Natal e o processo civilizatório
Tempos turbulentos, noite da cultura, do pensamento e da espiritualidade.
Porém uma luz iluminava o caminho dos reis magos que vinham do Oriente, a Ásia e a Oceania sempre foram resistentes ao processo de colonização Ocidental, a África e a América Latina sofreram com o processo de colonização e seu desenvolvimento foi construído sempre com dificuldades.
Uma figura bíblica do Natal é João Batista, o último e o maior profeta, porque anunciou a vinda de Jesus, ele devia “aplainar os caminhos do Senhor”.
Vivia no deserto e comia insetos e mel, era um grupo ascético e visto sobre certa desconfiança pelos religiosos da época, porém era o anúncio do que viria, então parte importante do “advento”.
Onde podemos encontrar o advento de hoje, certamente não são os “impérios romanos” de hoje, suas guerras e injustiças, também não são nos falsos profetas e aqueles que querem para si um aura de divindade que não possuem, enchem os bolsos e exploram o povo com palavras fáceis.
Peter Sloterdijk, filósofo alemão que não é religioso, chama a ascese do mundo atual de uma ascese desespiritualizada, uma sociedade de exercícios, embora faça tenha série de práticas, agora a física é também uma delas, não há um conteúdo de ascensão, e assim não é uma ascese verdadeira.
A palavra de João Batista era dura, os seus seguidores tinham uma ascese verdadeira, mas difícil, eles sim prepararam o anúncio da boa nova, ali sim os caminhos eram preparados, as colinas rebaixadas e as veredas endireitadas.
Assim nem as guerras, nem as revoluções que proclamam atualmente são caminhos para um novo processo civilizatório, são muito mais a denúncia de tempo que deve ser superado para uma nova civilização.