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Midias, redes e isolamento social

12 mai

Os três fatores agora se conjugam e desvelam a realidade que muitos “teóricos” apontavam da mundialização, enquanto neo-teóricos ficam em filosofias abstratas que mal interpretam a realidade pandêmica ou que nada dizem sobre ela.

Um que anteviu a realidade, Manuel Castells que escreveu a Sociedade em Rede, explica porque não conseguimos antever o vírus, sua potência e violência não eram biologicamente possível de conhecer, mas a necessidade de uma política de saúde séria e uma educação para o futuro não só ele apontou, como também Sloterdijk, Edgar Morin e muitos outros.

Sobre a crise atual Castells diz que é preciso entender o aplauso das sacadas dos prédios aos médicos, enfermeiros e profissionais da saúde e levam a saúde mais a sério, isto podia ter sido previsto e estaríamos noutra etapa, defensor da tecnologia culpa também uma idolatria dela.

Afirmou que a supervalorização da tecnologia no caso da saúde atrasou o sistema como um todo, e ao mesmo tempo a desvalorização e incompreensão de sua aplicação em educação e no trabalho levou a um atraso que agora tenta-se superar mas com certa defasagem.

As redes sociais, cujas mídias potencializam, mas não são a mesma coisa, como é o caso da tele- medicina como uma possibilidade secundária agora, pois o paciente com covid precisa de lugar físico e ser assistido presencialmente, ainda que decisões e conferências online sejam úteis.

O isolamento social potencializou o uso das mídias nos lares e influenciou agora mais a fundo o mundo do trabalho, compras e serviços online, e a educação corre atrás do tempo perdido, a descoberta mais óbvia é que educação online não é simples e não é o mesmo que a presencial.

A mudança global deverá ser feita se desejamos combater com eficiência o vírus, deixar os avisões em terra e proibir as pessoas de viajar, é possível temporariamente, e o pior favorece a visão neo- nacionalista que levou muitos países a crise pandêmica, pensava-se o problema é na China.

Afirmou Castells, em entrevista recente: “um sistema global interdependente requer uma governação global, não necessariamente um governo global. Mas os Estados-Nações resistem a perder seu poder e cada um utiliza mecanismos de governança supostamente globais para defender seus interesses nacionais”, apesar das barreiras diria que o vírus não sabe que existem fronteiras construídas, mesmo com os “isolamentos” nacionais por barreiras protetoras.

O que precisamos diz Sloterdijk é um “escudo global”, a co-imunidade, agora com investimentos sérios, como co-governanças globais e levando a sério a saúde, o trabalho e a educação em uma nova normalidade, podemos voltar a frivolidade anterior, mas seremos irresponsáveis com o futuro que pode vir, ou uma nova onda deste vírus ou sua mutação, ou outro que é certo virá.

 

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