Dualismo e farisaísmo
Dualismo é uma concepção filosófica e cosmológica de mundo, fundamentada em dois princípios ou duas substâncias irremediavelmente opostas, e incapazes de uma síntese.
Quando pensamos de modo dual, é quase inevitável que estes dois mundos se dividam interiormente, então nossa concepção cosmológica e visão de mundo será dual.
Thomas Hyde escreveu uma obra (Thomas Hyde. Veterum Persarum et Parthorum et Medorum Religionis Historia-1700) sobre a doutrina de Zoroastro, com dois princípios e duas divindades, enquanto Leibniz e Spinoza eram monistas, mas usaram isto também no sentido filosófico, uma vez que a teoria religiosa presente em ambos merece longa discussão.
É curioso que o maniqueísmo e o farisaísmo tenham permanecido nas cosmogonias cristãs ocidentais, uma ve que Santo Agostinho converte-se abandonando esta doutrina, mas uma questão filosófica talvez explique isto é o esquecimento ontológica e a questão do ser, mas também o pragmatismo lógico e científico, o empirismo e outras contribuições estão aí.
John Searle afirmou: “A maior catástrofe de Descartes é seu dualismo, a ideia de que a realidade se divide em dois tipos de substâncias, matéria e espírito. Descartes foi incapaz de ver isso, porque ele achava que a consciência só poderia existir em uma alma, e a alma não era uma parte do mundo físico “, ( Brain, Mind, and Consciousness: A Conversation with Philosopher John Searle), e poristo questões sobre a mente e o cérebro são questão atuais.
O dualismo na filosofia tem seu início consistente (há pré-socráticos duais) com Platão, (século IV a.C.) parte da concepção de que no começo de tudo havia as ideias numa divindade incorpórea e eterna e ela que tinha uma forma ideal “cai” na e forma o universo.
Parte da cosmogonia cristã incorpora este “protótipo” e se liga ao fundamentalismo com a alegoria da “expulsão de Adão e Eva do paraíso”, os fariseus eram uma parte do judaísmo que aspiravam um rigor e uma pureza absoluta, especialmente em matéria de liturgia, mas há o outro aspecto que é o político e diríamos filosófico de unir-se ao poder de modos ambíguos.
O que observa-se na prática cotidiana, como é próprio do dualismo é esconder atrás de palavras e discursos, as vezes até mesmo apelando para a “prática”, com atitudes dúbias.
O que faz o mundo contemporâneo desconfiar destas doutrinas é exatamente o dualismo.