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Nagel, o fisicialismo e o ser
Todo o fisicalismo moderno, a physis grega é outra coisa, é essencialmente reducionista, pois “todo o reducionista tem a sua analogia preferida, retirada da ciência moderna” (Nagel, 1974)
Embora Nagel não defina o que é físico para ele, diz textualmente em nota de rodapé, afirma que “para além de ser interessante, uma fenomenologia que seja objetiva neste sentido poderá permitir que as questões acerca da base física da experiência adquiram uma forma mais inteligível” (Nagel, 1974).
Ainda que Aristóteles tenha chamado os pré-socráticos de “physikoi”, isto não tem a ver com a concepção moderna, assim como não se pode traduzir physis por natureza simplesmente.
Destaca-se aqui dois autores que falaram sobre este conceito grego, para Jaeger: “a palavra abarca também a fonte originária das coisas, aquilo a partir do qual se desenvolvem e pelo qual se renova constantemente o seu desenvolvimento; com outras palavras, a realidade subjacente às coisas de nossa experiência”, enquanto Burnet, por sua vez, afirma que “na língua filosófica grega, physis designa sempre o que é primário, fundamental e persistente, em oposição ao que é secundário, derivado e transitório”.
São estas concepções que mais se aproximam de Nagel, porém pode-se dizer seu conceito é quase ontológico: “mas fundamentalmente um organismo tem estados mentais conscientes se e só se há algo que é ser esse organismo — algo que é ser para o organismo.”
Porém o conceito importante e definitivo de Nagel é que pode fazer sentido perguntar se como é ser um morcego, mas não é concebível perguntar-se como é ser uma tostadeira, a física tem limites e se quiser pode-se ir mais fundo, já postamos aqui sobre a “Incomplete Nature: the mind emerged to matter” de Terrence Deacon.
NAGEL, T. Como é ser um morcego? (1974). Rev. Abordagem Gestalt. vol.19 no.1 Goiânia jul. 2013