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Pessach, Páscoa: questões históricas e de calendário

21 abr

De acordo com historiadores, a primeira celebração de Pessach ocorreu há 3500 anos, quando agora de acordo com a Torá (o Antigo Testamento é a Chumash Judaica que os cristãos chamam de Pentateuco – 5 livros), Deus enviou as Dez pragas do Egito sobre seu povo. Antes da décima praga, o profeta Moisés foi instruído a pedir para que cada família hebréia sacrificasse um cordeiro e molhasse os umbrais (mezuzót) das portas com o sangue do cordeiro, para que não fossem acometidos pela morte de seus primogênitos.  A Páscoa cristã é a ressurreição de Jesus.

Segundo a Reuters, um pesquisador inglês professor Colin Humphreys sugere outra interpretação, diz que data da última ceia  pode ser modificada para a 4a. feira.  O cientista britânico oferece teoria para conciliar contradição entre Evangelhos quanto à data da Última Ceia que ocorreu numa quarta-feira – um dia antes do que se pensava – e a data para a Páscoa agora pode ser modificada, segundo o professor da Universidade de Cambridge que está buscando resolver uma das contradições mais persistentes da Bíblia.

Cristãos estabeleceram a última refeição de Jesus na Quinta-feira Santa há séculos mas, graças a uma redescoberta do antigo calendário judaico, parece indicar que seria numa 4a. feira e a Páscoa teria ocorrido no primeiro domingo de abril: “Eu estava intrigado com as histórias bíblicas sobre a última semana de Jesus, nas quais ninguém consegue encontrar nenhuma menção de quarta-feira. É chamado de um dia perdido”, disse Humphreys à Reuters. “Mas isso parecia ser tão improvável: afinal de contas, Jesus era um homem muito ocupado.”

Suas descobertas ajudam a explicar a inconsistência misteriosa entre os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, que disseram que a Última Ceia coincidiu com a Páscoa Judaica, e o de João, que disse que a refeição ocorreu antes do dia que comemora o Êxodo do Egito.

A pesquisa de Humphreys sugere que Jesus, Mateus, Marcos e Lucas estavam usando o calendário pré-exílico, do tempo de Moisés, e que conta o primeiro dia do mês a partir do final do ciclo lunar anterior, enquanto João estava se referindo ao calendário oficial judaico.

“Foi um erro extremamente curioso para qualquer um fazer porque, para o povo judeu, a Páscoa Judaica era uma refeição muito importante”, disse Humphreys, que é um físico de metalurgia e materiais, mas cristão.

A Páscoa judaica (Pessach), que ocorre 163 antes do início do ano judaico, e dificilmente coincide com a data Gregoriana ou Juliana da Páscoa cristã, este calendário foi alterado em 45 a.C. pelo imperador Júlio César que ao ser homenageado  no senado no ano de 44 a.C.  o nome do mês Quintilis para Julius, um mês de 31 dias, e solicitou ao astrônomo alexandrino Sosígenes que corrigisse o calendário, abandonando o calendário judaico.

O dia da Páscoa cristã, que marca a ressurreição de Cristo, foi estabelecido pelo decreto do papa Gregório XIII (Ugo Boncampagni, 1502-1585), Inter Gravissimas em 24.02.1582, seguindo o primeiro concílio de Nicéia de 325 d.C., que estabeleceu que deve ser comemorada no primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre ou logo após 21 de março , data fixada para o equinócio de primavera no hemisfério norte e outono no hemisfério sul. Entretanto, a data da Lua Cheia não é a real, mas a definida nas Tabelas Eclesiásticas, que, sem levar totalmente em conta o movimento complexo da Lua, podia ser calculada facilmente, e está próxima da lua real.

Estas regras dizem que a Páscoa nunca acontece antes de 22 de março nem depois de 25 de abril. A Quarta-Feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa e, portanto, a Terça-Feira de carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa, e assim curiosamente também o carnaval é marcado em função destas datas pois termina (em alguns casos) nesta data.

Um algoritmo para calcular esta data foi publicado por J.-M. Oudin (1940) e impresso no Explanatory Supplement to the Astronomical Almanac, ed. P.K. Seidelmann (1992), que foi publicado novamente em Calendars.

Colin Humphreys, é autor do livro Os Milagres do Êxodo (veja resenha da BBC Brasil, anterior a publicação do livro aqui em 2004), no qual tenta explicar as causas naturais do Êxodo, mas outra mais convincente foi feita por James Cameron, num documentário intitulado O Êxodo Decodificado (veja no Google vídeos), produzido por James Cameron, que coloca a erupção do vulcão na ilha de Santorini a 700 km dali como ponto de partida, que teria entrado em erupção provocando terromotos e fissuras no fundo do rio. Das fendas saiu um gás que se misturou ao ferro do rio, criando ferrugem, que coloriu a água e depois matou os primogênitos egípcios, e daí também seguiram as pragas pel alteração do sistema ecològicos dos mares e rios da região.

Ela é retratada num documentário de James Cameron como uma fenômeno natural que teria ocorrido em função da explosão de um vulcão a na pequena ilha de Thera, ou Santorini, no mar Egeu, e isto deu origem aos fatos bíblicos.

 

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