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O zelo da casa me consome

18 nov

Qualquer pai, patrão ou administrador zeloso deve cuidar de sua “casa”, também podemos pensar em todo o planeta como nossa casa comum, assim não só a economia, as culturas como também o meio ambiente.

Deveria nos consumir a todos este zelo, cuidar apenas dos interesses pessoais não é apenas um egoísmo, é também uma forma de ignorância, porque os interesses pessoais dependem dos comuns, o que fazemos se faltar chuvas e com isto faltar água, o que fazemos se o meio ambiente não ajudar as plantações e o custo dos alimentos num meio ambiente deteriorado, tudo é interesse comum influenciando o particular.

Não é verdade que apenas alguns tenham responsabilidade e outros não, assim conferências como a COP27 que se realiza no Egito deve ser de interesse de todos, porém aqui queremos lembrar de um corpo místico a que se refere o capítulo 2 do Evangelho de João, onde se lê (Jo 2,17): “seus discípulos lembraram-se que está escrito: “O zelo pela tua casa me consumirá” referindo-se a atitude de Jesus ao ver que a religião de seu tempo se tornou um comércio (parecido aos dias de hoje) e do Salmo 69, onde o versículo 10 lembra esta passagem.

O capítulo 2 de João, lembra as bodas de caná, um evento sobrenatural e a fúria de Jesus ao ver a corrupção em torno dos templos, um evento natural, assim o zelo é sobrenatural e humano ao mesmo tempo.

Mais grave que isto o problema da guerra, lembramos no post anterior a passagem em que Jesus chora ao entrar em Jerusalém e ver o quão distante ela está de um encontro de povos e nações e profetiza que ela seria totalmente dividida e em permanente guerra, vejam a precisão desta visão 2 mil anos atrás.

Porém a profecia para nossos dias está nos livros do Apocalipse, embora isto seja sinônimo de catástrofes e final do mundo, as passagens referem-se tanto aos tempos passados quanto futuros, a morte de Jesus e sua ressurreição é um evento apocalíptico porque a grande paixão pascal atualizou a passagem do povo judeu da escravidão do Egito para a Terra Prometida, e antecipa a passagem da humanidade para um vida futura plena e frutuosa, tudo isto antes do final dos tempos, que não sabemos quando virá.

No evento Pascal  ao ver Jesus na cruz sofrendo e assistindo sua impotência ironizavam dizendo “não é o Cristo, salva-te a ti mesmo” (Lc 23,39), pode parecer inexplicável a permissão divina de tão atroz sofrimento, no entanto, isto é o significado da “passagem” de um estado para outro, em qualquer evento natural ou sobrenatural, isto ocorre a partir de uma “ruptura” de uma mudança de contexto e algum evento forte e de aparência catastrófica acontece, então os tempos atuais são angustiantes, mas também cheios de esperança.

Embora sejam tempos conturbados, Deus não é indiferente a história, e certamente esta “passagem” terá também sua presença e interferência.

 

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