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Nem sagrado nem profano, apenas humano

18 set

O humanismo racional desenvolvido pela longa jornada na modernidadeNihil encontrou seu ocaso no nihilismo e não no individualismo, que não é senão expressão particular do “nada” em geral.

Explicamos em nosso post anterior a relação entre nihilismo e economia, poderíamos ver todas as vertentes contemporâneas deste “nada” em muitas expressões “non sense”: a sociedade do espetáculo, a crise da representação, a crise das instituições sociais, etc. Já falamos do sujeito e de sua “subjetividade” que lhe é própria, cuja ruptura levou a diversos objetivismos, como desvalorização da economia em detrimento da pessoa, e outras, mas uma pouco comentada e na maioria das vezes estigmatizada é o “sagrado”, ou a religião.

  Pensadores sérios como Edgar Morin, Junger Habermas, entre outros já falaram disto, Gianni Vattimo e Richard Rorty fazem um diálogo em “O futuro da religião”, é famoso o livro de Alain Button “Religião para Ateus” e o diálogo entre Habermas e o papa emérito Bento XVI.

As palavras pós-modernidade e desconstrução que parecem provocar arrepios em muitos pensadores, na verdade é boa medida para a estratificação da nossa tradição metafísica.   O que Nietzsche, Heidegger e Derridá fizeram consistiu sobretudo em fazer ver que a ontologia tradicional e a história desta concepção vêm desde Parmênides numa lógica dual: o ser é e o não-ser não é, que acabou por identificar o ser com os entes.

A ruptura com o nihilismo foi a redescoberta do Outro (Buber, Lévinas e Ricoeur), porque foi o nihilismo individualista, necessário a concepção idealista da realidade que estabeleceu esta ruptura entre o Ser e os entes, no qual patina quase toda a filosofia contemporânea.

Se o nihil fosse um “nada” que o outro pode se encontrar estamos perto de um fio condutor comum que Heidegger chamou de história ou destino do ser, seja este destino sagrado ou profano, é possível uma base comum para uma teleologia universal partindo do Ser.

 
 

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