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Apostasia religiosa

14 nov

Ao contrário do que se é comumenteapostase divulgado a apóstata não se refere a um desvio ou afastamento em relação a fé e a prática religiosa, na maioria das vezes permanece oculta devido a alguma dificuldade de manifestação da descrença ou do afastamento.

 

A apostasia vem do grego antigo απόστασις [apóstasis], “estar longe de” e tem sentido definitivo e deliberado de algo, como uma renúncia a fé ou a mera doutrinação sem um questionamento e uma permissão aberta de diálogo.

 

De certa forma, mesmo dentro das religiões o conceito está presente em setores que desejam colocar luz sobre a mera adesão cega, e também na prática de muitos lideres, que incluem Jesus que abominava o farisaísmo, e de um modo geral, quando morrem um lider, um profeta ou um grande pensador, seus seguidores querem substituí-lo e realizam o tipo mais comum de apostasia, desmentir o próprio fundador de uma corrente.

 

Mas quais são os tipos mais comuns de apostasia nos dias de hoje, consigo enxergar uma: o fideismo, se é verdade que a fé é crer no que não se vê, também é verdade que não podemos crer em qualquer fantasia humana sem um questionamento sério, sob pena de estarmos criando mais um tipo de fanatismo para a humanidade, já são muitos.

 

Poderíamos observar mais duas perigosas: a sociológica, aquela que procura afirmar a religião com um fundamento sociológico que resolveria as grandes crises da humanidade, sem qualquer estudo social, antropológico ou filosófico; e a meu ver uma ainda mais perigosa que é a aproximação da fé de determinada corrente ideológica.

 

Perigosa porque transformar uma ideologia numa fé cega pode levar não apenas a guerras sangrantes, a intolerância e a barbárie; mas principalmente impedir que mudanças profundas a caminho numa sociedade não aconteçam por uma defesa fundamentalista de uma sociedade que seus fundamentos estão ultrapassados.

 
 

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