A guerra latente e o perigo iminente
Não praticamente, em nenhum setor que tenha uma voz suficientemente forte, a ideia de uma paz que não seja a rendição de um dos lados, nem na guerra de Israel contra os grupos extremistas Hezbollah e Hamas, nem na guerra Ucrânia x Rússia, o que existe é retórica de paz.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse na Onu no sábado passado (28/09) que é um perigo tentar “lutar pela vitória contra uma potência nuclear”, ou seja, que se for preciso usarão armas nucleares, enquanto o primeiro-ministro de Israel disse que “o trabalho ainda não terminou” e “dias desafiadores estão a frente”, são discursos de ódio.
Em Israel o exercito enviou duas brigas para o Norte de Israel e está acionando três batalhões de reserva que parece indicar uma incursão terrestre no Líbano (foto), enquanto a Rússia continua convocando mais soldados, incluindo pessoas de outras países que serão pagas, para ampliar ainda mais o contingente militar do país, tudo indica que não é apenas para a Ucrânia.
A morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um combate no sul do Líbano, enquanto Netanyahu e Joe Biden dizem que era responsável pelo assassinato de um grande número de israelense e americanos, mas no Irã, no Iêmen e na Palestina foi vista como um “mártir”.
Também a proposta do Brasil e China que inicialmente era apoiada pela Rússia, foi feita uma ressalva pelas autoridades russas que uma retirada russa dos territórios ocupados não leva a paz pelo fato que cidadãos russos que vivem naquela região se sentem ameaçados.
Enfim tanto na retórica quanto nas ações o perigo eminente de uma escalada ainda maior das guerras parece não ceder em nenhum ponto essencial, e isto enfraquece a ONU e as nações que desejam um maior equilíbrio nas relações internacionais entre regimes e culturas que são diferentes, porém que sempre é possível a convivência do ponto de vista do cidadão comum.
Os interesses econômicos por trás destas guerras, e de seus aliados de lado a lado é flagrante, ainda que oculto, então também neste campo é preciso repensar as relações econômicas, sem que isto impliquem na rendição de uma das partes.
A continuidade do discurso e a escalada das guerras nestes pontos mais sensíveis é visível e não abordar estes aspectos oculta verdadeiras saídas possíveis e não favorece a paz.