera Pública aponta as mudanças em curso.
Ambos podem se abrir para uma Páscoa, como fizeram Lévinas e Ricoeur ao abrir-se a alteridade e ao outro, que não abandonam os diagnósticos catastróficos daquilo que chamara de contemporaneidade: não se curvam ao modismo niilista, não ficam cegos as injustiças e violências dos tempos modernos.
Longe de criticar o homem atual como superficial, líquido ou pós-moderno, pode-se ajudá-lo em sua jornada, eis o Outro de Lévinas, Ricoeur e Martin Buber.
A singularidade tecnológica e ressurreição
O termo “singularidade” pode ser usado em funções matemáticas complexas, pontos de transição de curva ou de atratores de fractais, mas o uso tecnológico é determinar um ponto em que a máquina poderá ultrapassar o homem, que tornando-se híbrido, se tornaria meio homem e meio máquina.
O progresso tecnológico acelerado trouxe esta preocupação, mas isto não interrompe o curso da história humana, nem é seu primeiro invento, a escrita trouxe a necessidade da gramática, os óculos vieram junto ao livro impresso e usando óculos não nos tornamos ciborgues, apesar de inúmeras possibilidades de próteses, dispositivos como marca-passos e até chips são implantados hoje.
A ideia mais comum da “Singularidade” vem do advento da recente inteligência artificial, da rápida evolução de computadores e das promessas de computadores quânticos e de grafeno, com velocidades de até mil vezes as atuais e o crescimento levaria à singularidade.
Vernor Vinge e Ray Kurzweil, definiram a singularidade tecnológica como a criação de uma super inteligência, que poderia levar o homem até a imortalidade, para a qual Kurzweil diz estar se preparando tomando um monte de cápsulas e pílulas, que segundo ele o preparariam para isto; a revista Time chegou a prever o ano de 2045 para a imortalidade.
Se Jesus ressuscitou isto é o grande motivo para uma semana santa, pois se morreu até hoje todos morreram e ninguém voltou, e sua ressurreição é um fato místico e histórico.
Outro fator são os robôs como máquinas humana poderão aprender, raciocinar e crescer por conta própria, mas poderiam se comunicar de modo subjetivo como humanos, isto é, temos uma comunicação de alma, na noosfera, uma esfera espiritual que talvez as máquinas não façam.
Páscoa: significado sagrado e histórico
A Páscoa já era comemorada pelos judeus, por causa de uma ordem que Deus dirigia ao seu povo através de Moisés que está assim descrita no Levítico, que é o livro dos sacerdotes e, portanto, fala das celebrações sagradas e cultos:
Levítico 23-25 –
O Senhor disse a Moisés: “Dize aos israelitas o seguinte:
24. no sétimo mês, no primeiro dia do mês, haverá para vós um dia de repouso, solenidade que publicareis ao som da trombeta, uma santa assembléia.
25. Não fareis trabalho algum servil, e oferecereis ao Senhor sacrifícios consumidos pelo fogo”.
O pão e o vinho presentes na ceia judaica, continuaram presentes na celebração cristã.
Mas com a vinda de Jesus, esta “ordem” entrou na história e sem perder seu significado divino ganhou outro humano, e portanto compressível ao homem.
Assim os judeus comemoram a Pessach, que é a festa da liberdade, realizada para comemorar a saída do povo judeu do Egito, onde eram escravos para a terra de Israel.
Com a morte de Jesus na cruz, a antiga tradição de sacrificar um cordeiro, torna-se agora o sacrifício do homem justo, do homem honesto, no meio de dois ladrões, ou seja, como se fosse um deles.
Os espaços comunicativos da Web devem servir para a “passagem” para promover o bem comum e a justiça.
Continuar lutando pela justiça e pela liberdade parece um imperativo dos dias de hoje, assim podemos pensar numa verdadeira “passagem”.
Menina de 9 anos quer criar game
Crowdfunding são campanhas populares para criar algum projeto disponibilizando-o depois os resultados para todos (a crowd, a multidão).
Desafiada pelos irmãos que ela om apenas 9 anos conseguiriam cria um jogo, a pequena Mackenzie Wilson pediu U$ 829 em campanha de crowdfunding para fazer um acampamento e criar um game de RPG, e já arrecadou mais de U$ 22 mil (na noite deste domingo) que dá para pagar um curso de programação.
A campanha está sendo feita no site KickStarter, que é de crowdfunding para o game, vai até 19 de abril.
A menina gosta de computadores, vídeo games, aplicativos e jogos de RPS, e joga os games Magic The Gathering e Borderlands 2, que começou a jogar com o pai, mas percebeu que não eram próprios para sua idade, assim afirmou:
“Agora, eu tenho certeza de que meu jogo vai ser mais apropriado à minha idade do que os jogos que eu sou obrigada a jogar. Infelizmente, não há muitos RPGs legais para as crianças da minha idade que não sejam estúpidos ou tolos”, o motivo que foi ironizada pelos irmãos.
Ainda há quem diz que esta geração não é inteligente, e são superficiais, mas o que os adultos deveriam se perguntar é que natureza, que sociedade e que cultura eles herdaram.
Youtube já chegou a 1 bilhão
O plano era para o final do ano, mas bem antes a meta almejada já foi alcançada, conforme o site Mashable.
O YouTube fez sucesso instantâneo ao ser lançado por três ex-funcionários do Paypal em 2005, ganhando milhões de usuários já no primeiro ano, depois o Google comprou o site por US$ 1,65 bilhão em 2006.
O site tinha no ano passado já 800 milhões usuários únicos por mês, e nagora representa para o Google uma das maiores oportunidades de novas fontes de receita fora do tradicional negócio de publicidade no motor de busca.
A revista AdAge noticiou em janeiro que o Google planejava oferecer assinaturas pagas a alguns conteúdos ainda neste ano.
O YouTube procurou diversos produtores de vídeo, pedindo-os que se candidatassem para criar canais pagos, disse a AdAge, acrescentando que o primeiro desses canais poderia entrar no ar até o segundo trimestre.
A revista AdAgen afirma que os canais pagos poderiam entrar no ar em abril ou maio, cobrando de US$ 1 a US$ 5 por mês.
Facebook com perfil pago ?
Segundo notícia do Huffington Post, o pedido de patente feito pelo Facebook em julho de 2011, agora foi registrado com “funções pagas para perfis personalizáveis”, mas o design é antigo, resta saber se será válido para o design e serviços de hoje.
A ideia seria instalar a vença de serviços premium como uma nova forma de receita para a plataforma, que segundo o documento de patente: “Em determinadas personalizações, o usuário pode selecionar um ou mais objetos da rede social para substituir anúncios ou outros elementos que normalmente são exibidos para os visitantes da página de perfil do usuário, que de outra maneira seriam controlados pelo sistema de rede social”.
É claro que os usuários vão protestar, mas o pior para a ferramenta de Rede Social seria começarem a migrar para outras tantas interfaces que estão sonhando com este mercado.
O Facebook tem dito repetidamente que é “livre e sempre será.”, mas o seu modelo de negócios tem mudado repetidamente e irritado usuários, como no caso Instagram.
Sim poderá ser sempre livre, mas deixar uma interface obsoleta com serviços obsoletos funcionando e cobrar por serviços novos, isto é confundir o usuário.