
Pax romana e conflitos
O encontro de sexta-feira (28/2) do presidente Zelensky com Trump e seu vice no “salão oval” da Casa Branca foi uma reafirmação de Trump de sua política de Pax Romana, onde os mais fracos devem ceder aos mais fortes, e ainda pediu gratidão de Zelensky aos EUA, não é diferente a política para o Oriente Médio, o controle dos palestinos por Israel e EUA.
Zelensky reagiu participando da cúpula em Londres, neste domingo (02/03) reafirmou a posição da Europa de apoio a Zelensky, o primeiro ministro Keir Starmer da Grã-Bretanha, afirmando que era “um momento único em uma geração para a segurança da Europa” que teme novos avanços de Putin sobre o continente, todos países estão se militarizando.
A Pax romana era a mera rendição de seus adversários pela força, isto constitui a tática tanto do imperialismo como das colonizações, que ainda acontecem no mundo contemporâneo, após o encontro Zelensky ainda se reuniu com Giorgia Meloni, premiê da Itália, que afirmou desejar fazer uma ponte entre Itália e EUA e uma futura conferência com os EUA.
A ideia de novo acordo de cessar-fogo no Oriente Médio (acabou dia 1º.) agora passa pela proposta americana de controle da faixa de Gaza e Israel suspendeu a ajuda humanitária para pressionar o Hamas.
No início da semana passada surpreendeu a posição da Turquia de apoio a Ucrânia, o presidente Recep Erdogan afirmando que a Ucrânia deve participar das negociações e a Turquia controla a passagem de navios pelo estreito de Bósforo (foto) por onde passam os navios da Rússia no caminho pelo Mar Negro, e a Turquia é importante também na paz para o Oriente Médio, onde pode ocupar um fiel da balança, e o país é membro da OTAN.
O autocrata turco disse ainda que é a favor da devolução total do território ucraniano: “O regresso da Crimeia à Ucrânia é uma exigência do direito internacional”, ponto dificílimo.
A situação é de fragilidade da Ucrânia, mas a Rússia precisa demonstrar um interesse real de desejo de paz, do mesmo modo que ela desconfia da OTAN, os países europeus temem um futuro avanço sobre a Europa, já há áreas de conflitos como a Transnístria na Moldávia, a Geórgia e Eslováquia.
Toda guerra envolve algum tipo de pilhagem, e o interesse são as terras raras da Ucrânia.
Também Trump manifestou interesses imperialistas sobre a Groenlândia e até mesmo territórios do México e do Canadá, lembre-se que boa parte do Novo México e estados próximos já pertenceram ao México (Texas, Califórnia e pedaços de estados vizinhos), o acordo de Guadalupe-Hidalgo de 1848 estabeleceu a nova fronteira americana, após várias guerras posterior a anexação do Texas no ano de 1821.
É preciso estabelecer o direito dos povos e muitos tratados internacionais já falam de respeito a fronteiras e respeito as leis nacionais, interferências são sempre conflituosas, é preciso lembrar também dos povos apátridas (os curdos e os palestinos, mas há outros).
Um novo mundo solidário exige uma nova visão de fronteiras, onde a emigração não seja um crime e cada povo possa viver em seu território e explorá-lo comercialmente sem guerras.