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Inocência, pureza e paz

13 ago

Parece contraditório e até inocente, de certa forma o é, mas num mundo tão conturbado com tantos problemas urgentes falar de paz, de pureza de sentimentos e comportamentos não só é ingênuo para aqueles que acreditam em soluções violentas, elas estão provando insuficientes.

Se nos preparamos para a guerra temos a convicção de que ela e só ela é a solução, no entanto, produzem mais injustiças, mais desigualdades e só os ditadores e poderosos se beneficiam delas, não se incomodam com as crises financeiras, as mortes inocentes porque na sua mente só a sua segurança e bem estar pessoal importa.

Também autores de grandes obras, como Edgar Morin, que fala da resistência do espírito, o limitar de uma tragédia de grandes proporções alimenta mentes doentias em todas as esferas, acreditam que isto possa ser um “sinal do futuro”, mas é o sinal de um passado, também no limiar da primeira e segunda guerra muitos autores advertiam isto, como Karl Kraus.

A pureza das crianças devia ser observada mais atentamente, podem até brigar, mas logo querem refazer as amizades para poder brincar com os amigos, não levam tudo a ferro e fogo, a menos que sejam estimuladas por adultos, e há quem o faça infelizmente.

Querem o bem comum, desejar o bem a todos e desejar um mundo mais igualitário e de paz não é um pensamento qualquer, está no fundamento de toda civilização que presa este nome, as nações e impérios bélicos sumiram depois de uma decadência trágica.

 Na antiguidade os gregos falavam do Sumo Bem, da aretê (virtude) e da educação do cidadão, objetivo ultimo tanto de Platão quanto Aristóteles, ainda era uma sociedade de escravos e onde crianças e mulheres tinham poucos direitos, porém já havia esta meta.

Desejar a paz, ter inspiração na pureza e na alegria da convivência das crianças, pode nos tirar do pensamento perverso que ronda nosso cotidiano, de divisões, ódios e rancores.

 

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