Arquivo para janeiro 30th, 2025
As funções linguísticas e I.A.
A funções da linguagem retornam a discussão em função das mudanças estruturais devido as novas mídias, e é preciso didaticamente separá-las para evitar apropriações incorretas de sua apropriação na comunicação, assim temos as funções: conativa, metalinguística, fática, poética e referencial, esta classificação deve-se a “Roman Jakobson”, porém é preciso atualizar agora com uso da I.A. (Inteligência Artificial).
Somente a função referencial pode ser entendida como função direta da informação, são as que estão presentes em textos científicos e didáticos, predominando o discurso em ordem direta e o foco na terceira pessoa com utilização da objetividade.
Somente na metalínguistica estão presentes os códigos, assim é somente nesta função que pode-se ter emissor e receptor, por depende essencialmente de uma mensagem estar codi- ficada, isto é, como diz o autor da classificação: “ é aquela em que o código explica o próprio código, ou seja, a linguagem explica a própria linguagem” (Jakobson, 2008), porém o emissor que é aquele que codifica e o receptor que é aquele que decodifica, deveriam estar somente aqui e não nas outras funções linguísticas.
Assim a linguagem da linguagem pode ser códigos de trânsito, as mais diversas legislações, porém dicionários e outras tabelas de sinônimos da linguagem corrente não deveriam ser incluídos nestas listas, já o código morse e os códigos digitais (o ASCII e a própria transmissão digital) são hoje as características mais evidentes de metalinguagem, mas o transmissor e receptor continuam a ser humanos, exceto no caso de robôs (softbots) e a I.A.
Assim o quadro linguístico proposto por Jakobson deve ser atualizado e revisado, e a I.A. tem um problema ético e civilizatório na medida que pela primeira vez na história um código (que se confunde com o remetente no envio de uma mensagem pode ser não-humano.
As correções do uso de I.A. tem a questão ética que podem ser confundidas com um remetente humano, é preciso diferenciá-lo, e a questão civilizatória de cooperar com a criação de narrativas, mas é preciso ressaltar que elas são anteriores ao uso das novas mídias.
Transmitir as mensagens civilizatórias sejam elas culturais, religiosas ou sociais (políticas num sentido mais amplo) se tornaram um problema pelo empobrecimento da linguagem, pelo uso abusivo de simplificações retóricas de verdades que devem ser analisadas num contexto e sem manipulações ideológicas.
JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. 23.ed. São Paulo: Cultrix, 2008.