Entre sonhos, imaginação e tecnologia
Tudo o que desejamos sonhar, imaginar e viajar, mesmo que seja pelo custo barato da Web, parece encontrar céticos, críticos e fundamentalistas nos alertando os perigos.
Mas felizmente o planeta continua tendo utópicos, sonhadores e poetas. Deparei-me estes dias com um destes, um livro simplesmente maravilhoso e inusitado do escritor angolano, branco e viajado: José Eduardo Agualusa, comecei a folhear e já pedi o livro pela internet, mas ansioso pedi a um amigo para retirá-lo numa biblioteca.
Parece incrível, mas como se fosse uma luz divina, abri justo numa página de sua antologia “Catálogo de luzes” que dizia “Porque é tão importante ver estrelas”, gosto de saber de astros, de física quântica e olhar a noite de minha casa que fica numa rua escura.
E continua Agualusa: “Tendo deixado de se confrontar, todas as noites, com o ilimitado, o infinito, a fantástica imensidão do universo – os homens perderam a humildade, e com a humildade perderam a razão, o desvario do mundo está na opinião dela, diretamente ligado ao êxodo rural e à multiplicação vertiginosa das grandes cidades”.
Obrigado sonhador, utópico e realista José Eduardo Agualusa, os sonhadores me dão coragem, vida e esperança, desculpem-me os desutópicos, eles não amargos demais, a realidade já basta.