Um Espírito Novo de ver as coisas
Separação entre mente e espírito é uma construção contemporânea, assim como a relação com os objetos, com a tecnologia e com outras objetividades, como o dinheiro por exemplo, exercem sobre o pensamento ocidental, em especial, certa desconfiança.
O mundo objetivo que existe fora do homem precisa ser compreendido para se ter uma boa relação com ele, a modernidade diz que o homem deve “dominá-la”, mas a natureza e os objetos parecem se rebelar, não porque máquinas nos controlem, mas por que seu uso requer mudanças de comportamento e novas relações com a sociedade e o contexto.
A existência do mal, que Agostinho de Hipona dizia que era a “ausência do bem”, e ele foi um maniqueísta (a luta do bem e o mal), e que para a sociedade em crise é um conjunto de fatos simbólicos, armas de guerra, desafios entre torcidas rivais, xenofobia e outras fobias, está encerrado no fato que vivemos um contexto “mal” que precisa ser renovado.
Uma das primeiras coisas que deve-se renovar é o pensamento, diz Edgar Morin, mas dizem também boas espiritualidades e autores que trabalham a subjetividade humana.
Um mundo sem sentimento não é por causa das máquinas, mas do pensamento e das relações sociais que nos envolvem que se complicam dentro do contexto atual.
Em Mc 1,27 podem-se ler: “E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!”
O fato que Jesus “curava” era para muitos naquele tempo um fato novo, com certa dose de “exorcismo” pelo fato que muitas doenças não eram conhecidas, o esclarecimento sobre muitas coisas era obscuro, mas nem por isto deixavam de entender que havia “um ensinamento novo dado com autoridade”, isto sim, um espírito novo de ver as coisas