Filosofia e a morte
Não confundir a odiosa guerra e toda uma imensa filosofia que conduz ao ódio, a violência e a guerra irracional, com a morte que é um fato inevitável da vida.
Desde Sócrates, passando por Platão (428-347 a.C.) até Heidegger (1889-1976) a filosofia está cheia de teorias e pensamentos sobre a morte, não só amedronta mas também liberta.
Nas leituras bíblicas, além da emblemática Páscoa, para os judeus a passagem para a Terra prometida e para os cristãos a morte e Ressurreição de Jesus, este tema também é forte.
Mas talvez pouco percebido, e igualmente importante é o diálogo sobre a morte de Lázaro, que antes mesmo de Jesus voltou a vida, e encontramos em João (11,4) ao ouvir que Lazaro esteve doente e morreu, proclamou: “Ouvindo isto, Jesus disse: “Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”, glorificar com a morte parecia algo absurdo.
De fato, a morte e a cruz, escândalo para os gentios (os que não creem) era orgulho dos cristãos, que no início do cristianismo eram mandados para sacrifícios e iam cantando.
Na filosofia Sócrates definia-a como: “preparação para a morte”, enquanto Schopenhauer (1788-1860), um os primeiros pensadores alemães do século 19 a questionar a modernidade, chega ao ponto de afirmar que “a morte é a musa da filosofia”.
O grande filósofo da ontologia de nosso tempo, Heidegger afirma que o homem é mediado por seu passado e seu Ser é um “ser que caminha para a morte, mas sua relação com o mundo se pauta muitas vezes por preocupação, angústia, conhecimento e complexo de culpa.
O sentido de sua filosofia é, entretanto, um salto, podemos dizer um trampolim, onde fugindo da condição cotidiana podemos atingir o nosso verdadeiro “ser”, e é este sentido que os modos e as maneiras de enunciação tornam-se expressão de nosso “eu” enquanto Ser em relação aos outros.
deve tentar “saltar”, fugindo de sua condição cotidiana para atingir seu verdadeiro “eu”. O panorama de sua teoria é o do sentido de “ser”: os modos e as maneiras de enunciação e expressão de ser.
Montaigne (1533-1592), afirmou em seu Ensaios: “Ora, essa morte que alguns chamam de a mais horrível das coisas horríveis, quem não sabe que outros a denominam o único porto contra os tormentos desta vida? o soberano bem da natureza? o único esteio de nossa liberdade? e receita comum e imediata contra todos os males?” Enfim é mais livre é quem pode a cada instante viver bem a morte do que já passou e a ressurreição do nosso Ser que vai além.
Na passagem bíblica de João (Jo 13, 23) no versículo mais a frente Jesus exclamou: “com voz forte: “Lázaro, vem para fora!”, e ele saiu, devemos abandonar nossas ataduras e panos e sair para a vida, para o Ser, e viver dignamente.