A ciência das redes e a economia
Quando Manuel Castells lançou seu livro Sociedade em Rede tudo parecia uma grande utopia, mas aos poucos cientificamente cada coisa foi se explicando ao mesmo tempo a sociedade vai se reorganizando em rede, ainda são estruturas extremamente hierárquicas pela herança política e cultural que nós temos, mas já há no “tecido social” algo mais profundo devido ao avanço das novas mídias, o seu uso intensivo e uma consciência que algo está em mudança.
Para quem puder alguma teoria, pois ela é imprescindível para sua aplicação, a Ciência dos Networks do Barábasi é imprescindível, ainda que insuficiente por são necessários métodos.
O histórico da Ciência das Redes é longe, um problema conhecido na Ciência da Computação são as 7 pontes de Königsberg (hoje Kaliningrad com 3 pontes só) que tinham uma topologia que impedia que você passasse por todas sem passar por uma mesma duas vezes, Euler resolveu o problema usando teoria dos grafos, a metodologia necessária para se aplicar Teoria das Redes em organizações.
Depois há um experimento clássico de Milgram que enviou cartas para diversas pessoas e estas reenviaram a outras, criando uma espécie de “pirâmide” e vendo onde poderiam chegar estas cartas, a conclusão era que isto seria aleatório, na verdade as redes mostram que não é.
Dois trabalhos contribuíram para esta compreensão: o trabalho de Mark Granovetter de 1973 sobre A força dos elos francos, e o trabalho de Watts e Strogatz de 1998 e publicado em letters to nature que estavam interessados em saber porque as cigarras cantas juntas e os grilos cricrilam juntos e descobriram mecanismos de rede num modelo muito simples que vê os efeitos de vizinhança no funcionamento da rede, mas foi finalmente Barabási que descobriu os “as redes livres de escala”.
Como aplicar isto na economia ? deve-se tomar o cuidados especiais, pois Ciência das Redes ainda é muito nova, e a tendência viciosa das estruturas hierárquicas deve ser combatida com a tendência virtuosa do “tecido em rede” e da reciprocidade.
As redes são um novo modelo organizacional, muito competitivo, que têm potencial de mudar o formato da cadeia produtiva, valorizando o talento e da inteligência das muitas pessoas em tomarem decisões.
Como usar o talento das pessoas e o poder das multidões, eis o “crowdsourcing” nosso próximo post.
Mas é necessário um novo espírito para a rede, é necessário a colaboração e até mesmo a comunhão entre as pessoas, isto foi aplicado pela Economia de Comunhão, que será nosso último post da série.