Nem tudo que reluz é ouro
Quem proclama ou ouve falar em mudanças, pensa em valores e situações imediatas que indicam benefícios terrenos e não caminhos retos e novos que levem a uma ascese superior, então não é este o tempo que virá, não é este um novo advento.
Mudanças estruturais implicam em mudança de mentalidade, em termos religiosos significam conversão, não para esta ou aquela determinada posição e sim para uma nova ascese moral e social.
As palavras muitas vezes são ditas para convencer os homens, mas não significam que se fato há coerência naquilo que se diz, em termos atuais significam construir narrativas para favorecer interesses pessoais.
Assim como nem tudo que é novo é revolucionário, e diz o adágio popular nem tudo que reluz é ouro, também para os que creem nem todo aquele que se diz religioso está de fato mudando de valores.
A leitura ao pé da letra é (Mt 7,21-24): “nem todo aquele que diz Senhor, Senhor entra no Reino dos Deus, mas o que põe em pratica a vontade do meu Pai que está nos céus. Portanto, quem não ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente que construiu sua casa sobre a Rocha”.
Quando de fato as mudanças começarem a acontecer, os tempos de crise sempre indicam isto, também as consciência serão iluminadas, entrarão numa “clareira”, porém por hora tudo é confuso e incerto, cada qual quer prevalecer seu ponto de vista, e assim se opõe de modo fanático ao que considera oposto aos seus interesses, porém um novo advento se anuncia.
Mais do que palavras proféticas ou apocalípticas são condições e estruturas necessárias a um novo tempo social,, moral e espiritual, tudo está imerso em conflitos de grupos de interesse e política imediatista.
Assim enquanto se arruma a casa, tudo parece revirado e incerto, e de fato o é, mas ao reorganizar se verá quanta sujeita e desarrumação havia por organizar, e não será como a “antiga” casa.