A esperança e fé, além das tecnologias
Erich Fromm escreveu na década de 60 um dos livros que inspiraram aquela geração chamado “A revolução da esperança” no qual buscavam uma sociedade fora do consumo (grande inspiração dos hippies), e que preconizava uma sociedade onde os valores humanos fossem mais verdadeiros e fortes.
Mais tarde Joel Heizein atualizou algumas de suas reflexões, dizendo sobre a técnica: “a busca da verdade científica, o homem encontrou conhecimento que poderia usar para dominar a natureza e ele teve um espantoso êxito. Mas com uma ênfase unilateral à técnica e ao consumo material, o homem perdeu o contato consigo mesmo, com a vida. Tendo perdido a fé religiosa e os valores humanistas a ela ligados. A máquina que o homem construiu tornou-se tão poderosa que desenvolveu seus próprios programas e agora determina o próprio pensamento do homem”, ao ser perguntando sobre o domínio da natureza pela ciência.
Fromm não abominou a técnica, nem a economia, mas refletiu se devemos ter uma economia saudável produzindo pessoas doentes, sob o lema de mais produção e mais consumo.
Para ele a “A esperança é um elemento decisivo em qualquer tentativa para ocasionar mudança social na direção de maior vivência, consciência e razão”.
A fé é um elemento importante como complemento da esperança: “A esperança está ligada intimamente ligada à fé. A fé é a convicção do que ainda não foi provado; o conhecimento da possibilidade real, a consciência da gravidez”, ou seja, a consciência de um mundo novo.
Por último diz o que é firmeza (ou fortaleza, ou resiliência): “a estrutura da vida existe outro elemento ligado à esperança e à fé: a Firmeza. A firmeza é capacidade de resistir à tentação de se comprometer a esperança e à fé transformando-as e assim destruindo-as – em otimismo vazio ou em fé irracional.
A firmeza é a capacidade de dizer não quando o mundo quer ouvir sim, conclui o autor.
HEIZEIN. Joel. A revolução da esperança na perspectiva de Erich Fromm, 2008, disponível em:
http://goo.gl/9BlS0f