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Arquivo para maio 21st, 2025

O que antecede uma guerra

21 mai

O prêmio Politzer de 2015 foi o escritor americano Anthony Doerr, cujo romance Toda Luz que não podemos ver retoma a questão da segunda guerra, e aquilo que acontecia na Alemanha no período anterior ao crescimento do nascimento, depois foi adaptado a uma série da Netflix.

Prefiro o romance, muitos destes autores basearam-se em documentos, cartas e relatos de testemunhas oculares de oito décadas atrás, filmes como A lista de Schindler (1993), O menino do Pijama listrado (2008), A queda – os últimos dias de Hitler (2004), baseado na obra de Joachim Fest, autor de uma biografia de Hitler e recusou-se a alistar na juventude hitlerista (foto de 1933).

Pessoalmente gostei do filme “A menina que roubava livros”, escrito por Markus Zusak que foi adaptado para o cinema em 2013 e a bem da verdade, foi o filme que me fez voltar ao livro, que de início achava depressivo demais pela morte que ronda a personagem Lisel Meminger, depois entendi que era um recurso que o autor usava para criar o ambiente criado pelo nazismo.

Faço destaque também das obras de Hannah Arendt que pensa filosoficamente a questão.

O autor romancista americano E.L. Doctorow, que escreveu Ragtime, Billy Bathgate – o Menino Gangster disse certa vez: “O historiador vai te dizer o que aconteceu. O romancista pode te dizer como foi a sensação”, já postamos aqui sobre romances lidos por estadistas.

Um livro do período da Alemanha num crescente nazista Crooked Cross, da autora Sylvia “Sally” Carson, inglesa, mas que se inspirava em amigos da Baviera, no início dos anos 1930, foi reimpresso pela editora britânica Persehone Books, e vem tendo destaque na imprensa (BBC, Correio Braziliense e outros).

O livro já apontava os horrores nazistas, com a more prematura de Carson em 1941 caiu no esquecimento, sua leitura dá para antever a “sensação” da Alemanha com o nazismo nascente.

A narrativa fala de um Natal da família Hans e Rosa Kluger com seus três filhos adultos: Lexa, Helmy e Erich que se reúnem para o Natal, com o pai sem salário dos correios, os filhos sem emprego e Erich com o trabalho sazonal de instrutor de esqui.

Erich deixa o trabalho e se sente “hipnotizado” por Hitler, Carson escreve:

“Ele não havia sido alertado sobre a destruição que seria causada pela libertação daquele poder pelo qual ele agora clamava com a voz tão rouca quanto os outros… Hitler era para eles como um esplêndido libertador; um deus… Seus braços se estendiam no mesmo sinal — uma floresta de braços pardos estendidos com os dedos apontando para o pequeno deus com um bigode de escova de dentes. Heil Hitler!”

Os períodos de crises podem nos levar a estes falsos libertadores, “salvadores da pátria” e cativar jovens para verdadeiros genocídios: a guerra, o ódio e os horrores que a seguem.

A paz exige pessoas e líderes que não se envolvam no clima de guerra do ambiente e que interiormente sejam realmente pessoas de paz, a crise ao redor deve ser analisada com cuidado e serenidade.

CARSON, Sally – Crooked Cross, UK: Persephone Books, 2025.