O desenvolvimento da ciência e a crise epistêmica
Diversas ideias e notícias se espalham entre os povos e se tornam dogmas e lendas desde a origem da humanidade, porém foi a organização do conhecimento que organizou a episteme, o mundo da doxa, a mera opinião continuou.
A primeira grande questão cientifica levantada por Boécio no século VII, era se existem ou não categorias universais ou apenas particulares, esta questão deu origem a uma disputa entre nominalistas como Duns Scotto e William Ockham que defendiam que os “nomes” eram universais, e realistas como Tomás de Aquino, que diziam o real sê=lo.
Roger Bacon (1220-1292) defendeu a experimentação como fonte de conhecimento, e junto a Duns Scotto e William de Ockham criam a base empirista do pensamento, e assim o conhecimento não depende apenas da fé, mas também os nossos sentidos.
Com sua operação filosófica denominada “dúvida metódica”, René Descartes acabou instituindo um paradigma filosófico que foi identificado como pragmatismo conceitual, e John Locke, representante da corrente empirista, e René Descartes, fundador do método cartesiano, convergiam em suas teorias ao afirmarem que o conhecimento válido provém da experiência e dos sentidos, pois são inatos à alma.
O idealismo de Kant vai criar 12 categorias separados em 4 grupos, o da Quantidade (Unidade, Pluralidade e totalidade), a Qualidade (Realidade, Negação e Limitação), a relação (Substância, Causalidade e Comunidade), a Modalidade (Possibilidade, Existência e Necessidade), e nelas os fenômenos preenchem as formas vazias.
Assim os fenômenos só podem ser pensados dentro das categorias, diferentemente da fenomenologia que dirige a consciência a coisa em si, ou seja, retorna-se aos entes, e isto abrirá uma nova possibilidade para a metafísica.
Apesar de fortes sinais de uma crise no pensamento, a matemática se modifica com o surgimento das geometrias não euclidianas, a quarta dimensão, a física com o princípio da incerteza de onde vieram a teoria da relatividade e a física quântica, os paradoxos lógicos apresentados no Círculo de Viena e principalmente uma crise no pensamento humanista, mostraram um início de século XX em crise, mas não evitou-se duas guerras e a guerra fria.
A queda do muro de Berlim um aparente fim da luta ideológica deu origem a novas crises agora no mundo da cultura, a guerra do Irã, do Afeganistão e a permanente em muitos países árabes mostraram agora uma tensão oriente x ocidente.
A pandemia deveria solidarizar os povos, na verdade criou uma polarização ideológica mais grave, o perigo de regimes totalitários emergirem com maior força, é preciso ter esperança e lutar por um mundo mais solidário e um humanismo digno do nome.