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Arquivo para March, 2012

Bem-vindo a tecnologia no senso comum

07 Mar

A maior parte das críticas da Web vem de pessoas mal adaptadas ao uso de tecnologia, e faz muito sentido que a tecnologia e o uso real da tecnologia também estejam adaptados a estas pessoas, pois ninguém é obrigado por exemplo a usar os caixas automáticos dos bancos, mas uma coisa muito diferente é dizer que aqueles caixas servem “APENAS” para demitir funcionários ou para aumentar o ganho dos bancos, que continuam aumentando ‘’SIM”, mas a tecnologia incorporada ao dia a dia das pessoas tem outra função: ser PRÁTICA, ou deveria ter: tornar a vida burrocrática mais rápida e a saudável mais possível, a economia e a natureza sustentáveis, mas isto não significa menos humana e nem mais consumista.

Sim existe consumismo, mas de todo tipo até político e religioso, basta abrir os jornais.
Tive a inspiração lendo o ótimo artigo do blogueiro Danny Sullivan (seu blog chama-se Daggle) no canal de notícias CNET News, onde ele compartilha suas experiências com tecnologias, afirmando que o que ele quer, e é o que qualquer usuário quer, é simplesmente “que elas funcionem”, o que ele chamou de “tech no senso comum”.

Vale a pena ler o artigo do Danny, aliás, aproveito para dizer que leio ultimamente mais coisas inteligentes em blogs que em jornais, pois ele conta vários problemas tecnológicos, um deles que eu também tive com a localização de GPS que dá lugares doidos como localização.

Mas não é só a tecnologia, a nossa vida moderna não funciona bem, com a imensa riqueza que construímos ela continua mal distribuída, mal usada e não traz efetivamente felicidade, muitos economistas se aperceberam disto e discutem o que de fato significa “desenvolvimento”.

Voltando ao senso comum e ao artigo do Danny, ele diz que esperava que alguns problemas os próprios fabricantes resolvessem sozinhos, mas provavelmente não farão  e então ele vai continuar contando problemas com a tecnologia no seu blog, e faço meu acrescimento pessoal é algo que a cidadania digital poderá ampliar, o uso das pessoas do senso comum, da multidão para ajudar o aperfeiçoamento de dispositivos, de sistemas e por que não de estruturas sociais inteiras, é isto que entendo por um autentico “crowdsourcing”.

 

CeBIT: começa a maior feira do setor

06 Mar

Com uma expectativa de público de 350 mil visitantes, com 4,2 mil expositores e uma presença especial do Brasil como parceira este ano começa o CeBIT, Angela Merkel, chanceler da Alemanha, o chefe do conselho de administração do consórcio Google, Erich Schmidt e a presidente do Brasil Dilma estarão na abertura do evento que poderá ser acompanhada na Web por um canal de vídeo.

O evento terá como slongan “Managing Trust – Confiança e segurança no mundo digital”.

Haverá uma cobertura demais de 5 mil jornalistas e estima-se que serão realizados mais de 7 milhões de contatos comerciais, o que evidencia a importância do evento.

Além de fortes negócios com expositores como a IBM, Sharp, Samsung, Google, Facebook, IBM, SAP e Microsoft e outros, os temas fortes deste ano serão a questão de “segurança e privacidade dos dados” e a “computação em nuvem”, que segundo a empresa alemã Bitkom deverá crescer 47% neste ano na Alemanha, chegando a um faturamento de 5,3 bilhões de euros.

Temas já consagrados como mobilidade e redes sociais estarão presentes com destaque no evento.

Devido à crise econômica, a concorrência de outras feiras no setor agora se deslocando para a Ásia, há uma tendência de baixa no número de expositores, mas espera-se um crescimento de 2% em relação ao ano passado.

O Brasil é um parceiro do evento este ano e terá 80 empresas do setor participando.

 

Novos debates sobre o ACTA

05 Mar

Uma Comissão Europeia passou cinco anos negociando o ACTA apenas com as corporações, como denunciaram sites como o TechEye, mas quando veio a público as reações foram imensas, e muitos governos começaram a dar as costas ao tratado autoritário com as manifestações e debates conforme anunciamos no último mês.

Mass agora uma Comissão está lutando para manter o acordo vivo, tentando receber a bênção do mais alto Tribunal de Justiça da União Européia, agora a Web começa a se mobilizar de novo pois agora trata-se do ACTA sobre a nossa liberdade de expressão, privacidade e democracia.

Agora começa uma atuação junto a Comissão, que é versada em evasivas burocráticas, da ação de grupos de pressão, ativistas digitais com um abaixo-assinado proposto pelo grupo Avaaz, que diz em sua manifestação “Hora de vencer”, quer dizer derrotar de vez o ACTA.

Assim como as mídias anteriores tiveram que lutar por sua liberdade, a Web também está sofrendo ameaças, os grupos europeus apelam para o Tribunal de Justiça da União Européia que ofereça uma completa e justa audiência ao ACTA, e que as ameaças às liberdades fundamentais de opinião e expressão sejam reveladas e denunciadas.

Sites como o PressEurope citam diversas declarações como a do diário El País, que relata que relata que uma petição assinada por 2,5 milhões de cidadãos europeus foi apresentada aos deputados, e que afirmou: “. A licitação para os prestadores de serviços de Internet responsáveis ​​pelos conteúdos, que os opositores do acordo argumentam que abrem a porta à censura digital.”

O debate vai esquentar de novo na Europa, e os ativistas digitais não prometem trégua.

 

Geração Y: vida conectada será benefício ?

03 Mar

Segundo notícia da Reuters, uma pesquisa feita com 1.021 profissionais da tecnologia, realizada pelo Pew Research Center, intitulado “Millennials will benefit and suffer due to their hyperconnected lives” (Os milleniuns se beneficiarão ou sofrerá com suas vidas hiperconectadas”), realizada sobre o comportamento de adolescentes e jovens da chamada “geração Y” (ou Millenium), eles ficaram divididos sobre como serão os futuros profissionais desta geração.
A assim chamada geração Y cresceu em meio a uma extremada competição e um forte individualismo, assiste a diversas modificações das visões políticas e existenciais, e um fator estudado nesta pesquisa é que influência a tecnologia tem.  A pesquisa considera que são desta geração os nascidos após 1985, assim teriam menos de 35 em 2020, mas há em quem considere os nascidos após 1980.

A pesquisa divulgada na última quarta-feira estabeleceu que 55% dos jovens terão os cérebros com “conexões” diferentes dos cérebros de pessoas com mais de 35 anos, permitindo bons resultados em termos de se localizar respostas rapidamente, por outro lado, 42% se declararam pessimistas e pensam que os usuários de tecnologia se distrairão mais facilmente, não terão capacidade para raciocínios de profundidade e serão pessoas apenas satisfazendo as necessidades imediatas.

Uma resposta alentadora e interessante é que os entrevistados compreenderam bem que necessidades terão os profissionais em 2020: solução de problemas de modo colaborativo; a busca efetiva de informação online, mas também uma boa avaliação da qualidade da informação disponível nestes meios.

Sem estigmatizar esta geração, podem-se verificar ainda valores coletivos, tolerância a diversidade política, cultural e religiosa, maior capacidade de compartilhamento, anseio de valores mais humanísticos, enfim assim como outras gerações (veja nosso post) esta também traz novidades “positivas” (para esta geração talvez isto nem faça sentido) e pode-se fazer uma leitura menos preconceituosa e mais otimista.

 

Entramos no terceiro ano do blog

02 Mar

No dia 2 de março de 2010 lançamos com o post Um chip para leitura eletrônica nosso blog, no dia de hoje entramos no terceiro ano deste aventura, tendo completado em 29 de fevereiro último mais um record com o alcance de 13000 acessos num mês de 29 dias, com acessos registrados em mais de 60 países, sendo que o site ainda é apenas em português, com um total de 414 acesso em Portugal, 400 nos Estados Unidos e 107 na França, mas nos orgulhamos mais ainda dos acessos em países árabes e africanos.

Com este post chegamos a 438 post, mais de duas centenas de comentários e já temos leitores e pessoas com contato permanente via blog.

Estamos atentos não apenas as mudanças de tecnologias, produtos e atividades deste meio, mas a falta de transparência na vida pública, a corrupção e os desmandos de governos autoritários, encampamos a campanha do Ficha Limpa vitoriosa mas sob ameaça de políticos sem valores, a luta por uma economia mais participativa, os apelos da sustentabilidade e a opressão em países onde o povo busca regimes menos opressores e mais justos.

Conforme postamos ontem Clay Shirky, considerado um dos maiores pensadores das mudanças provocadas pelas novas mídias, citando algumas ideias não apresentadas no post de ontem, constatou que “a ideia de que as pessoas se comportam de forma diferente quando estão fazendo algo por amor ou por dinheiro não parecerá tão surpreendente para quem quer que já tenha tido um emprego e um hobby”, referindo a teorias da motivação da década de 1970, onde a idéia da recompensa do tipo “estímulo e resposta”, o autor conclui lendo alguns psicológos que “o pagamento pode esvaziar outros tipos de motivação” na página 69 do seu livro “A Cultura da participação” que estuda a generosidade no mundo conectado.

O mundo dos conectados não é apenas livre, generoso e criativo como pensa Shirky e muitos outros, ele é sinal de um mundo mais unido, onde os diferentes poderão se entender, compartilhar e trabalhar juntos por uma sociedade mais solidária, mais fraterna e com menos poderosos oprimindo os humildes, este blog espera dar sua singela contribuição.

O objetivo deste blog é difundir uma cultura de paz, de compartilhamento e de humildade para auxiliar a construção de um mundo novo, mais justo e fraterno.

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Generosidade e participação no mundo conectado

01 Mar

A medida em que cresce a participação no mundo conectado vai ficando mais claro, para estudiosos sem preconceito, que este mundo favore valores como generosidade e colaboração.

Estas são algumas das conclusões do livro “A Cultura da Participação” de Clay Shirky, lançado pela Zahar Editores no ano passado e cuja versão original de 2010 tem o título em inglês: Cognitive Surplus – creativity and Generosity in a Connected Age, o livro começa com algo que descobri num voo entre Madrid e Londres, numa das primeiras viagens ao exterior, o ingles toma gim e não wisky ou cerveja como pensamos, ele conta que em 1720 Londres estava ficando bêbada de tanto gim, e uma valvula de escape para os novos e profunos stresses da vida urbana e uma crescente abertura de cafés e restaurantes que ficavam até altas horas abertos.

Pulando o cinema, ao meu ver valeria a análise também veja-se os premiados pelo Oscar este ano, Shirky diz que a TV foi o nosso gim depois da década de 1950 e “não vemos apenas TV boa ou TV ruim, vemos tudo: novelas, sitcoms, comerciais, o canal de compras”, lembro quando ainda criança ficavamos até o sinal de TV sair do ar.

Ver TV cria, assim, uma espécie de monotonia, o autor cita um artigo de Luigino Bruni e Luca Stanca no Journal of Economic Behaviour and Organization, autores que tive o prazer de conhecer pessoalmente e atesto a competência e valores de ambos, enfatiza Shirky citando os autores “A televisão pode exercer um papel significativo no aumento do materialismo e das aspirações materiais das pessoas, levando assim, os indivíduos a subestimar a importância comparaiva das relações interpessoais para uma vida satisfatória e, consequentemente, a superinvestir em atividades geradoras de renda e subinvestir em atividades relacionais significa passar menos tempo com os amigos e a familia, … “.

O autor diz que “agora, pela primeira vez na história da televisão, alguns grupos de jovens estão vendo menos TV que os mais velhos”, e o autor cita um estudo de Paul Bond: “Study: Young People Watch Less TV, publicado no Hollywood Reporter.

Shirky mostra que está errado o raciocínio “que todos os desvios desta tradição sagrada [que nega o uso social das novas mídias] são tão repugnantes quanto nocivos”, pois ele atesta que mesmo a internet tendo 40 anos e a Web metade disto, “algumas pessoas ainda estão perplexas com o fato de que membros individuais da sociedade, antes felizes em passar a maior parte do seu tempo consumindo, comecem voluntariamente a fazer e a compartilhar coisas”.

É o que chamamos de transformação do consumidor em produtor, e como atesta Shirky “compartilhar é sem dúvida uma surpresa”, ao meu ver muito bem vinda. Compartilhemos.