Mitos e verdades sobre “déficit de atenção”
É comum associar o déficit de atenção ao uso de muitos aparelhos, comuns agora devido da tecnologia digital, a maioria dos pesquisadores já esclareceu que é um mito, mas vejamos do ponto de vista cognitivo o que acontece.
Fisiologicamente, o cérebro recebe novas informações pelo tálamo, ele é um filtro de atenção, caso você esteja conversando com alguém num ambiente barulhento, ele bloqueia o que vem de fora para manter a informação que vem da conversa.
Se treinarmos isto é possível trocar de “tarefa”, por exemplo, deixar a TV e ler um texto, mas coisas que chamam muito a atenção e o filtro do tálamo não funcionam, pode provocar uma “dispersão” ou o chamado do déficit de atenção, e estes casos no mundo moderno são muitos.
Os impulsos nervosos transmitidos ao centro de processamento, que é o córtex, uma espécie de casca do miolo do cérebro, tem capacidade de identificar estímulos diferentes pelos sentidos, por exemplo, de você come o paladar está ativo e também está conversando, ambas as informações passam pelo tálamo e vão a região diferentes do córtex, que corresponde à audição (conversa) e ao paladar (gosto).
Depois de reconhecer os estímulos, o córtex envia a informação para o hipocampo, ele é que é o comandante da memória, ou seja, seleciona o que é armazenado e descarta o que julga essencial, mas isto depende do estímulo que você dá, por exemplo, a fala do meu pai não é importante, então descarto, só quero curtir e depois esquecer, então descarto.
Acabou-se de ver uma partida de basquete com alguns amigos, o jogo vai para um lugar de guardar porque você sentiu prazer e mandou um estímulo para guardar, mas de viu as pessoas que estejam no jogo, e não deu atenção (não reforçou o estímulo), então isto vai para o local onde pode esquecer, ou já esquece no momento seguinte.
Enquanto o hipocampo trabalha, você vai dando um “destaque” emocional a todas as informações que julga importante, ajudando a destacar o que deve ser marcado, então isto dá mais valor a certa informação que você diz ao cérebro que é importante.
Portanto o esquecimento está ligado a gostar, a desejar e também a treinar o cérebro para o que é importante, a maioria da informação que fazemos “por obrigação” é descartada.
Essa informação é enviada para a região chamada amígdala (não confundir com a da garganta), que dá um “calor emocional” às informações, destacando o que é mais marcante para nós.
Então aquilo que “queremos guardar” não pode ser num momento de “déficit de atenção”, por exemplo: desconforto do ambiente, cansaço ou algo desagradável ao lado.