Objetos reais e virtuais
Foi a realidade mista que esclareceu o que são objetos reais e virtuais, os próprios autores Paul Milgram e Fumio Kishino que colocaram luzes não só na taxonomia dos ambientes virtuais e imersivos, mas principalmente na questão do real e do virtual.
Trataram a questão de distinção entre real e virtual em três aspectos, o que pode ser visto na figura ao lado que é uma versão modificada da Figura 2 do artigo do Milgram e Fumio, com modificações com a introdução do conceito de artefactos.
O primeiro aspecto é a diferença entre objetos reais e virtuais, que estão a esquerda da figura, os objetos reais possuem existência objetiva real, enquanto os virtuais existem em essência ou efeito, mas não formalmente, porém é deles que se tira a in-formação, o que são em essência.
Para que um objeto real seja visualizado, ele pode ser observado diretamente ou pode ser amostrado (antes de Shannon o ter imaginado) e ressintetizado por meio de algum artefacto.
A segunda distinção é retirada, pelos autores de um trabalho de Naimark (1991), que é a questão da qualidade das imagens refletidas num aspecto chamado de realidade refletida, grandes esforços foram feita para isto que é a visualização direta em ar ou vidro, de um objeto real, ou a chamada de “realidade não mediada”, hoje tornada realidade na Brigham Young University.
O ponto de vista dos autores, e também o nosso é que não é só porque a imagem “pareça real” ela possa estar representando o real e sua in-formação e, portanto, a terminologia empregada deve ser cuidadosa ao explicitar esta diferença.
Esclarecida a “representação”, a terceira distinção é entre imagens reais e virtuais, para isto voltamos ao campo da ótica e “definimos operacionalmente uma imagem real como qualquer imagem que tenha alguma luminosidade no local em que ela parece estar localizada”, isto inclui a visualização direta do objeto real, assim como a imagem projetada no artefacto (os autores dizem no ecrã, mas o conceito pode ser estendido).
Assim a imagem virtual pode ser definida como o modo inverso da imagem que não possui luminosidade no local em que aparece, e, portanto, isto pode incluir exemplos de hologramas e imagens espelhadas como sugerem o autor, no entanto, escapa-lhe o fato que a própria visão humana espelha e inverte as imagens, então o que é real se precisamos dos olhos?
Também a questão da luminosidade é interessante, as sombras e as projeções que podem ser pensadas desde as pinturas rupestres até o mito da caverna de Platão, ali já era o virtual.
Naimark, M. Elements of realspace imaging. Apple Multimedia Lab Technical Report, 1991.