A nova normalidade
Quando temos dificuldade de mudar uma rotina que é fundamental para fugir de perigos as consequências são piores que aquelas se aceitamos que uma nova rotina se impôs.
Claro isto implica um tipo de cultura que por alguma razão histórica ou disciplina já adquirida por anos de tradição ajuda algum momento, que mesmo sendo traumático, é possível ser socialmente incorporado como “nova normalidade”.
Não por acaso o termo surgiu em países lusófonos, onde durante a crise pandêmica se ouvia com frequência, atestam os noticiários e brasileiros viajando por países hispânicos ouvem a exclamação “¡No es normal!”, mas a tradução para o português vem da expressão inglesa (da Inglaterra e não da America): “new normality”, expressão que atestam a sua incorporação como nova expressão no Reino Unido.
Nos países orientais, se observamos em aeroportos e em reportagens, mesmo anteriores a pandemia, o uso de máscaras e um certo comportamento tranquilo em situações difíceis mostram que a disciplina oriental já é normal, não sei que expressão usam, mas o comportamento social é facilmente observável no ocidente.
Em pleno pico da pandemia preferimos dizer, tudo voltará ao normal, que seria o mesmo que dizer só admitimos a “normalidade antiga”, não quero justificar a atitude irresponsável de líderes e até de governos que preferem não admitir a crise sanitária.
Agora o que teremos que adotar em alguns estados e cidades do Brasil, será uma nova normalidade que admita o esgotamento do sistema de saúde e o pico da pandemia, a notícia boa é que tudo indica que estamos perto do patamar superior e a curva já achatada poderá recuar em número de mortos.
Precisamos reagir culturalmente incorporando uma nova normalidade, o filósofo Byung Chul Han chama de excesso de positividade, embora indicasse o fato que a sociedade caminha sempre não direção da aceleração, a expressão agora pode parecer mais apropriada, pois o contrário não é a negatividade, mas a realidade pandêmica.
Os países que conseguiram frear a aceleração do dia a dia, já colhem resultados, alguns como a Nova Zelândia (que adotou um #lockdown extremo e a presidente se tornou um ídolo nacional) colheram o fruto mais cedo, agora já sem a pandemia.