A parábola da Caverna de Platão
A primeira coisa é que não é um mito, se entendemos por mythos aquilo que é uma simples narrativa em certa cultura, mas se presente no imaginário popular pode ser além então é uma parábola, uma metáfora onde a caverna seria um lugar de “conhecimento” ou simplesmente um ambiente escuro, que nós privássemos de luz, sendo esta luz a luz da verdade.
Este “mito” está na obra de Platão intitulada “A República”, livro VII, onde pretende a luz da teoria do conhecimento, levar os homens a linguagem e a educação para um Estado ideal, portanto refere-se a polis grega em sua formação inicial.
Numa caverna as pessoas caminham e através das sombras nas paredes observam o modo como seus corpos projetam sombras, e nelas os objetos que carregam.
Imagine que os prisioneiros sejam libertados e forçados a olharem o fogo e os objetos que faziam as sombras, eles despertariam uma nova realidade, um conhecimento novo, mas desacostumados com a luz iriam ferir seus olhos e eles inicialmente não veriam bem.
Platão não buscava a essência das coisas na simples Phýsis, como fez, por exemplo, Demócrito e seus seguidores, influenciado por Sócrates, ele buscava a essência das coisas para além do mundo sensível, e, esta é a verdadeira alegoria da caverna.
O diálogo é metafórico, diálogo metafórico sempre em conversas na primeira pessoa entre Sócrates e seus interlocutores: Glauco e Adimanto, os irmãos mais novos de Platão.
No diálogo, a ênfase se dá no processo de conhecimento, mostrando a visão de mundo do ignorante, que vive de senso comum, e do filósofo, na sua eterna busca da verdade.
Pode-se dizer que, ao menos no ocidente, este é o primeiro ensaio sobre a “verdade”.