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A salvação do belo
A harmonia e a paz têm uma profunda relação, basta ver como são os países antes e depois das guerras, basta ver cidades e até mesmo rios e florestas numa região de guerra.
Não se trata de fechar a chave regiões do planeta, através do clima e da alteração do meio ambiente o reflexo em toda criação é imediata, pois mesmo que queiramos viver numa bolha o contato com o ar, a água e as riquezas é impossível de ser notado.
Isto se transporta também para a cultura e para a política, tudo parece um reflexo do maltrato e da falta de sensibilidade ao que é realmente belo e está em harmonia, muito do desastre cultural de nosso tempo vem desta relação.
Para Hegel, segundo sua visão de estética e por consequência do Belo, é a ciência que se ocupa do belo artístico e não o belo natural, para ele o belo natural é produto do espírito (Geist), e, sendo seu produto, é partícipe da verdade e de tudo que está na natureza, veja que este espírito chama de “transcendência” o que liga os “objetos” ao que existe na natureza, assim é espírito “holístico”, mas não místico e está fora do homem, sendo alcançado pela ciência.
A escultura é considerada uma arte “nobre”, afirma Hegel: “A escultura introduz o próprio Deus na objetividade do mundo exterior; graças a ela, a individualidade manifesta-se exteriormente pelo seu lado espiritual” (Hegel, 1996, p. 113), novamente o exterior é objetivo, uma escultura e não um Ser, o outro e com ele toda sua subjetividade.
Já o simbolismo foi a que “procura realizar a união entre a significação interna e a forma exterior, que a arte clássica realizou essa união na representação da individualidade substancial que se dirige à nossa sensibilidade, e que a arte romântica, espiritual por essência, a ultrapassou” (Hegel, 1996, p. 340).
Para o filósofo germano-coreano Byung-Chul Han que escreveu Die Errettung des Schönen (A salvação do Belo) elabora um novo fio condutor para a questão do belo, com aquilo que já chamou em outros livros de “falta de negatividade de nossa era”.
Estamos na era do plástico, do vidro e do liso, a “imperfeição” é parte da criação e assim, não é o belo grego, as novas formas que a cultura contemporânea busca, que encontraremos uma nova cultura e um modo criativo de relação com a natureza.
A subjetividade está confusamente lisa, sem interioridade e dificuldades (A sociedade paliativa de Chul-Han), submete-se a um simplismo que quer tudo aplainar e polir, terapias para superar o medo, a angústia, até o culto religioso é o repetitivo e a pura “doutrinação”, leituras sem nenhuma hermenêutica e cheias de exegese antiga e superada, assim como as palestras deve divertir e não ensinar, meios de comunicação são confundidos com os seus fins (que é para-comunicação).
O contato com o belo da natureza é modificado por sua “dominação”, “exploração” e uma cultura do liso se estabelece, Han dá como exemplo a arte de Jeff Koon (ver foto acima), de figuras plásticas idealizadas.
HAN, B.C. Die Errettung des Schönen (A salvação do Belo), DE: Fischer Verlag, 2015.
HEGEL, George W. Cursos de estética. São Paulo: Edusp, 2001.
Guerra mitigada e paz distante
Tanto na faixa de Gaza quanto na Ucrânia estão sendo mitigadas, as duas principais guerras e as mais ameaçadoras de uma guerra total, a espera de uma paz a partir do governo Trump não se concretizou, o que ele quer é uma pax romana, ou seja, o domínio dos vencidos.
O governo atual dos EUA negocia terras raras com a Ucrânia, em troca de equipamentos, estas terras têm custo alto e são usadas tanto em lentes de câmeras e telescópios, para maior precisão visual, como em refinamento de petróleo, num processo chamado craqueamento.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou sexta-feira (7/02) que está disposto a este acordo em troca de apoio à guerra, a região próxima ao rio Dnipro é rica neste minério, e revela os verdadeiros interesses da guerra, além da forte produção de grãos da Ucrânia.
Na faixa de Gaza houve nova troca de prisioneiros, no sábado (9/02) três sequestrados pelo Hamas foram trocados por 183 prisioneiros palestinos, a volta dos israelenses não encerrou o drama, porque ao chegarem descobriram que os familiares foram mortos no ataque do dia 7 de outubro que iniciou o conflito.
O plano de Trump para Israel, porém é o domínio da região da faixa de Gaza, onde os palestinos consideram como seu território, foi saldado por Netanyahu como “revolucionário”, já para os palestinos significa a continuidade do conflito e a constante ameaça dentro de suas fronteiras.
No domingo (09/02) foi anunciada a retirada completa das tropas israelenses do chamado corredor de Netzarim, que dividia a Faixa de Gaza em duas permitindo o deslocamento do sul para o norte (foto).
Trump segue uma política de taxação, uma autentica guerra de comércio, diz que vai anunciar no dia de hoje tarifas de 25% sobre alumínio e aços importados pelo país, a decisão atinge o Brasil, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) afirmou que não vai se pronunciar.
Também a retirada dos EUA da OMS (organização Mundial da Saúde) foi anunciada, e foi seguida pela Argentina, Trump acusa a Organização de desvio de verbas para outras finalidades e uso político destas verbas, contrárias aos interesses americanos.
Também o comércio com a China e Rússia está abalados, os países bálticos Estônia, Letônia e Lituânia completaram ontem a migração da rede elétrica da Rússia para o sistema da União europeia, encerrando os laços da era soviética e em busca de maior segurança para os países.
O cenário é de mitigação da guerra, podendo a qualquer momento ocorrer uma escalada maior, porém a esperança em construir uma paz sustentável não foi abandonada, ainda forças do mundo árabe e da Europa procuram soluções diplomáticas para estas guerras brutais.
São os interesses econômicos que estão em jogo, acima do político, os ânimos estão fora de controle não só nos países em guerra, mas em toda parte há um posicionamento polarizado.
A volta a serenidade, a consciência que na guerra todos perdem, e os mais fracos são sempre os mais explorados e sacrificados, deve ser base para conversas mais humanísticas e menos econômicas e ideológicas, a paz deve se sobrepor aos interesses dos ditadores.
Um clima de liberdade, paz e justiça é o único caminho para uma paz sustentável.
Urgente: conforme nossa análise ao final do dia o grupo islamista acusou Israel de violar cessar-fogo ao atacar civis que tentam retornar ao norte da Faixa de Gaza e Israel colocou as suas forças em alerta máximo.
O nacionalismo, o medo e a guerra
Não é a primeira vez na história que o medo toma conta da sociedade, aparecem as diversas doenças psíquicas, como a depressão e a síndrome do pânico, e as sociedades parecem se fechar, para surpresa geral, a Alemanha sempre tão a frente, tem o avanço da AfD (Alternativa para a Alemanha) que é a volta da ultradireita.
O problema da imigração agora na Alemanha aparece, sob protesto no bordão “somos o cordão sanitário”, quando ocorreu uma moção anti-fluxo imigratória e uma votação apertada da Lei do Fluxo Migratório, a crítica se dirige ao candidato a chanceler federal alemão Friedrich Merz, da União Democrata Cristã (CDU), e manifestações em todo país aconteceram.
O candidato é o líder das intenções de voto para assumir o governo alemão na eleição de 23 de fevereiro, embora conservador se distancia das pretensões ultraconservadoras da AfD.
O significado destes movimentos, leis e crescimento de posições cada vez mais conservadoras é uma reação à sensação de desmoronamento das raízes civilizatórias das diversas sociedades e um crescente movimento de deterioração moral e político das instituições sociais.
Não se trata de uma zona de conforte e sim uma “zona de segurança” diante de uma ameaça cada vez mais presente de uma crise civilizatória sem precedentes, e sem um elemento de paz e esperança que possa amenizar estes processos de mudanças sem limites dos costumes.
O medo é quando as reservas morais de esperança e fé no futuro se contraem, tanto no nível pessoal quanto no social, os jovens que preferem se fechar e ficar “escondidos” em casa são um reflexo desta “zona de segurança” enquanto que os que saem abandonam qualquer limite.
As forças pacificadoras, além de combaterem os extremismos devem também semear a paz e a esperança e diminuir os ataques frontais aos extremismos que apenas os fortalecem.
Não ter medo é também um importante ingrediente destas “batalhas”, mostrar serenidade e tranquilidade diante de situações adversas ajudam a minimizar os efeitos da intimidação e do assédio que caracterizam as forças extremistas, elas se alimentam do medo e da violência.
Os verdadeiras núcleos de esperanças são inclusivos, não se motivam por provocações ou narrativas que defendam suas posições como únicas verdadeiras, não se trata de relativismo, mas de iluminação e desativação do medo que caracterizam as sociedades mais fechadas.
Somente a paz entre os povos pode garantir a esperança de um mundo mais saudável e fraterno para todos, sem exclusões.
Paz provisória em Israel e difícil na Ucrânia
Seguem em passos do acordo Hamas/Israel, na quinta feira (30/01) foram libertados 8 reféns, sendo 3 israelenses e cinco tailandeses, em troca de 110 prisioneiros palestinos, o Hamas vai soltar a lista do total de reféns, porém Israel continua atacar posições do Hezbollah no Líbano, destruindo casas.
A paz na Ucrânia tem poucos detalhes divulgados pela imprensa, sabe-se que há movimentos nos bastidores, e que uma parte do acordo seria o retorno do gás russo para a Europa, depois de penalizar a economia russa com sanções, e o fornecimento de gás é uma delas com o recente bloqueio de passagem do gás russo pelo território da guerra.
Keith Kellogg, enviado de Trump para negociar a paz entre a Ucrânia e a Rússia, disse em uma entrevista na sexta-feira (31/01) que o fim da guerra pode acontecer em meses.
Lá a tática tem sido bombardear refinarias russas, dentro do território russo, enquanto a Rússia destrói as fontes energéticas da Ucrânia, lembrando que o gás é usado na Europa também para aquecimento e estamos em pleno período de inverno.
No plano diplomático a Rússia mantem influências em países vizinhos como a Geórgia, a Sérvia (não sem protestos) e a instável Bulgária, segundo a ex-comissária da UE Mariya Gabriel devido a corrupção, ela deveria ser primeira-ministra, porém reassumiu Dimitar Glavchev como interino.
Dificilmente um acordo será possível sem a Ucrânia ceder parte de seu território à Rússia e a questão oculta nos acordos são as crescentes provocações, agora com navios russos com carga atômica aproximando-se da Noruega (foto) que integra a OTAN, embora o navio tenha mantido as regras marítimas há desconfiança sobre suas verdadeiras funções, como por exemplo, colocar equipamentos que possam cortar cabos marítimos de comunicações no fundo do oceano.
Há conversas de bastidores, o governo Trump está empenhado em conseguir a paz ao mesmo tempo que não parou de enviar munições a Ucrânia, que passou a atacar o território russo e tornou a guerra mais intensa e em nova escalada.
Salientamos nos posts da semana passada as funções da linguagem, e já não mais linguagem neutra, até mesmo forças internacionais mediadoras são forçadas a tomar decisões entre as partes em litígio, as vozes pela verdadeira paz são abafadas em nome de narrativas parciais.
Uma paz frágil
Apesar do cessar-fogo Israel e Hamas continuam a trocar acusações de violação do acordo, entretanto o Hamas libertou quatro mulheres soldados israelenses que eram reféns (segundo o governo de Israel serão 6), no sábado 25/01, enquanto Israel libertou 200 palestinos, segundo a imprensa de Israel, 120 são terroristas que decapitaram civis ou praticaram outras atrocidades.
Israel também vem retirando parte de seu exército do norte de Gaza, mas parte das acusações do Hamas é que ainda impedem o retorno de palestinos àquela região (foto).
Situação parecida vive a Ucrânia, onde os soldados russos atiram em civis que tentam retomar sua casa, assim a Rússia vai ampliando a ocupação no leste da Ucrânia, territórios próximos a Donesk cujo território a Rússia controla e reivindica sua posse.
A Rússia, segundo declaração de Putin, vê como favorável o encerramento da guerra, porém a situação é frágil porque a Rússia recrutou mais 150 mil novos soldados, ultrapassando a marca de 1 milhão de militares na ativa, o que é visto como desproporcional a guerra da Ucrânia, que tem dificuldades de recrutar novos militares e tem um exercito em torno de 600 mil.
Enquanto o novo governo dos EUA de Trump, fala em fim imediato da guerra na Ucrânia, aumentam as suspeitas na Europa que a Rússia criaria conflitos em outras regiões da OTAN, cujo efetivo não passa de 90 mil militares na ativa, porém cada país tem seu exército nacional e os orçamentos militares se ampliam em quase toda Europa.
Na segunda guerra mundial, é preciso lembrar que os EUA só entraram na guerra após o ataque de Pearl Harbor (7 de setembro de 1941), feito pelos japoneses, 2 anos após o inicio da guerra (1 e 2 de setembro de 1939) quando a Alemanha invadiu a Polônia.
A deportação e imigrantes ilegais nos EUA, promessa de campanha de Trump, teve um novo obstáculo quando a Colômbia rejeitou a extradição de seus compatriotas, e gerou um imediato conflito diplomático entre os dois países, com barreiras econômicas feitas pelos EUA, que foram retiradas nesta madrugada (27/01) após aceitação dos deportados.
As fronteiras da Venezuela também seguem em escalada militarizada, inclusive com o Brasil, não só é ruim para a paz, como também para a democracia porque cresce o poderio bélico.
A esperança de paz não pode ser ingênua e negar o panorama bélico atual, é preciso desarmar e recuperar os direitos civis em ameaça em cada canto de guerra no planeta.
Dificuldades e paz possível
Na manhã do domingo Israel voltou a bombardear o norte da faixa de Gaza, matando 8 pessoas, devido o atraso na entrega da lista de reféns, o Hamas admitiu o atraso “por razões técnicas” mas ratificou o acordo, e emitiu a nota: “Como parte do acordo de troca de prisioneiros, decidimos libertar hoje: Romi Gonen, 24 anos, Emily Damari, 28 anos, e Doron Shtanbar Khair, 31 anos”, disse Abu Obeida, disse o porta-voz do Hamas.
Mais tarde houve a libertação, em comunicado o exercito de Israel declarou: “As três reféns libertadas serão acompanhadas pelas forças especiais das FDI (exército) e pelas forças do ISA (segurança) em seu retorno ao território israelense, onde passarão por uma avaliação médica inicial”, ficaram 471 dias no cativeiro.
Os reféns foram entregues a Cruz Vermelha (foto) e encaminhados para Israel, ainda haverão mais duas etapas até que o acordo seja cumprido, segundo vários especialistas (como Rubens de Siqueira Duarte, professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Militares da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército) é um passo importante, mas a paz é ainda incerta.
As etapas são importantes porque o caminho da desconfiança (histórica) deve ser ultrapassado com cuidado e mostrando boa vontade de ambas partes, agora espera-se os prisioneiros que são militantes do Hamas serem soltos.
No outro front perigoso no leste europeu, a posse de Trump no dia de hoje, o cansaço da guerra que já está presente de ambos os lados, podem apressar um cessar-fogo, lá as forças envolvidas podem mostrar-se mais resistentes, porque envolvem questões territoriais difíceis de serem negociadas (a Rússia já domina 30% do território ucraniano, que tem apenas a região de Kursk tomada dos russos).
Acredita-se que Trump deverá deixar de dar apoio à Ucrânia e então seria forçada, na sua lógica nacionalista de que devem se envolver em questões “a América primeiro”, porém as ameaças à Groenlândia e ao Canadá são inaceitáveis para a paz mundial.
Qualquer acordo deve também, como no caso Hamas/Israel, ter concessões bilaterais.
A paz é desejável, o cessar foto é um passo, porém para ser duradoura deve ter aspectos fundamentais de direitos dos povos e condições humanitárias respeitadas.
Urgente: gabinete de Israel aprova acordo de paz
O gabinete dos ministros de Israel votou a favor de cessar-fogo que entra em vigor a partir de domingo, inicialmente durará 42 dias, prevê a devolução em etapas dos reféns e a retirada de Israel, também gradativa da faixa de Gaza.
Segundo o jornal Times of Israel, 24 ministros votaram a favor, enquanto oito votaram contra a aprovação, o ministro das comunicações Shlomo Karhi não compareceu, a nota diz: “o governo aprovou a estrutura para o retorno de reféns”.
O primeiro-ministro do Qatar Sheik Mohammed bin Abdulraham al Thani, que mediou o acordo, afirmou a “necessidade de ambas as partes se comprometerem com a implementação de todas as fases do acordo” para evitar o “derramamento de sangue civil”, os detalhes da segunda e terceira fase serão conhecidos após a implementação da primeira fase.
Que esta paz se espalhe para outras regiões em conflitos e ameaças graves de forças bélicas imperialistas.
Paz ou trégua no Oriente Médio ?
Um acordo de paz foi comemorado onde no Oriente Médio, mas ainda pairam dúvidas sobre as reais condições deste acordo, maus acordos apenas protelam ódios e reorganizam forças.
Um acordo de cessar-fogo apenas significa um novo balanço militar na região, conforme avalia Binyamin Netanyahu primeiro-ministro de Israel, na prática com os Estados Unidos dando as cartas na região e um recuo do Irã, a queda de uma longa ditadura na Síria contribuiu para isto, mas haverá paz sem a reconstrução das condições humanitárias na região e no Iêmen
Antes do ataque de 7 de outubro feito pelo Hamas em território israelense, o Irã dava as cartas na região, incluindo terroristas bem treinados espalhados na faixa de Gaza, onde moram os palestinos com constantes hostilidades de Israel, isto escalou depois de 7 de outubro.
É preciso restabelecer as condições humanitárias na região, e entender que a pobreza no Iêmen é uma das mais graves do mundo, assim não basta a trégua é preciso ir a raiz da guerra.
Em mais de 40 anos poucos acordos foram bem-sucedidos e a crise segue na região, desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, acordos firmados entre Israel e Egito, entre Israel e Jordânia, a questão central entre palestinos e israelense não foi resolvida, é preciso um acordo direto.
O acordo anunciado oficialmente no Qatar pelo primeiro ministro Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, foi feito entre negociadores do Hamas e de Israel, o que é por ser direto entre as partes, um bom início.
Suas palavras “esperançosamente, está será a última página”, é muito significativa, mas não se pode subestimar as condições no médio e longo prazo, ou seja, restabelecer as condições humanitárias na região e não pensar o Iêmen como um capítulo a parte, é sede dos Houthis, eles atacaram um posto “vital” em Israel no dia de ontem, antes do acordo.
Sobre os reféns que devem ser soltos em breve, dos 251 capturados pelo Hamas no 7 de outubro de 2023, acredita-se que 94 continuam em Gaza, 60 estejam vivos e 34 mortos.
É preciso agora desarmar os espíritos bélicos, não só na região, mas em todo planeta.
Urgente: Segundo a Associated Press, o gabinete de Israel ainda não ratificou o acordo, diz que Hamas impôs “novas” concessões: “O gabinete não vai se reunir até os mediadores notificarem Israel de que o Hamas aceitou todos os itens do acordo”, disse Netanyahu, lutem, orem ou pensem positivo pela PAZ.
A paz de quem ama
Eu vos dou a paz, mas não como o mundo dá, diz a sabedoria bíblica (João 14,27), e que tipo de paz é esta, claramente não é aquela que chamamos de paz entre nações e povos.
Já citamos aqui, a chamada paz ibérica, na na Sassânida (527-531), que tornou-se sem retorno a guerra, e em períodos sombrios para a paz humana seria altruísmo ou inocência pensar na paz
Dizer o que pensa, manter a coerência em ações e palavras, a justiça e os valores não valem apenas para seu grupo ou nação, devem ser valores coerentes e que sejam práticos sempre e com todos, independem de narrativas e polaridades políticas e sociais, é preciso ter sabedoria no que diz e prudência no que faz, e a pura liberação de sentimentos não é saudável e exige de quem faz sempre uma dose de empatia e amor.
Se corrige, corrija por amor, se fica calado cale-se por amor, muitas vezes é sábio calar, e não significa sempre indiferença ou omissão, é também sabedoria e prudência, as virtudes que já discorremos aqui e que foram tratadas com propriedade pela filósofa Philippa Foot.
O amor contem todas as virtudes, mas a palavra se esvaziou na contemporaneidade, ela é até sinônimo de hipocrisia e exclusão, faz-se maldade e se diz “fiz por amor”, por isto é necessário hoje compreender as outras virtudes que estão embutidas no amor verdadeiro.
Há também o apelo a ignorância, mais que apelo há um desconhecimento, a desinformação é apenas uma consequência da falta de sabedoria, e não é apenas de um lado da narrativa.
As narrativas modernas estão em moda, os instrumentos de mídia social ajudam a propaga-las com raciocínios e frases rápidas, trata-se apenas de negar o que o Outro diz, é fruto de um longo processo de desconhecimento.
A paz que almejamos é a paz do amor, mas ele deve vir contendo as virtudes cardeais: justiça (a divina), prudência, temperança e coragem (fortaleza).
Porque o mal se espalhou
É verdade que o mal é ausência do bem, assim interpretou Agostinho de Hipona sobre a essência do Ser que é o bem e sua falta como a produz, em nossos posts anteriores também discorremos sobre as virtudes cardeais afirmando que além da Justiça, que é relativamente pensada nos dias atuais, existe a prudência e a sabedoria que deveriam acompanha-las.
As virtudes teologais: fé, esperança e Amor devem acompanhá-las, porém também elas foram comprometidas pela ausência de sabedoria, mais do que desinformação e pós- verdade, é tempo de desconhecimento e ignorância, até mesmo escolar, primária.
Também o poder, através de valores estruturais e formas autoritárias de exercê-lo, contribui para a intolerância e o desprezo pelo conhecimento e valores morais, isto levado a um limite social e estrutural chegamos a guerra.
A prudência e a tolerância entram então não como virtudes secundárias, mas essenciais.
Não há esperança, nem amor e nem fé, onde a intolerância e a exclusão fazem parte do dia-a-dia e infelizmente este discurso está até mesmo na boca daquele que falam do Amor, do respeito ao Outro e da inclusão.
Isto acontece porque as relações são dualistas e não trinitárias, além de mim e o Outro deveria haver um terceiro incluído, na física quântica isto já foi descoberto como um princípio até mesmo da matéria, portanto não é apenas divino, é a própria realidade.
Assim em diversas épocas de nossa história foi por meio da violência que impérios e ditadores impuseram suas vontades e ideologias, não sem o consentimento de boa parte da população, por isso lembramos da má educação, seja através de campanhas de propaganda, seja pela própria escolarização empobrecida e malformada, as duas questões estão ligadas.
É preciso por isto estar atentos a gestão em todos os níveis, desde as nossas casas, bairros e condomínios até as estruturas de poder, pequenas ações ilegítimas, educação para empatia, convivência, limpeza e até mesmo o lazer devem ser observadas e orientadas pelos gestores e órgãos públicos no sentido de preservar o espaço comum e os bens públicos.
O zelo pela honestidade, pela transparência, pelo diálogo respeitoso entre opiniões que não são necessariamente opostos, mas diferentes ainda que em direções completamente divergentes não deve ser motivo de ódio e violência, é sempre possível o diálogo.
O mal precisa da polarização, da radicalização dualista (na negação, há um sentido bom que é ir a raiz de um problema), porém a pura desavença como forma de justificar e propagar a violência é só uma forma arrogante de poder.