Teoria, vida e seguimento
Entre as dicotomias infernais da modernidade, certamente a pouco lembrada, mas sempre presente é a ruptura entre teoria e prática, empiristas defendem a experiência (prática) e idealistas, os ideais “puros”, não por acaso tentaram se completar na modernidade.
Hans-Georg Gadamer escreveu em Elogio da Teoria que se considerando que “todos homens anseiam, por natureza, saber, e que a mais elevada felicidade do homem reside na “pura teoria”, e que o seu mais íntimo fundamento (o [que é ser] homem) é um ser teórico”, se o homem desenha conhecer deve elaborar o que pensa sobre as coisas, mesmo que estejam fundadas nas relações práticas, é uma teoria, um “constructo” teórico no pensamento.
Postamos sobre invencionices, mesmices e espírito de rotina, mas talvez o mais pernicioso na vida do homem (o que é muito prático) seja a dificuldade de mudar de rumos, de hábitos, de rotina e principalmente de pensamento, fazer uma ruptura, uma conversão e depois seguir.
Na história sempre que houve uma mudança de pensamento aconteceu alguma ruptura, Spinoza deixou o judaísmo e depois o cristianismo ao construir sua “teoria”, Heidegger foi viver no meio da floresta negra, enfim, é preciso “mudar a rota” para mudar o pensamento.
Na bíblia os discípulos de Jesus Simão e André que pescavam peixes, ao encontrarem o mestre, deixam as redes e saem para caminhar com ele, e o mestre lhes diz (Mc 1,17): “Jesus lhes disse: “Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens” e o seguiram.
Mas antes André e João, que foram discípulos de João Batista (por isto ele está no texto anterior de Mc 1,14), haviam ido dizer a Pedro que haviam encontrado o Messias, e antes ainda haviam perguntado onde Jesus “morava”, claro o sentido é mais amplo que casa.