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Que mal fizeram? 

18 mar

Em meio a Pandemia e uma guerra que embora esteja numa região vai se tornando planetária, pelas medidas e posicionamentos, como agora a do tribunal de Haia, que pede um cessar-fogo imediato.

O argumento ideológico não justifica atos de barbárie nem a direita nem a esquerda, a crescente polarização cria um clima de guerra onde até mesmo atitudes humanitárias, e isto inclui a Pandemia, não podem ser negligenciadas sob pena de prolongarmos seus efeitos.

Todo pensamento humanitário deseja uma volta a normalidade, que deve ser outra que não mais nos leve a correria do dia a dia despreocupado com injustiças e calamidades, incluindo a síndrome de Burnout que Byung Chul Han já apontava em seu livro, anterior a “parada” epidêmica.

Não se trata também de levar as pessoas e a sociedade a procrastinação, uma vez que existem problemas sociais e econômicos que exigem uma atitude de trabalho e esforço comunitário.

O raciocínio equivocado: “aqui se faz e aqui se paga”, esconde a crueldade por trás de atitudes que não respeitam os valores humanitários e sanitários necessários a uma volta segura ao que é de fato um humanismo regenerado como tentamos desenvolver nos posts desta semana (na foto o Teatro de Mariupol bombardeado onde haviam civis).

Este raciocínio é comum também no meio religioso, alguém é premiado porque “é bom” e “punido” porque é mal, que mal fizeram as crianças e os civis na Ucrânia, que mal fizeram pessoas idosas, médicos e enfermeiros que morreram na Pandemia e por fim os que agora ainda morrem.

Para os que fazem este raciocínio que não é religioso, pode-se pensar que Deus favoreceu ou puniu alguém, lembro a passagem em que os galileus vão até Jesus dizendo que Pilatos havia matado pessoas e misturado seu sangue com os sacrifícios que eram oferecidos a falsos deuses.

Vendo o raciocínio do tipo “Deus os puniu”, Jesus lhes responde (Lc 13,2): “Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? 3Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”, para dizer que a crueldade e o pecado podem espalhar a crueldade pelo mundo.

Cita a tragédia conhecida na época, da morte dos operários que trabalhavam na Torre de Siloé que caiu e explica que eles foram vitimas na tragédia e eram apenas trabalhadores.

Condenar a crueldade, prevenir com ações atitudes sanitárias e humanitárias é evitar estes males.  

 

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