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Mais do choque do futuro

28 set

Vemos um mundo cada vez mais mundializado, isto é, um mundo que se vê como mundo, que sabe

Placa do futuro

Placa do futuro

dos problemas e conflitos de países outrora longínquos agora na esquina de um “maps”.

Escrito em 1970, Toffler parecia antever os problemas que temos no nosso dia a dia, na escola:

“Consideremos, por exemplo, o contraste entre os modos como as escolas de hoje tratam do espaço e do tempo. Todos os alunos, em praticamente todas as escolas, são cuidadosamente ajudados a localizar-se no espaço. Têm de estudar geografia. Mapas, atlas e globos ajudam-nos a ter consciência da sua localização no espaço. […] No entanto, quando se trata de localizar a criança no tempo pregamos- lhe uma partida cruel e prejudicial. Mergulhamo-la o mais possível no passado do seu país e no do Mundo: tem de estudar a Grécia e a Roma antigas, o advento do feudalismo, a Revolução Francesa, etc.; […] E, então, o tempo pára. A escola é muda acerca do amanhã. […] [p. 415] O tempo para bruscamente, a atenção do estudante é orientada pra trás e não para frente. O futuro, já banido da sala de aula, é também banido da sua consciência, como se fosse uma coisa inexistente, como se não houvesse futuro.” (Toffler, 1970, p. 414-415).

Acrescenta as dificuldades da literatura que prepare o estudante para frente, mas não ignora o sentido crítico, que é claro, fundamental para as demandas de mudanças:

“Não temos uma literatura do futuro para usar nesses cursos, mas temos literatura acerca do futuro, literatura que não consiste apenas nas grandes utopias e sim, também, na ficção científica contemporânea. A ficção científica é tida em baixa conta, como literatura inferior, e talvez mereça esse desdém crítico. No entanto, se a considerarmos como uma espécie de sociologia do futuro, em vez de como literatura, a ficção científica reveste-se de grandíssimo valor, pois é uma força que instila no cérebro o hábito da antecipação” (Toffler, 1970, p. 417).

Não se trata apenas de problemas tecnológicos, uma cultura para esta “sociedade-mundo”, os problemas políticos, éticos e religiosos; a cultura da colaboração e da paz (temos uma cultura cada vez mais beligerante) e principalmente a ideia que podemos nos ver com tolerância, respeito às diferenças e aos bens comuns (oceanos, ar, natureza e a própria casa de tudo que é o planeta).

O que era futuro em 1970 hoje é presente, será que a educação está ao alcance do presente?

 

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