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A tragédia e o destino

16 ago

A incompreensão da dor e da tragédia em nossos dias nos faz criar abismos Atragediae dores ainda maiores, não somos capazes de abraçar a própria dor e a alheia, mas há esperança.

A tragédia era derivada da poética e também da tradição religiosa da Grécia Antiga, possuindo raízes nos chamados ditirambos, cantos e danças realizados em homenagem e honra ao deus grego Dionísio, que os gregos chamavam do deus Baco.

Alguns afirmavam que as canções eram criadas pelos sátiros, que eram seres que cercavam Dionísio em suas festanças, foi isto que deu origem ao nome, das palavras gregas τράγος e ᾠδή, que significam respectivamente bode e canto, originaram na palavra tragosoiodé, canções dos bodes, daí a expressão bebeu como um bode, mas o importante aqui é a questão da tragédia como dor e desencanto, assim o derivado des-em-canto.

Mas a mudança, criticada por Nietzsche, foi a feita por Euripides que viveu de 480 a.C. a 406 a.C. , que opunha-se a Sófocles por ser realista demais e pessimista demais, mas o mundo dos deuses, já em Sófocles, se mostrava ausente e incompreensível, mas com Eurípides tornou-se algo ainda mais distante, de onde vem a expressão moderna “humano demasiado humano”.

Assim a sociedade do desencanto, gostamos não da tragédia da vida, mas do realismo trágico da violência, do mau feito e do mundo em desencanto.

É disto que bebem os tiranos, os extremistas e os insanos, por isto vemos uma crescente onda de racismo, intolerância e má política, só os tiranos podem se aproveitar deste ambiente, veja-se Charlotesville.

 

 

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