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Comunicação, Shannon e os dados
Nascido na pequena cidade de Gaylord, Claude Shannon desde pequeno assistiu a criação de telégrafos usando os arames farpados da fazendas montanhosas em sua região, muito cedo construiu seu próprio telégrafo, diferente das empresas telefônicas da época, no campo continuavam usando o arame farpado mandando mensagens como teléfragos.
Shannon vai estudar na Universidade de Michigan interessado em matemática e na comunicação, onde descobre um anuncio pedindo monitores para o famoso Laboratório do MIT de Vannevar Bush, onde estudantes em final de suas teses procuravam uma máquina de tabular dados, diferente do computador histórico inglês de Charles Babbage, esta era apena uma máquina para tabular dados, poderíamos dizer uma ciência dos dados nascente.
O laboratório do MIT era onde “professores e alunos procuravam o Analisador Diferencial em momentos de desespero e, quando era possível solucionar equações com uma margem de erro de 2%, o operador da Máquina Claude Shannon ficava feliz” (Gleick, 2013, p. 181).
Os circuitos desta máquina eram formados por interruptores comuns e interruptores especiais chamados relés, descendentes diretos do telégrafo e antecessores da lógica de 0 e 1, cuja lógica era conhecida por Bush, chamada de Álgebra de Boole, que Shannon aprendia ali.
Ali se uniam os dados tratados pelo Analisador diferencial de Bush e uma nova lógica nascente de 0 e 1, o outro ponto que apontamos no post anterior, a preocupação com uma linguagem inteligível para a máquina e o problema de codificação e decodificação das mensagens modificadas em sinais elétricos na lógica de 0 e 1.
O ponto importante e grande colaboração de Claude Shannon, expresso em sua Teoria Matemática da Comunicação que determinava a quantidade de sinais codificados seriam necessários para manter a integridade da mensagem antes do processo de codificação.
O chamado Teorema de Shannon determina que é necessário uma quantidade de sinais que sejam o dobro da frequência mais alta comunicada através do canal, entre o emissor que precede a mensagem enviada, e o receptor que decodifica o sinal reconstruindo a mensagem, para que esta mensagem não sofra alteração a quantidade de sinais do Teorema de Shannon precisa ser observada.
O problema do ruído depende exclusivamente da distância e da forma de captura do sinal que é amostrado (segmentado em uma quantidade que observe o teorema) enquanto o problema de emissor e receptor depende da transformação da mensagem em sinal (ou seja a transformação de sinal analógica em digital e vice-versa).
A mensagem enviada e a mensagem recebida dependem somente de fontes humanas, pois emissor e receptor são dispositivos elétricos, digitais ou fotônicos, dispositivos quânticos já estão em elaboração e poderão representar uma velocidade e integridade do sinal maiores.
GLEICK, J. Informação: uma história, uma teoria e uma enxurrada. Trad. Augusto Cali. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
O pensamento e a informática
As origens de quase todas realidades (se não considerarmos as divinas e eternas) vem do pensamento humano, a ideia da política na pólis grega, a ideia da “arte da guerra”, dos códigos do direito de Hamurabi (1792 a 1750 a.C.) até os contratualistas modernos, compilações de tratados religiosos, construções epistemológicas das ciências e a informática não poderia ficar de fora.
Em 1900 quando a física e a matemática pareciam dar um ar de precisão e certeza no universo científico, o positivismo ainda reinava no direito, um matemático alemão David Hilbert propôs 23 problema “finais” para a matemática num Congresso Internacional em Paris, no ano 1900.
Entre estes problemas estava o segundo problema: a solução finitista da consistência dos axiomas da aritmética que junto o sexto problema que era axiomatização da física, parecia dar um acabamento lógico e preciso a toda a ciência, porém já havia através de Husserl e Heidegger um retorno a questão do Ser e isto devolvia o pensamento a complexidade humana.
Kurt Gödel, membro do Circulo de Viena que fugia desta lógica e por isto eram chamados de neologicistas, provou a incompletude do segundo problema, ou a aritmética ou era consistente ou completa, permanecendo assim num paradoxo, chamado de Paradoxo de Gödel.
A questão da aritmética é importante para entender a origem da ideia de algoritmo, que anteriormente eram apenas formulas como a fórmula de Bhaskara (para equações de 2º. Grau), soluções complexas de equações diferenciais, enquanto a física tinha o problema de formular toda a física numa única teoria, a chamada Teoria da Física Padrão, mas a mecânica quântica e a teoria da relatividade geral, onde tempo e espaços não são absolutos mudaram este cenário.
O encontro de Claude Shannon e Alain Turing, que trabalhavam em projetos secretos das máquinas de codificação de transmissões (feita para o governo Roosevelt) e decodificação da máquina Enigma capturada dos nazistas (Projeto secreto de Turing) criará um novo evento.
Não podendo falar de seus projetos secretos (Gleick, 2013, p. 213) eles conversavam sobre este paradoxo de Gödel e se perguntavam sobre a possibilidade da máquina elaborar pensamentos, mesmo que fosse algo limitado, e ambos elaboraram teorias sobre a linguagem e sobre algoritmos.
Enquanto Turing elaborou uma máquina de estado que através de movimentos para frente e para trás de uma fita gravando símbolos elaborariam sentenças inteligíveis, já Shannon trabalhava num modelo semelhante (usando uma teoria chamada cadeia de Markov) que através de vocabulários finitos poderia compor sentenças e formular ideias mais amplas.
A contribuição definitiva de Alain Turing foi a chamada Máquina de Estado Finito, cujo modelo foi concluído por Alonzo Church, enquanto Claude Shannon deixou a contribuição de uma Teoria Matemática para a Comunicação, sua teoria estabelece qual a quantidade necessária para que a informação transmitida não seja prejudicada, porém nos limites da “máquina”.
A ideia reducionista que é possível realizar ações sem um necessário pensamento, elaborado, meditado e testado é parte de narrativas pseudocientíficas atuais.
GLEICK, J. Informação: uma história, uma teoria e uma enxurrada. Trad. Augusto Cali. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
A dor hoje
Este é o subtítulo do livro: “A Sociedade Paliativa: a dor hoje” de Byung-Chul Han, ele traça o novo controle que impera sobre as mentes: “Seja feliz é a nova formula de dominação” (pg. 26).
Não são apenas governantes ou poderes locais que proclamam isto, as igrejas e os “coaching” também prometem isto, são os novos vendedores de ilusão, os pais querem impedir os filhos de frustração e dificuldades: “meu filho não vai passar pelo que passei”, “quero dar a eles toda assistência e conforto”, mas a vida é composta de frustrações, obstáculos e revezes.
A psicologia positiva quer evitar qualquer mudança: “não revolucionários, mas treinadores de motivação tomam o palco, e cuidam para que não surja nenhum descontentamento [Unmut], sim nenhuma raiva [Mut]” e Byung-Chul Han lembra um fato histórico relevante: “Na véspera da crise econômica mundial na década de 1920, com as suas extremas oposições sociais, houve muitos representantes de trabalhadores e ativistas radicais que denunciaram o excesso dos ricos e a miséria dos pobres” (pg. 28), lembro que a palavra “mut” em alemão é também coragem, para não se confundir esta tradução de raiva como um ódio.
Lembra que também “as mídias sociais e jogos de computador atuam como anestésicos” (pg. 29), perguntando a um jovem porque tanto computador ele respondeu “relaxo”, mas isto é o contraponto de uma sociedade de ansiosos, imediatistas, depressivos e egocêntricos.
A essência deste tipo de “felicidade” é a coisificação: comprar um móvel novo, um carro novo, trocar de casa, ter um celular avançado e para os mais pobres um tênis de marca ou uma camisa de grife, na impossibilidade, vai escolher ídolos que personifiquem a “coisificação”.
Enquanto “a verdadeira felicidade só é possível rompida [gebrochen]. É justamente a dor que protege a felicidade da coisificação. A dor carrega a felicidade. A felicidade dolorosa não é um oximoro. Toda intensidade é dolorosa. A paixão liga a dor a felicidade” (Han, 2021, p. 31).
E não há maior dor do que dar-se aos outros, George Bernanos escreveu: “Saber encontrar a alegria na alegria dos outros é o segredo da felicidade, escritor e jornalista francês do início do século XX, foi soldado da resistência francesa na Segunda Guerra Mundial e escreveu “A França contra robôs” e “Diálogos das carmelitas” que é uma espécie de “mística inversa”.
Para os gregos, a boa vida não era um estado, mas uma busca contínua, que eles a definiam como felicidade, mas não abandonavam a contemplação, a sabedoria e a razão para viver bem.
“A sociedade da sobrevivência perde inteiramente o sentido para a boa vida. Também o desfrute [Genuss] é sacrificado à saúde elevada a um fim em si mesma” (pg. 34), assim o que ela conduz de fato é uma vida dolorosa de busca pela sobrevivência, ao menos para a pessoa comum, claro que há exploradores, milionários e poderosos que também ansiosamente buscam o lucro e a sobrevivência mais “feliz”, mas precisam de complementos de psicólogos, narcóticos ou remédios.
HAN, B.-C. A Sociedade Paliativa: a dor hoje. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2021.
O ser, a verdade e a consciência
Não é por acaso que ao nos defrontarmos com o maior desenvolvimento técnico da humanidade, o desenvolvimento atual da Inteligência Artificial que ameaça invadir o universo de todas as coisas (a IoT é só um detalhe disto), nos defrontamos também com a pergunta sobre o que é consciência.
Da verdade da antiguidade clássica, a Alethéia (a-létheia) é revelar o que está oculto, passando por inúmeros autores até chegar a Escola de Frankfurt onde Adorno e Horkheimer que fala da aporia do esclarecimento, aquele que no início da modernidade procura obter uma verdade “objetiva” e que oculta o ser.
Nesta questão da verdade, Heidegger que desenvolve a questão do esquecimento do Ser e da ocultação da verdade, a desenvolveu como: “na frase seguinte onde se escreve sobre a ‘verdade‘, fica evidente que se mantém a representação da essência da verdade ditada por algum manual moderno de epistemologia, deixando inalterada e intocada a essência da aletheia” (Heidegger, 1998, p. 115), diz o autor sobre autores que ficam presos apenas a etimologia da palavra.
Já os frankfurtianos assim descrevem a questão do esclarecimento: “A aporia com que defrontamos em nosso trabalho revela-se assim como o primeiro objecto a investigar: a autodestruição do esclarecimento. Não alimentamos dúvida nenhuma – e nisso reside nossa petitio principii – de que a liberdade na sociedade é inseparável do pensamento esclarecedor” (Adorno & Horkeimer, 1947) que reduzem a um pequeno princípio, já que não veem como central a questão do Ser.
Ao questionar o que é consciência, ou o que é senciência na questão da Inteligência Artificial, não estamos questionando outra coisa que não seja o que nos separa das coisas, em última análise o que é o Ser e se de fato ele tem apenas o sentido de “objecto” que nos quis dar o esclarecimento moderno.
Também nos deparamos com os princípios éticos e morais ao “desvelar” (a-lethéia, não-oculto) a questão do Ser, retomá-la não é apenas um exercício de etimologia da palavra verdade ou de exercício filosófico, é antes de tudo fazer uma pergunta essencial, um lato principii: “o que é ser” e o que está oculto.
A possibilidade da clareira não é outra coisa que aquela que nos põe não diante da verdade desenvolvimento logicamente, para onto-logicamente, e a partir dela definir o que é consciência, desenvolvida por Heidegger da seguinte forma: “a consciência é o apelo da preocupação a partir do estranhamento do ser no mundo que desperta o Dasein para o seu poder ser culpado mais próprio” (Heidegger, 2012, p. 791).
Fica a pergunta se é possível para todos os seres, e para o homem moderno atual, uma “tomada de consciência” aquela que revela no seu interior como uma iluminação da consciência, além do ódio, da polarização, da intolerância e das narrativas que escondem a verdade do Ser.
Recorrer a adivinhos, auto-ajuda, não faz a roda da história e da verdade andar para trás, caminhamos no escuro, na ocultação e não na consciência do Ser.
ADORNO, T. W. T. W. & Horkheimer, M. Dialética do Esclarecimento, 1947.
HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998.
______, Ser e Tempo (edição em alemão e português). Tradução de Fausto Castilho. Campinas: Unicamp; Petrópolis: Rio de Janeiro, 2012.
Senciencia e consciência humanas
Se assistimos ou lembramos de filme de ficção científica como HAL-900, o supercomputador do filem 2001 Uma Odisseia no Espaço, no qual o computador começa a tomar decisões sozinha ou a paródia de “Os Simpsons”, num episódio uma voz ganha vida inteligente e se apaixona por Merge e quer matar Homer, hoje já somos capazes de identificar limites destes devaneios.
Ainda não somos capazes de identificar os limites da máquina de AI (o filme no qual uma máquina inteligente criada para controlar o meio ambiente após o derretimento das calotas polares tem um encontro com um garoto humano David Swinton (o artista Haley Joel Osmet) vai ter uma emocional inesquecível com esta máquina, e Blade Runner, ao meu ver a melhor ficção na área, na linha do “sentiente” no filme “ex-machina” o robot (na foto acima modificada do filme) desenvolve um “instinto”.
A máquina de AI e os Andróides sofisticados de Blade Runner ainda estão longe de serem realidades científicas que permitam “consciência” às máquinas ou mesmo “cérebros inteligentes” (a máquina LaMDA é apenas um programa com dados armazenados em uma nuvem), e são obras de ficção científica, ambas dirigidas a um futuro acima da segunda metade do milênio de XXI.
Regras formais, além de não serem “humanas”, por mais complexas que sejam, são apenas sentientes e mesmo elas não são possíveis de implantadas em robôs ou cérebros.
O problema nosso civilizatório é permitir que a humanidade chegue lá em segurança social, ambiental e moral, assim devemos pensar em consciência dirigida a estes fenômenos, já que só se pode falar de consciência de “algo” fenomenológico, e a consciência mais urgente é a paz social num sentido amplo.
Já nos limites da AI, que caminha para uma senciencia avançada, consegue identificar as pessoas por traços de seus rostos, carros por placas e resolver complexas questões lógicas e avança para problemas de aprendizagem de máquina identificando e classificando dados em linguagem natural que alcançam uma aprendizagem “de” máquina mais profunda (deep learning).
Ter uma consciência mais profunda da realidade além das propagandas enganosas, promessas de paraíso terrenos que escondem atrocidades, olhar para a seguridade social, que inclui todas as pessoas num ritmo acelerado de ações (a Sociedade do Cansaço) sem pausa para a reflexão.
Os nossos problemas mais urgentes e imediatos são humanos: a relação empática e a paz social.
2020: quais previsões para TI
São famosas e históricas as previsões na década de 70 pelos presidentes da Digital Equipments e IBM que os computadores pessoais não se tornariam realidade, mas no início de 80 já eram.
A conceituada revista Wired dizia naquela época que eles aconteceriam, mas seriam primeiro adotados nas empresas e depois nas famílias, aconteceu o inverso.
As previsões da revista para a tradução simultânea eram para 2015, elas aconteceram em 2017 mas ainda existem reclamações de sua eficácia, a aposta nos carros com hidrogênio eram para o ano 2010, o que está se tornando realidade são os carros elétricos, lentamente por causa do mercado é verdade, mas também a tecnologia das baterias e autonomia dos caros ainda evolui.
Cinco tecnologias poderão entretanto mudar o mercado em 2020: 5G poderá entrar definitivamente no mercado mudando os negócios das operadoras de smartphones, multiclouds como evolução do armazenamento em nuvem será uma evolução das nuvens atuais, AI, em especial, Machine Learning entrará nas empresas e nos negócios dando impulsos a TI atual, e, finalmente muitas possibilidades de mobilidade podem mudar, com a evolução da IoT.
O futuro e nossa vida em 2100
Já escrevemos alguns posts sobre Michio Kaku, sobre algumas de suas especulações em torno da física, agora queremos dar com um ele um salto no futuro, diferente daquilo que fazem os tecnoprofetas (nome dado por Jean Gabriel Ganascia aos criadores de mitos tecnológicos), Kaku especula usando a física e sendo otimista.
Escreve: “em 2100, nosso destino é de se tornar como os deuses que outrora adorávamos e temíamos. Mas nossas ferramentas não serão como varinhas mágicas e poções, mas a ciência dos computadores, a nanotecnologia, inteligência artificial, biotecnologia e acima de tudo, a teoria quântica, que é a base das tecnologias anteriores.” (KAKU, 2011),
Se posicionamento como um físico quântico, o termo é impróprio mas diria teórico, ele pergunta: “Mas onde está toda essa mudança tecnológica líder? Onde está o destino final desta longa viagem em ciência e tecnologia?”, sua resposta é surpreendente.
Responde de forma sociológica: “o ponto culminante de todos estes transtornos é a formação de uma civilização planetária, o que os físicos chamam de Tipo I civilização”, não surpreendente para quem faz a ligação de toda mecânica newtoniana com a lógica que dura até nossos dias para o direito, as ideias económicas e as teorias do estado.
E avança: “a menos que sucumbirmos às forças do caos e da loucura, a transição para uma civilização planetária é inevitável, o produto final da enorme, inexorável força da história e tecnologia para além de qualquer controle.”
Futuristas já previam o escritório sem papel, porém o caos burocrático faz o papel ainda ser gasto desmesuradamente, o trabalho em casa ainda não é realidade, mas poderá ser.
Também os cybershoppers de compras online, os cyberstudents tornando obsoletas as salas de aulas, e muitas universidades iriam fechar por falta de interesse dos jovens.
O que vemos é cyberclassrooms proliferando e as universidades ainda registram número recorde de alunos, professores que fazem sucesso dando palestras sobre filosofia, física e aparatos tecnológicos, quebra-cabeças gigantes de mídia tentam manipular a cabeça das pessoas, mas “as luzes da Broadway brilham ainda tão intensamente quanto antes”.
Mas a tecnologia continua sendo combatida como um dos “males de nosso tempo”, e segundo Kaku o ponto é: “sempre que houver conflito entre tecnologia moderna e os desejos dos nossos ancestrais primitivos, esses desejos primitivos ganham cada vez mais.” E conclui: “esse é o princípio homem das cavernas”.
Kaku conta uma história parecida aos dias de hoje, assistiu um filme que mudou sua vida era o “Planeta Proibido”, com base na peça de Shakespeare: “A tempestade”, no filme astronautas encontram uma civilização antiga, mas milhões de anos a nossa frente.
A descoberta da Caverna de Chauvet no sul da França, onde redescobrimos o homem primitivo capaz de uma arte e uma subjetividade comparável ao nosso tempo, não é senão a ideia deste Homem das Cavernas que subsiste em nós e insiste em não ir ao futuro.
O livro não termina ai, sua crença no futuro é forte e resiliente, mas uma frase de Schopenhauer traduz bem sua visão: pessoalmente acrescentaria mas os limites são maiores que nossa visão.
KAKU, M. Física do Futuro: como a ciência irá transformar nossa vida diária, no ano de 2100. 2011.
Rastreamento na produção de alimentos
A IoT chegou abruptamente na agricultura, já havia chegado a algum tempo na pecuária com o rastreamento de cada cabeça de gado individualmente, agora o “suply chain”, nome técnico para o monitoramento da cadeia de produção chegou na hora, no campo e na agroindústria.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério da Agricultura começam a obrigar o produtor a ter um controle mais rigoroso no uso de defensivos agrícolas, o que implica um monitoramento e rastreamento em toda a linha de produção começando pelo campo, mas os problemas são enormes para a aplicação da Lei.
O sistema automatizado de monitoramento e rastreamento, se houver condições adequadas e for bem implementado fornecerá todos os elementos-chave e detalhes da produção ao longo da “supply chain”, permitindo os fabricantes responder melhor ás demandas de clientes e o controle de alimentos, num mercado atual muito competitivo internacionalmente, aqueles produtores que não se adequarem podem perder contratos valiosos.
A partir de agora, os produtos vegetais frescos, ou seus envoltórios, suas caixas, sacarias e demais embalagens devem estar devidamente identificados, de forma a possibilitar o acesso, pelas autoridades competentes, aos registros com as informações obrigatórias.
A identificação pode ser realizada por meio de etiquetas impressas com caracteres alfanuméricos, código de barras, QR Code, ou qualquer outro sistema que permita identificar os produtos vegetais frescos de forma única e inequívoca. A rastreabilidade de que trata a INC será fiscalizada pelos serviços de vigilância sanitária e pelo Ministério da Agricultura.
As tecnologias que vão dominar 2018
Uma sem dúvida que está na ordem do dia, mas deve crescer até 2021, são as Realidades Virtual e Aumentada, com a diferença que a primeira é a criação de um ambiente totalmente virtual enquanto a segunda é uma inserção de virtualidades no ambiente real, o Pokemon Go, segunda versão dos monstrinhos cresceu em 2017.
As estimativas de grupos de pesquisa como o Gartner e TechCrunch, este mercado (RV e RA) vai movimentar mais de 100 bilhões de dólares até 2021, como o ano que vem é de Copa, o Japão por exemplos promete transmissões inéditas para 2022 no Quatar.
A internet das coisas vai aumentando suas possibilidades, quanto pensavamos que a tecnologia de redes 5G estivesse distante nos EUA já está em funcionamento em muitos lugares e poderá ser uma realidade no próximo ano, com isto a internet das coisas que depende desta transmissão eficiência poderá alcançar novos rumos como os sistemas de água, energia de baixo custo e sofisticados sistemas de controle de transito, entrando finalmente o IoT (Internet das Coisas) na vida das pessoas.
Outra preocupação, mas não sabemos se os sistemas se tornarão mais eficientes, são os sistemas de segurança este ano o WannaCry afetou sistemas de telefonia e o FedEX, entre outras, chegando a afetar mais de 150 países, há promessas para 2018.
A produção de dados chegou a 2.5 exabytes por dia (1 exabyte = 10^18 bytes), e a tecnologia do BigData veio para ficar, mas uma aliada importante na manipulação e tratamento destes dados deverá ser a Inteligência Artificial (foto visão de um cérebro poligonal), os agentes inteligentes que dominarão a Web 4.0 deverão aparecer este ano, mas a previsão para tornar-se realidade na Web é para 2020.
Impressora 3D e nanotecnologia já são realidade, mas devem avançar, assim como a realidade precoce da internet 5G, postamos no dia de ontem os aparelhos “novidades”, o smartphone conceitual e a câmera de 360 graus, na tecnologia as vezes de surpresa estas coisas bombam.
A tecnologia faz parte da história da humanidade, postaremos amanhã sobre o ano de 2017.
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Europa aposta em 5G para avançar
A Europa que nos anos 90 era líder na segunda geração da tecnologia GSM, os antigos celulares tijolões (ao lado), ficou atrasada em relação as redes 4G de serviços de banda larga, em relação aos Estados Unidos e países do Oriente como Japão e Coréia do Sul.
Em um painel durante a feira MWC (veja o post do dia 03 de março), Guenther Oettinger da comissão da EU para a Sociedade e Economia Digital afirmou; “Com o 5G, a Europa tem uma grande oportunidade de reinventar o cenário de sua indústria de telecomunicações”, indicando uma retomada de crescimento que é estratégica para a economia em geral.
As operadoras na região, incluindo a britânica Vodafone e a espanhola Telefónica, foram lentas na implantação do 4G enquanto que o Japão, Coreia do Sul e EUA foram rápidas quando em comparação com outras economias avançadas.
Os reguladores europeus não querem repetir os erros do passado e buscam de novo estarem na vanguarda do desenvolvimento das normas para 5G, que promete download de vídeo muito mais rápido, cobertura de rede mais densa e a possibilidade de conectar bilhões de objetos eletrônicos para criar “Internet das coisas”.
Aqui no Brasil, só os preços continuam altos, mas os avanços mais atrasados ainda, nem a 4G funciona direito ainda, e as áreas de coberturas, embora no plano sejam amplas, na prática tem grandes áreas cinzentas de funcionamento.