Eucaristia e o efeito aórgico
Assim como viemos da natureza inorgânica (seja o barro como acreditam os que creem, seja pela evolução das primeiras espécies primitivas) a evolução aórgica do mundo, o homem com sua mão plantará a videira e com seu trabalho fará o pão, alimento ancestral e presente em todas culturas.
O desvelar aórgico da virgem que concebe em seu ventre o Filho-Deus e recria em seu seio maternal a própria criação, e depois se manifestará em Pentecostes na vinda do sobre os Apóstolos como segunda manifestação aórgica, conforme afirma São Gregório Nazianzeno sobre este momento: “o amor de Deus não é ocioso; opera grandes coisas, se de fato existe”.
Este desvelar irá se completar como testamento do filho-Deus como uma aliança com os homens na Eucaristia: “em memória de mim o fareis”, a última manifestação aórgica de Jesus entre os homens, o Ser supremo torna-se Corpo no pão e vinho: a Eucaristia.
Diz sobre este fato Agostinho de Hipona: “O Senhor confiou-nos o Seu Corpo e o Seu Sangue em coisas tais que são reduzidas à unidade a partir de muitas outras, porque o pão é um, embora conste de muitos grãos, e o vinho é feito a partir de muitas uvas”.
Agora o Deus trinitário revela-se no Corpo Sagrado da Eucaristia em bebida e cozimento feito pelas mãos humanas, o vinho feito da videira e o pão cozido do trigo, e conforme diz-se no Cantico dos Canticos: : “Comei, amigos, e bebei; e inebriai-vos, caríssimos”, a festa do Corpus Christis deveria levar a milhões a alegria, mas a pandemia ainda limita a festa.
Porque Deus nos privou de tão grande festa, haveria uma manifestação aórgica ainda maior ? a relação da mãe Maria e seu Filho poderá ainda dizer algo mais sublime para a humanidade ? o sofrimento de milhões de pessoas e o medo desta pandemia talvez prepare algo ainda maior.
Conforme afirma o poeta Hölderlin: “onde há medo há salvação”, mas não é ainda agora.