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Arquivo para maio 1st, 2024

Impérios modernos e o trabalho

01 mai

O início da modernidade marcou por uma ruptura entre o mundo prática, objetivo da razão, chamado pelo idealismo de objetivo, e um mundo sensível, do amor, da esperança e da vida equilibrada, onde a natureza humana pode se expressar e se desenvolver, chamado de modo incorreto de subjetividade (o que seria próprio do sujeito).

Não foram poucos autores que a partir do início do século XX passaram a questionar esta divisão do homem em vita activa e vita contemplativa, Hannah Arendt e atualmente Byung Chul Han são os mais lembrados, porém a ideia da contemplação vem da antiguidade, de estóicos e de alguns místicos estudados na Patrística, como Gregório de Nazianzo, (329-390) um dos mestres da contemplação sendo citado por Chul Han.

A palavra trabalho vem de tripalhium, surge de torturas medievais que fazem alusão a tirar as “tripas” ao esforço contínuo sem descanso que vai mercar o início da revolução industrial até a conquista do limite de horas de trabalho e algumas leis mínimas de respeito a vida humana.

Na idade média, é nos mosteiros que nascem os primeiros ofícios, as técnicas de culinária (como os embutidos feitos para preservar a carne), e também as bibliotecas e os copistas que iniciam uma do trabalho humano contemplativo (não é subjetivo), como o lema entre monges beneditinos: ora et labora (medita e trabalha).

É bom lembrar que o trabalho pesado até o surgimento dos mosteiros eram feito por homens “livres” e que muitos monges tinham origens nobres e iam para o mosteiro aprender a trabalhar e também a ler e escrever porque grande parte da humanidade daquele tempo era analfabeta, e também deve-se lembrar o impedimento da miopia e hipermetropia, já que os óculos e as lentes são do final da idade média.

Depois da concepção da moderna indústria e do estado, que também é patrão de empresas estatais, monopólios em países socialistas, que não diferente em exigir eficiência e esforço máximo encarcerando o homem na “vita activa” sem espaço para serem e elaborarem sua vida plena, com espaço para a meditação e o lazer.

Já na revolução industrial inglesa, o Gin (que é a pinga lá) movimentava a capacidade máxima dos modernos escravos industriais privados da vida doméstica, do lazer e da cultura.

O que será a sociedade pós-industrial, pós-modernista ainda é uma incógnita, por hora, os impérios querem o monopólio das forças produtivas para garantir o poder sobre a força de trabalho e não dar liberdade para o pleno desenvolvimento humano, a vida plena é adiada.

O grande dom divino que é a vida e vive-la em abundancia dependerá de grandes mudanças, os impérios lutam para garantir que isto não acontecem, embora digam que é pela liberdade.