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2020: um ano para o qual não houve preparo

30 dez

A pandemia nos pegou de surpresa, é tanta que ainda há pessoas que não acreditam que ela está acontecendo, em números redondos são quase 82 milhões de casos de covid-19, 46 milhões de recuperados, e está chegando a quase 2 milhões de mortes no mundo todo.

A olimpíada do Japão foi adiada, se ocorrer será em escalar bem menor que as anteriores, aviões pararam depois de recordes de voos em 2019, que chegaram a ter em um único dia 230 mil voos, cidades inteiras vazias devido ao “lockdown”: Paris, Londres e outras grandes cidades europeias ficaram irreconhecíveis sem o agito diário e as economias em todo mundo se fragilizaram.

Muitos analistas anteciparam um pós-pandemia que ainda é incerto e assim como foi a pandemia imprevisível, de apocalípticos a utópicos, o que será a nova normalidade pode ainda ser indefinível.

Na política a polarização continuou, novas crises de problemas sociais antropologicamente graves como o racismo, o machismo e a xenofobia (vejam a análise de Sloterdijk no post anterior) vieram a tona, já que são problemas que sempre existiram na história humana.

Também uma palavra que defina o ano para aqueles que tem consciência deste conjunto de questões sejam resiliência, porém o uso adequado desta palavra implica num conhecimento ainda maior de seu significado: a capacidade do indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas ou alguma situação dramática.

Enquanto alguns países conseguiram reagir com resiliência, devido a cultura e as dificuldades políticas, a maioria dos países, ao menos do ocidente oscilou entre situações de restrições com fechamento de locais públicos: shoppings, bares, restaurantes e praças de espetáculos, e uma flexibilização que quase sempre levou a um aumento da covid-19.

Um ano absolutamente anormal que uma análise mais profunda só poderá ser feita a partir de algum distanciamento histórico e o que pode ocorrer depois da vacina é imprevisível.

 
 

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