A pragmática ontológica
Visto todo este contexto de redução gnoseológica e lógica da ontologia, a autora se volta no terceiro capítulo para a apresentação de um conceito pragmático de ontologia.
Propõe para isto quatro níveis principais em consideração: o fenomenológico, o hermenêutico, o poético e o metafísico.
O primeiro nível significa o acesso ao ser como fenômeno, que vai ressaltar seu aparecer e para isto vai diferenciá-lo do aspecto ôntico, como ela própria explica trata-se da dimensão fundamental e matriz da ontologia (pag. 33).
O nível hermenêutico refere-se ao como do aparecer do ser, ou seja, delimitar o âmbito e o caráter da sua verdade, “as estruturas da articulação pensante e discursiva do ser (pag. 33).
Segue o nível poiético, assim denominado em virtude de seu caráter construtivo, “deve elaborar as estruturas concretas do ser, referindo-o ao plano ôntico, de que fora inicialmente abstraído, por razões metodológicas” (pag. 33)
E no último desenvolve a dimensão metafísica, “regressando ao plano fenomenológico do aparecer, assume-o e transcende-o num mais além, abrindo a ontologia a um espaço de questionamento porventura teológico” (pag. 34).
O importante neste método é que “o ser requer um tipo específico de visualização intelectual, em que, desaparecidas todas as condições de singularidade, o pensar experimenta a apresentação imediata da ´coisa ela mesma’ (die Sache selbst).“ (pag. 35)
Sem esta “intuição intelectual” do saber ontológico e sua elaboração seria vazia.