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Intimidade nova e mundo novo

24 dez

Na intimidade, em nossas “bolhas” que geramos nossa cultura, defendemos e promovemos nossas ideias, nossos valores e aquilo que desejamos para um mundo melhor.

O Natal de alguma forma ainda faz os homens se solidarizarem e pensarem de modo generoso no mundo futuro além da sua bolha, de seu egoísmo, e se isto se prolonga pelo ano um novo mundo pode nascer, mesmo estando numa crise pandêmica que já é também uma crise mais ampla.

As reflexões de Sloterdijk e de outros pensadores é como a interioridade tornou-se um mundo isolado, como uma “bolha”, e nela reflete o nosso estágio inicial de nossa vida no útero materno e se prolonga pela vida, a análise feita por Sloterdijk (também Bachelard o faz de outro modo, veja o post) é como a passagem bíblica do profeta Jonas no frente da baleia, que é ilustrativa deste modo de ser, de busca de uma “intimidade” de conforto.

Ao permanecer no ventre da Baleia, simbolicamente é o que buscamos como região de conforto, ou de segurança, num mundo hostil onde devemos buscar uma co-imunidade, uma defesa onde todos podem participar e usufruir de um bem-estar, estar no ventre é uma recusa deste passo.

O nascimento de Jesus para os cristãos significa o anúncio deste ventre, deste “reino”, nesses dias comemoramos a vinda através de um menino-Deus deste tempo novo de um mundo novo.

A passagem bíblica que relata o nascimento de Jesus diz que José e Maria foram para Belém, devido o censo feito pelo Império romano: “para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,5-7).

 

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