
Finitude, guerras e paixão
Não nos referimos aqui a paixão emocional, porém aquela que os sofrimentos causam e que segundo o sentimento religioso (lembrando a paixão de Jesus) é também um momento de muitas mudanças trágicas e reafirmação de um alento salvífico.
O homem quando esquece de sua finitude se imagina dono do seu futuro e não olha ao lado.
A humanidade parece viver isto, agora no lado econômico, com uma economia já frágil devido as guerras, o tarifaço do governo Trump sobre as importações daquele país trazem uma forte instabilidade no comércio internacional, com reflexo no câmbio financeiro e nas bolsas.
Apenas alguns países com pouca expressão econômica ficaram fora deste tarifaço, as ilhas Seycheles, Burkina Fasso e algumas ilhas do pacífico, até mesmo o governo da Argentina que correu para algum acordo (Milei foi pessoalmente aos EUA) voltou de mãos vazias, a desculpa foi o atraso do helicóptero que levava Trump, mas pouco depois afirmou que exige que um afastamento da China que tem fortes investimentos lá, desde o governo anterior.
As tarifas lembram os níveis do Ato de Tarifas de Smoot-Hawley de 1930, aprovado por uma margem de 20 votos no Senado americano, que provocou uma guerra mundial global e aprofundou a Grande Depressão, conforme análise de especialistas em comércio.
Não apenas por estas tarifas, pois cresce a impopularidade do governo Trump, houveram diversas manifestações neste fim de semana nos EUA, até tradicionais parceiros os vizinhos México e Canadá estão nesta guerra, já com medidas de retaliação as importações dos EUA.
As bolsas asiáticas já abriram em “forte queda” nesta segunda feira, segundo diversos canais de notícias, e deve provocar além dos problemas econômicos agravamento nas guerras e uma onda ainda mais forte de governos autoritários, medidas de restrição de liberdade, etc.
Assim é um clima de paixão, não a divina, mas a humana, o processo civilizatório pode entrar em uma fase mais acelerada que as guerras militares em uma crise econômica e humanitária, que já é grave em quase todo o globo, tudo parece próximo ao cenário da pré-guerra de 39.
O Brasil na época, durante o início do governo Vargas (que depois de eleito se tornará uma ditadura) queimou toneladas de café nos portos, então uma riqueza nacional, para segurar os preços e isto encerrou o grande ciclo do café no Brasil e em especial no Estado de São Paulo, grande produtor.
Dois analistas econômicos André Valério e Rafaela Vitória afirmaram que “o cenário que já era complexo ficou consideravelmente mais incerto”, referindo-se também aos índices de produção no Brasil que tiveram uma leve queda em fevereiro/2025 apontou Rafaela no X (veja o gráfico).