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Crise civilizatória e tecnologia

23 ago

Não são raros os discursos de apelo ao estado forte, a líderes messiânicos e técnicas políticas já ultrapassadas, porque existem as Mídias de redes sociais na qual rapidamente um discurso pode ser dissecado, ainda que estas próprias Mídias possam ser causa de outras verdades que não aquelas que os poderes centrais desejam, chegando ao fake e ao ódio político.

Os manuais antigos de gerência politica estão sendo reabertos pelos donos do poder, de Locke, Hobbes até Maquiavel, não faltam discursos de apelo ao “soberano” prudente e habilidoso, mas a pergunta importante é: onde estão eles, ou melhor quem são eles ?

Estas receitas estão tendo eficácia, a direita ou à esquerda, justamente pelo uso ou mal uso de mecanismos de Mídias sociais, novamente como modelo de “controle das massas”, o que foi feito com Trump e tentativas na França, mas o que chama a atenção é o discurso do ódio.

Também neste campo não faltam discursos dizendo que foram as redes que potencializaram isto, porém elas não existiam no tempo de Hitler, Mussolini e nas versões da Americana Latina: Perón, Getúlio Vargas e outros, alguém poderá dizer o rádio potencializou isto, talvez, mas o essencial foi o apelo ao nacionalismo e racismo que inflamou as massas, e ele está de novo ai.

Ao desprezar, ou utilizar mal as novas mídias fazendo o mesmo discurso que estes grupos de correntes de odio e de apelos emocionais fazem, não estamos fazendo outra coisa senão dar crédito a uma visão de ódio, de intolerância e de xenofobia presente também nas Mídias convencionais: radio, TV e cinema estão ai potencializando a violência verbal e material.

A reversão disto depende de discursos que desnudem a verdade, entramos no campo que exploramos de que são tempo de encobrimento da verdade, conforme afirma Sloterdijk, e colocar luz, ir para a clareira significa desmontar a cultura esta cultura de encobrimentos.

Há corrupção, sexismo e psicologismo em abundância, discordar disto não é “politicamente correto”, não falo aqui de intolerância é obvio, que também desvelamos ao falar esta semana de Locke, Voltaire e agora também Maquiavel, cujo discurso afirma que o mesmo não pode ser:  “volúvel,  superficial,  efeminado, pusilânime, indeciso” (MAQUIAVEL, 1996, p.109).

Há conselho n´O Princípe como fugir do ódio, manter-se firme nas adversidades, etc. o que o torna bom para leitura, mas a comunicação e as Mídias evoluíram, é preciso no mínimo atualizá-lo.

 

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